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quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Trôpegos [306]

 

Trôpegos, caminhamos dúbios a rezar

por um céu mais limpo e luzente,

somos medíocres infalíveis

a promover mediocridades

ou andamos de rastos

na secura do martírio transpirado

em desalento coletivo.

A postura, num modo desviante

e desgraçado em tempos traiçoeiros,

porque ficamos focados

nas consequências da noite

à luz de faróis invertidos

que não iluminam as causas,

dobra-nos a convicção pela espinha

e não rompe o manto escuro

que nos ata a crescença.

Humanos, somos gente descuidada

sem estrela nem rumo, que se lamenta

e não se governa no barro da hipocrisia

onde alegremente fervilha,

nem se deixa governar no lamaçal

que sem o sentir o perfilha.



45 comentários:

Fá menor disse...

" somos gente descuidada

sem estrela nem rumo, que se lamenta

e não se governa no barro da hipocrisia

onde alegremente fervilha,

nem se deixa governar no lamaçal

que sem o sentir o perfilha."

Magnífico! Disseste tudo!

Beijinhos, amigo Jaime!

" R y k @ r d o " disse...

Somos mesmo isso tudo? Verdade?

Poema fascinante, maravilhoso, sabiamente bem escrito, usando palavras (versos) fortes, intensas, recheadas de poesia. Gostei muito de ler.
.
Abraço

Andreia Inoue disse...

Muito legal esse seu espaço. Estou adorando os textos e voltarei para ler os demais! um abraço!!

luar perdido disse...

Querido Amigo Jaime, vivemos tempos estranhos e loucos. Completamente trôpegos, como tão bem dizes.
Um poema, onde toda a "baralhada" que experienciamos está espelhada e magistralmente traduzida.

Como sempre, Amigo, a tua genialidade está bem patente.
Beijo de luar

Quase Cinderela disse...

Adorei o poema, palavras tão verdadeiras ditas duma forma bonita.
Obrigada
Beijinhos

Magui disse...

Infelizmente somos tudo isso.
Escrito desta forma parece algo de bom.
Beijo

N A S S A H disse...

wow great poem very profound

Andreia Morais disse...

Um poema absolutamente fascinante!

Continuação de boa semana, Jaime

Cidália Ferreira disse...

Um poema brilhante! :))
--
Pensamentos que ficam entre a saudade
-
Beijo e uma excelente noite :)

Porventura escrevo disse...

Poderoso
Com passagens altamente filosóficas e de uma profundidade assinalável
Gostei

MARILENE disse...

Ainda que as causas fossem bem iluminadas, manteríamos os olhos fechados, Jaime. Somos humanos, frágeis e muito erramos, mesmo em momentos de desalento coletivo, como menciona. Uma apreciação poética brilhante. Abraço.

Marta Vinhais disse...

Estamos realmente perdidos e loucos à espera... que tudo acabe sem percebermos que temos que unir esforços.
Brilhante
Beijos e abraços
Marta

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Um excelente poema.
Um abraço e bom fim-de-semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Dalva Rodrigues disse...

Denso isso, meu amigo Jaime, mas é a pura realidade em palavras poéticas, muito bem elaboradas.
A verdade é que andamos mesmo de cabeças baixas, curvados e cegos, achando que preces resolverão e dando poder aos nossos algozes, uns sabendo o que fazem, outros não.
Mais um belo compartilhamento, parabéns!
Abraço e bom final de semana!

Pedro Luso de Carvalho disse...

Olá, amigo Jaime, gostei muito desse seu poema, forte e denso que pode bem retratar os tempos árduos que estamos passando, em todos os quadrantes do mundo.
Meus parabéns, Poeta!
Grande abraço e um bom final de semana.

Tais Luso de Carvalho disse...

Por isso tudo que você narrou nesse excelente poema, mostrou como somos na verdade, desde os primórdios da civilização. Evoluímos sim, mas pouco em sentimentos, sem conscientização. A barbárie ainda muito presente. Estamos vivendo uma pandemia com muito a cuidar, pois muitas vidas já foram perdidas, muito sofrimento poderia ser evitado. Em muitos lugares ainda continua o descaso, pessoas sem máscaras, sem isolamento infectando outros.
Poema muito verdadeiro , denso.
Beijo, querido amigo poeta.

Ana Bailune disse...

Bom dia!
Um poema forte!

Juvenal Nunes disse...

A angústia da vivência humana refletida em alguma situações dececionantes, que nos deixam numa deriva instável.
Abraço poético.
Juvenal Nunes

Mar Arável disse...

Amanhã será outro dia

Emília Pinto disse...

Há muito não se escrevem cartas de amor, mas também há muito a sociedade se esqueceu que há muito mais para além do correr em prol do ter. Há muito poderiamos ter abraçado mais, beijado mais, visitado mais aqueles que sabiamos preisar de companhia, mas não fizemos nada disso. Agora, " tropegos," caminhamos no meio " de uma " multidão de nadas" , trôpegos vamos nós por caminhos vazios de gente, escuros de meter medo; caminhamos trôpegos, mas também camuflados tentando assim que o virus não nos decubra; pode ser que a praga não nos descubra, mas, nem nós, somos capazes de reconhecer aquele grande Amigo que por nós acabou de passar, poque também ele se esconde para não ser apanhdo. Mas, será, que noutros tempos, nós já não passamos por esse Amigo e nem sequer o vimos tal era a correria, tanto dele quanto nossa? Com certeza que sim, Jaime. E agora? Será que algo mudará nas nossas atitudes quando tudo passar? Se o virus nos poupar, será que vamos pensar nas nossas carências afectivas de hoje e passar a dar-lhes o valor que sempre deveriam ter tido? Será?...será?...será?...
Hoje só temos incertezas, Amigo! Uma coisa é certa...o teu poema retrata bem a situação em que nos encontramos. Um beijinho e SAÚDE para todos à tua vokta.
Emilia

São disse...

A nossa evolução passa mais pelo Ter do que pelo Ser...

Profundo poema , este!

Beijinho, meu querido amigo, bom final de semana

Amélia disse...

Excelente mensagem poética.
Bom fim de semana
Bj

Sandra Figueroa disse...

Este tiempo que nos toco vivir es muy raro. Un poema profundo y bello. Saludos amigo Jaime.

SOL da Esteva disse...

O teu excelente Poema demonstra que ainda somos demasiado primitivos e aprendizes por conta própria; custará a aceitar que "[...] somos gente descuidada
sem estrela nem rumo, que se lamenta
e não se governa no barro da hipocrisia
onde alegremente fervilha[...]".
Um tempo virá... a tempo?
Parabéns, Jaime. É uma delícia ler-te.


Abraço
SOL

Graça Pires disse...

Somos realmente seres descuidados. E agora o desalento roubou-nos o sorriso e manietou-nos os braços. Um poema que é um grito de alarme, meu Amigo Jaime.
Um bom fim de semana.
Muita saúde.
Um beijo.

alfacinha disse...

E ainda não se vê luz no fim do tùnel.Somente o seu poema dá consolo nesta tribulição
abraço

Ygraine disse...

We have become careless people, haven't we!🙁
Having, rather than being, has possessed our consciousness for too long now...maybe it is time to seek the spirit within and to heed it's council...before it is too late!
Another amazing poem...that carries a dire warning, my friend.
We would do well to heed it's message!

Have a great day!😊😊

Kisses xxx

Os olhares da Gracinha! disse...

Tempos difíceis e conturbados na sua poesia a merecer uma leitura atenta! Bj

Toninho disse...

Um raio x perfeito e contundente caro Jaime.
A estrutura bonita não esconde o furor de suas criticas,
com as palavras em efervescência. Somos esta mistura química,
somos este barro estruturado.
Belíssimo trabalho engenheiro das palavras.
Uma semana leve e alegre com todos os cuidados amigo.
Meu abraço de paz.

Isamar disse...

Um poema muito profundo e cheio da dura realidade!

destaco esta brilhante passagem:
"Humanos, somos gente descuidada
sem estrela nem rumo, que se lamenta"

Votos de uma semana feliz Querido Amigo Jaime!

Teresa Almeida disse...

"porque ficamos focados

nas consequências da noite

à luz de faróis invertidos

que não iluminam as causas,"

As tuas palavras são tão assertivas, caro Jaime! Vivemos num mundo contaminado e vai levar tempo e para sairmos do lodaçal. E os efeitos são de angustiante dimensão.

Beijo.

Donetzka Cercck L. Alvarez disse...

Maravilhoso poema,amigo Jaime. E tão atual pelo que vemos na política! Adorei!


Obrigada pela visita e volta sempre.

Beijos sabor carinho e uma segunda_feira de paz

Donetzka

Blog Magia de Donetzka

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

JP

um pouco forte.

vivemos tempos estranhos e cheios de medos.

boa semana.

beijinhos

:)

Rosemildo Sales Furtado disse...

O pior é que a irresponsabilidade e a inconsequência de uns acabam com a retidão de outros. Belo e profundo poema amigo Jaime.

Abraços e uma ótima semana para ti e para os teus.

Furtado

Manuel Veiga disse...

deixo um abraço, com votos de boa saúde, caro Jaime Portela

gostei muito do poema.
muito bem escrito. parabéns!

Elvira Carvalho disse...

Desde que o Homem se esqueceu do Ser e passou a viver em função do Ter, começamos a regredir enquanto humanidade.
Abraço saúde e boa semana

Roselia Bezerra disse...

Bom dia de serenidade, amigo Jaime!
Somos seres mesquinhos muitas vezes, perdemos tempo com descuidos fatais em muitos sentidos.
Bonito e profundo alerta poético.
Tenha dias abençoados!
Abraços fraternos de paz e bem

A Casa Madeira disse...

Oi Jaime? como vão as coisas desse lado de cá?
Por aqui o virus só aumenta, reclusão e mais reclusão.

Seu poema nos traduz que ainda temos muito a caminhar apesar
dos feitos ainda somos muito primitivos. É triste.
As vezes me pego pensando que com toda a tecnologia que temos a nossos
pés ainda caminhamos lentamente em muitas questões que diz respeito ao ser humano.
Abraços a ti e para os teus;
Continuação de uma boa semana.

Maré Viva disse...

Excelente poema, que, com muita elegância, nos põe a alma a nú.

"ou andamos de rastos

na secura do martírio transpirado

em desalento coletivo."

Estes versos, dizem como nos sentimos manietados e indefesos.

Um abraço.

A Paixão da Isa disse...

Muito bonito dewejo muita saude bjs

Ailime disse...

Bom dia Jaime,
Um poema magnífico, versando a atualidade, de que gostei bastante.
Um beijinho,
Ailime

Lu Dantas disse...

Tempos difíceis com pessoas difíceis como todos nós! ;)

beijos

https://ludantasmusica.blogspot.com/

Mariazita disse...

Poema do desalento, querido amigo Jaime... 😥
Sem dúvida, o mundo é muito imperfeito por culpa do Homem (humanidade, claro).
Ainda que não haja motivos para ter grandes esperanças em dias melhores, não podemos baixar os braços nem deixar que o desânimo nos domine.
Temos que ser fortes e, assim, venceremos!
Excelente poema.

Continuação de boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

Ana Freire disse...

Eu creio que este humanos tão pouco solidários, de pouca humanidade e empatia... até sentem o lamaçal, que criam para si mesmos... o problema... é nunca o admitirem...
Desde que se conhecem por gente... comunicam... mas o entendimento... parece não fazer parte dos caminhos que enveredam... a divisão em todas as matérias... segue-lhes os passos...
Um poema absolutamente notável, que não poderia traduzir melhor, a essência humana, na sua grande maioria... de pouca fé... e poucas causas...
Beijinhos! Bom fim de semana!
Ana

Majo Dutra disse...

Pensar na que foi feito na destruição do planeta!
E para preservar algo criaram as zonas protegidas...
Um poema realista, atual e permanente. Magnífico!
Gostei muito, Jaime.
Boa semana. Abraço, amigo.
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Ps ~ Como não aparecias, logo calculei que por lapso
deveria ter esquecido algum comentário... Sorrisos.
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