Os
meus beijos,
prometo,
não
serão a miragem com ruído
à porta
do teu olhar,
serão
preces fiéis
ao
perfume das giestas nos lençóis,
ao
canto do pássaro cinzento
do
nosso próprio desnorte,
que
de triste se faz sol.
Os
meus beijos,
prometo,
serão
de mel,
ouvirás
a flor que desabrocha
no
pulsar vivo da luz,
terão
na tua pele o fogo
em
que me deito e levanto,
dar-te-ão
a adrenalina, a asfixia,
uma
pele de galinha de prazer
durante
as quedas no abismo.
© Jaime
Portela, Janeiro de 2022