Gosto de escrever para
me desprender,
fazendo coisa
diferente e mais leve
do que faço pelo
dever.
Mas hoje as palavras
acenam-me
com o peso vital da
razão
e estendem-me
[mandantes e
revoltadas]
a avenida do triste
enfado da pátria,
a passadeira do
negrume da crise
e a diária deturpação
da notícia.
As palavras incriminam
a algazarra
que dissimula o
culpado,
mas naufragam [ignoradas]
na vozearia avidamente
trincada
até se esmigalharem em
escândalos
e em linchamentos na
praça pública.
Para gáudio de um povo
necrófago,
na curiosidade mórbida
de ver o acidente na
estrada,
alimentamos shares e
audiências
de tudo o que é
tabloide.
Seremos nós [maldito
fado]
para sempre viciados
no consumo de uma
oferta
em doses cada vez mais
virulentas?
© Jaime Portela, Junho de 2018
Jaime,
ResponderEliminarseu poema é um pouco
do muito que nós poetas
vivemos.
Poesia é isso,
é reflexão.
Bjins
CatiahoAlc.
Muitos parabéns. Muito bom :)!!
ResponderEliminarBeijo
Amigo Jaime, pois é, escrever é sempre um prazer, gostamos de nos distrair, também por nos dar a chance de falar, como se sabe, hoje não há quem queira conversar!
ResponderEliminarAs notícias ruins sempre dão maior ênfase,tanto que as falsas estão em alta, que pena que é assim!
Amei ler seus versos em um poema/texto, nos diz muito do que são as audiências virulentas das más notícias!
Abraços apertados!
Um retrato fiel da actualidade... não só nossa, mas também mundial...
ResponderEliminarAs palavras têm toda a razão nas queixas que fazem... são ignoradas, rebaixadas, humilhadas...
Brilhante...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Gostei tanto de passar por aqui e saborear esta mudança temática.
ResponderEliminarParabéns, está lindo
bjinho
Como sempre poesia misturada à realidade...Assim a enfeita já que está danada essa vida de violências. más notícias, tudo mais! Adorei! abraços, lindo fds! chica
ResponderEliminarO mundo de pernas para o ar!!!
ResponderEliminarA sua poesia alerta para aspetos bem pertinentes! bj
Um retrato bem atual, que evidencia muito daquilo que o ser humano consegue fazer.
ResponderEliminarGostei, como sempre!
r: Agradeço a sugestão :)
Igualmente*
Simplesmente fantástico. Adorei :))
ResponderEliminarHoje:- Sou uma gota de água no teu oceano .
Bjos
Votos de uma boa noite.
Bela reflexão atual...
ResponderEliminarE que futuro nos espera, a este ritmo alucinante?! :|
Abraço
Gosto muito dos seus poemas!
ResponderEliminar=))
Bjinhos
Boa noite!
ResponderEliminarMuito do meu pensar e sentir...
É nítido o gosto de uma grande parte da população apreciar notícias calcadas em tragédias e similares...
Jornalistas (alguns) precisavam de uma injeção de amor fraterno... já a população (nós) um polimento no que nos convém contemplar com tanta avidez...
Uma poesia bem reflexiva para dar substância à mente.
Seja muito feliz e abençoado junto aos seus amados!
Abraços fraternos de paz e bem
Uma pergunta oportuna e um poema lindo.
ResponderEliminarUm poema-critica à situação social atual.
ResponderEliminarGostei de ler.
Um abraço
Um poema que retrata a triste realidade actual do País.
ResponderEliminarAquele abraço, bfds
Gostei desta bela "overdose".
ResponderEliminarUm abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
O que se passa por cá e pelo mundo não deixa indiferente o poeta, que nos convida a reflectir, a tecer o protesto, a urdir a revolta…
ResponderEliminarMuito bom, Jaime.
Um bom fim de semana.
Um beijo.
Bom dia, Jaime. Infelizmente, ainda não foi resolvido o problema da minha conta seguindo eu sem publicar nos bloggers.
ResponderEliminarEspero que consiga ser resolvido.
Quanto ao seu poema, profunda constatacco indignada do caps em que se transformou a sociedade. Daqui para pior, nan vejo, de fato, solução.
Parabéns. Tudo de bom.
Beijos na alma.
Boa tarde, a realidade mundial traduzida em poesia, o poeta como o cantor tem a função de denunciar.
ResponderEliminarBom fim de semana,
AG
JP
ResponderEliminaré a realidade que nos passa pelos olhos e sem querer nos entra pelos ouvidos.
é um poema que merece a nossa reflexão.
um beijinho
:)
Los poetas de la generación del 98 también se rebelaban contra aquello que veían y no les gustaba de la sociedad en la que les tocaba vivir.
ResponderEliminarCariños.
kasioles
ResponderEliminarJAIME,
escrever é exatamente isso que você o faz como um expertise.
Escrever é um ato libertário e se alguém ainda tinha alguma dúvida esta sua postagem comprova na prática , todas as possíveis discussões teóricas sobre este entendimento!
Um abração carioca.
Será o Homem tão virulento que só regurgita alegria quando descem abutres ?
ResponderEliminarSerá que não existe um arco - íris que absorva o lodo da terra ?
A tua reflexão obriga a tantas interrogações, Jaime !
Belíssimo poema , querido amigo !
Beijinho
https://poemasdaminhalma.blogspot.com/
ResponderEliminarBoa noite, amigo Jaime!
"Overdose", palavra estranha, mas verdadeira, infelizmente a absorvemos... ainda que não queiramos levar com toda essa sujeira.
Abutres são demais, mais vale fazer ouvidos loucos.
Beijinhos Jaime e bom fim de semana.
Luisa
Jaime!
ResponderEliminarQue bela reflexão em seus versos que nos sacodem para que acordemos diante da proliferação putrefata do ser humano que "nos governa"... Total realidade que exala um enxofre irrespirável! Pobre sociedade!
Abraço.
Olá Jaime,
ResponderEliminarEscrever é uma satisfação, é uma válvula de escape dentro de nós que não pode simpesmente ficar abafada, é preciso soltar o grito preso que está na garganta, e o teu grito de indignação foi fantástico! Receba meus milhões de aplausos.
Abraços e bom final semana!
Muito bom, poema de classe, retrata em poesia a pura realidade em que vivemos, Jaime! E dito em poema, até que suavizou um pouco as barbáries! Esse tema que você aborda, não há quem não sente os respingos em seu país.
ResponderEliminarBravo, meu amigo!
beijo.
¡Hola Jaime!
ResponderEliminarVivimos en un mundo de locos para los cuales la vida vale muy poco o no vale nada, parece que matar estuviese de moda.
Un buen poema con una sutil crítica, gracias por compartir tu sentir que comparto.
Un beso y mi gratitud.
Feliz fin de semana.
Que lindo poema! ;)
ResponderEliminarbeijos!
https://ludantasmusica.blogspot.com
Pois é, meu amigo, cada vez se torna mais difícil exercer o prazer de escrever, porque as palavras que brotam não trazem nada de belo.
ResponderEliminarE poesia é (pelo menos deveria ser) beleza!
As situações dramáticas que se vivem, tanto no nosso país como no resto do mundo, não dão azo a que se escrevam coisas bonitas.
Gostei da tua crítica social.
Bom Fim-de-semana, amigo Jaime.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Viciados... animais de hábitos... somos basicamente dependentes.
ResponderEliminarParabéns pelo poema!
Está quase a chegar ao fim o nosso conto escrito a várias mãos.
Convidamos a ler o penúltimo capítulo do nosso conto "Voar Sem Asas"
https://contospartilhados.blogspot.com/2018/06/voar-sem-asas-capitulo-xv.html
Bom fim-de-semana
Saudações literárias!
Infelizmente está sintetizado o quanto somos incultos e perdemos demasiado tempo com novelas sem categoria nenhum. Os tablóides vão tirando partido destas misérias humanas e os humanos não lhes resistem, cegos e manipulados.
ResponderEliminarOportuna reflexão ! Excelente trabalho poético.
Bom fim de semana, amigo JP
Beijo
Excelente Poema de (oportuna) intervenção.
ResponderEliminarParabéns.
Abraço
SOL
É grito . beijinhos
ResponderEliminar"Seremos nós [maldito fado]
ResponderEliminarpara sempre viciados
no consumo de uma oferta
em doses cada vez mais virulentas?"
Uma forma inusitada, bela e interventiva de abordar o Dia de Portugal.
Grande abraço, meu amigo Jaime!
Boa tarde Jaime,
ResponderEliminarMagnífico poema que retrata a realidade.
Muita conversa, algazarra e o essencial passa ao lado.
Um beijinho e boa semana.
Ailime
Chama-se a isso a «arte poética» - o poeta explica a sua poesia...
ResponderEliminarGostei muito do poema. Ele retrata bem a realidade que somos.
Beijo e bom fim-de-semana.
Um poema brilhante!
ResponderEliminarBom domingo e uma excelente semana.
Maria
Divagar Sobre Tudo um Pouco
Jaime, Jaime, sempre formidável, e diria, até de uma complexa leveza. Gostei bastante companheiro poeta. Feliz semana. Abraço>
ResponderEliminarExcelente retrato do que vemos, do temos, do que lemos... Muito lamentável!
ResponderEliminara poesia cumpre a sua função!
ResponderEliminarcomo expressão estética e como "arma".
excelente, caro Jaime
forte abraço
Seu poema magnífico! Estamos vivendo num mundo miserável, onde a miséria humana ganha pontos no Ibope, rende mais financeiramente para as TVs, e as noticias de desgraça são repetidas e repetidas!!
ResponderEliminarAs soluções são encobertas pelo atordoamento e a manipulação ganha terreno, a violência cresce, a corrupção aumenta e já não causa mais espanto de tanta que existe!
Poeta sua sensibilidade assim como a minha estão abaladas, creio que este mundo não é mais o meu, talvez exista um melhor noutro planeta... quem sabe!?
Grande abraço,
Léah
Olá Jaime! O teu belo poema retrata uma atual e infeliz realidade, possivelmente mundial. Aqui no Brasil esta realidade já se transformou em "prato do dia".
ResponderEliminarAbraços,
Furtado
Um poema, repleto de uma assertiva realidade... e, deste nosso tão costumeiro modo de ser/estar/viver... tão nosso... desde sempre...
ResponderEliminarJá dizia Marco António, que para os lados da Ibéria, havia um povo que não se governava, nem se deixava governar... continuamos por cá... com cada qual, puxando para seu lado, atolando o próximo, sempre que possível, umas vezes... ou ajudando-o a levantar-se, noutras... todos juntos, no mesmo barco... podemos não ir a lado nenhum... mas pelo menos... vamos permanecendo, onde já estamos!... E do jeito, de sempre!... Entre a grandiosidade, e a mesquinhez!... Talvez seja esse mesmo, o nosso fado!...
Mais uma belíssima inspiração, muito bem construída, e com uma mensagem subjacente, como sempre, para nos fazer reflectir...
Beijinho! Continuação de uma boa semana!
Ana
hello,
ResponderEliminari'm a new follower of your nice blog, can you follow mine on my blog? many thanks!
https://amoriemeraviglie.blogspot.com/
ResponderEliminarOlá, Jaime
Um poema oportuno. Vemos na nossa praça escandaleiras que quase nos oprimem. A tristeza invade-nos e pomo-nos a pensar se não haverá problemas mais dignos de serem levados em conta e sobre os quais deveríamos debruçar e encontrar soluções. Tem razão: nós damos cobertura a isso tudo, quais voyeurs sedentos.
Abraço
Olinda
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ResponderEliminarCaros amigos, obrigado pelos vossos comentários. Voltem sempre.
Entretanto, acabei de publicar um novo poema. Espero que gostem.
Continuação de boa semana.
Saudações poéticas.
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Simplesmente maravilhoso!
ResponderEliminarMeu beijo fraterno.
Grande poeta parabéns!!!!
Temos que ter muito cuidado para não sucumbirmos com uma desatenta " overdose" . As drogas que entram pela nossa casa adentro são terriveis, perigosas e nem sequer fomos nós a pedi-las. E também não sei como agradam tanto ao ser humano as tragédias, amigo. Ningem pára se vir um desgraçado caido na rua, mas a fila torna-se imensa se houver um acidente na estrada e, se estiver a ambulância, então, sim, o espectáculo é ainda mais atraente. Só ligo a televisão a partir das 20 h, mas, mesmo assim, tenho dificuldades em escolher um canal que trate de assuntos interessantes à nossa vida e à dos outros. É triste constatarmos que essas futilidades dão uma grande audiência. Gostei muito deste teu poema de alerta que assino em baixo. Obrigada, Jaime . Um beijinho
ResponderEliminarEmilia
Gracias en el blog hay un traductor por si te puede servir para seguir leiendo.
ResponderEliminarGracias por tu paso significa mucho ya que un personage que me hace la vida imposible diciendo que le copio poemas y muchos seguidores se han ido
Besos