Subimos.
Os degraus,
à
medida que os pés os deixavam,
partiam-se.
Arcámos o peso
do
regresso no transpor do parapeito,
definitivo
na pilha de paus para trás.
A
escada, construída por nós,
desconjuntou
a noite.
Como
saída única, eu e tu nos gonzos.
Eu, como
tu, um olhar às escuras aceso
nas
palavras. De mãos geladas lá fora,
atirei-me
para cima, já dentro,
no
calor do balão insuflado.
Tu,
um peixe fora da água.
Multipliquei
os teus suspiros nos meus.
Caímos
num chão sem volta
às
mãos do coração. De ambos,
a
marchar em disparos, soldados.
© Jaime Portela, Abril de 2020