Ensombrados
pelos archotes
no
útero de uma chuva de insensibilidade
(imensa,
seja grossa ou miudinha)
prenhe
de guelras falaciosas e fados,
somos
carcereiros do paiol
e
praças-fortes de éticas que esvoaçam
e em
mil sóis apenas nos deslumbram.
Guardiães
das ameias vazias,
empunhando
bisturis estranhos ao tempo
onde
nos sitiamos,
somos
donos e videntes,
somos
enfermeiros das nossas fronteiras,
alamedas
de encantos
laureadas
por suspiros de valores penhorados.
Apesar
da madraça labuta,
temos
o cinzeiro da noite,
onde,
zelosos, nos lavamos do lodo
e da
greve de cinza do dia,
onde
afugentamos o cigarro
da vergonha esquecida entre os dedos
e
onde o nosso feito desfeito é defecado.
© Jaime Portela, Fevereiro de 2019
Olá:- Sempre brilhante na sua forma de escrever poesia.
ResponderEliminar.
Deixando cumprimentos poéticos
*** . Meu amor ... amo-te tanto * **
virgem santa!
ResponderEliminarBoa noite!
ResponderEliminarPoema soberbo! Parabéns, Jaime!
Silêncio da Alma...
Beijo
Uma grande poesia tão actual como acutilantemente brilhante!
ResponderEliminarBeijo, Caríssimo amigo!
Repito inúmeras vezes, mas a verdade é que fico sempre encantada com a sua poesia!
ResponderEliminarContinuação de uma boa semana :)
Maravilhosa poesia meu amigo Jaime!
ResponderEliminarÉ tudo o que tenho para lhe dizer; adoro a sua maneira de entrelaçar palavras poéticas!
Lindo, parabéns, que nunca lhe falte a inspiração, poesia assim não é qualquer um que escreve!
Só quem tem mesmo veia poética, e conhecimento claro!
Tenha uma boa sexta feira, seja feliz!!!!
Beijo, com meu carinho de paz e bem!
Mas não somos dos que estão em greve, caro Jaime.
ResponderEliminarAquele abraço, bfds
i am speechless with gravity of your sublime thoughts and charm of your expressions my friend!
ResponderEliminarit was deep joy to visit and read your amazing poem!
Grande verdade
ResponderEliminaresse seu escrito.
Estou seguindo aqui.
Uma poesia escrita com os citilantes dedos do poeta. Parabéns mais uma vez , amigo Jaime. Temos nova postagem por la´. Feliz fim de semana. Grande abraço.
ResponderEliminarAndamos à procura de respostas... ninguém ouve as perguntas....
ResponderEliminarBrilhante
Beijos e abraços
Marta
Perdoe-me por usar uma expressão bem típica aqui do norte do Brasil, muito pai d'égua esse seu texto/poema/prosa/crônica.
ResponderEliminarAbraços.
Ps. Pai d'égua seria algo supimpa, muito legal, beleza...etc.
Bom dia, Jaime!
ResponderEliminarSempre me surpreendendo a cada postagem. Esta, especialmente é um retrato de nós mesmos, principalmente quando " nosso feito desfeito é defecado"!
Brilhante👏👏👏
Palavras no tempo certo. Reflexivas e acutilantes.
ResponderEliminarUm bom fim de semana.
Um beijo.
Lá diz o ditado: "De médico e louco, todos temos um pouco.", por isso, não me admira sermos "enfermeiros das nossas fronteiras" e termos "o cinzeiro da noite" onde "o nosso feito desfeito é defecado".
ResponderEliminarAbraço e obrigada pela visita aos "sons selvagens".
Bfsmn
Yo también lo creo. La realidad es mental, primero; después, la proyectamos y finalmente nuestro cerebro nos conduce a su realización. Eso es lo que piensan
ResponderEliminary enseñan los sicologos.
Muy buen texto, me gustó. Un abrazo.
Creio que todos temos nossas loucuras e o bem que ela faz é esse seu deslumbrante poetar amigo Jaime
ResponderEliminarBeijos
ResponderEliminarTemos a veleidade de tudo saber, com opinião para tudo.
Criticamos o mais ínfimo pormenor esquecendo-nos de
olhar para o nosso quintal e ver o que se passa lá dentro.
E assim desconhecemos a nossa própria realidade.
Um belo poema, amigo Jaime. Gostei muito.
Abraço
Olinda
Pleno de metáforas, fortes acutiladas nas realidades, só me ocorre uma palavra:
ResponderEliminarBrilhante, amigo Jaime!
Desejo bom Fim-de-semana
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
ResponderEliminarPoesia acutilante, Jaime
fiquei arrepiada :)
https://poesiesenportugais.blogspot.com/
Fiquei admirada!
ResponderEliminarUm poema muito à margem do seu habitual registo.
Porém, os poemas de denúncia são importantes.
Abraço, Amigo.
~~~~
Poesia de fina intervenção. Actual, clara, directa. Parabéns, Amigo.
ResponderEliminarAbraço
SOL
Não podemos mesmo estar à espera que outros nos curem ou defendam as nossas fronteiras... Temos de tomar as rédeas das nossas defesas.
ResponderEliminarBeijinhos, amigo Jaime. Bom domingo e feliz semana!
Inspirado e belo poema.
ResponderEliminarBom domingo
Beijinhos
Maria
Divagar Sobre Tudo um Pouco
Gostei meu amigo e aproveito para desejar um bom Domingo.
ResponderEliminarAndarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
well written :)
ResponderEliminarSinais dos tempos... onde a ética e os valores... não têm lugar...
ResponderEliminarMagnifico momento poético, Jaime! E com uma forte e assertiva mensagem!
No momento... evito que a minha mãe, doente, esteja num hospital... com estas greves... cujos seus participantes, poderão ter muita razão... mas sem contemplação, para o sofrimento dos doentes... pois também por estes dias, uma pessoa amiga, foi para o hospital, pelo pé dela, com uma dor num joelho... no momento continua lá internada... pior a cada dia... a recuperar de uma medicação mal calculada, que lá lhe deram e que lhe provocou uma série de hemorragias... porque tudo está a ser feito às pressas... e à balda... também com poucos cuidados de enfermagem, e com pouca atenção... também por médicos... se calhar com turnos acumulados, por andarem a ganhar em vários lados em simultâneo...
A essa pessoa... até as refeições sem talheres, já lhe foram fornecidas... e sem direito a poder chamar por alguém, para assinalar o esquecimento... porque ninguém surge... se o seu chamamento fosse uma emergência... também ninguém viria em seu auxílio... e é neste estado, que estão a funcionar muitos hospitais... nesta forma revoltante... e pondo em causa a saúde, de quem aos hospitais recorre...
Escusado será dizer... que a filha dessa pessoa amiga... apresentou queixa... pois encontrou o seu pai, todo sujo, depois de ter comido com as mãos... e entornado metade da sopa, na cama do hospital... tentando comer algo... enquanto não aparecia mais ninguém... durante... sabe-se lá quanto tempo...
Adorei o poema, Jaime! Às vezes, é preciso apresentar a realidade, tal como ela se apresenta... sem flores!...
Beijinho! Feliz semana!
Ana
Olá Jaime!
ResponderEliminarPoesia interessante, inspiração acima brilhante. Gostei amigo.
beijinho e tenha uma boa noite.
Luisa
Voltei pra sentir melhor o poema, Jaime.
ResponderEliminarComo disse a Majo: "um poema muito à margem do seu habitual registro". Isso, no entanto, demonstra ainda mais seu talento como escritor poeta, sua sensibilidade.
Toda minha admiração por essa obra que diz tanto e ainda muito mais que pudesse caber nesses versos. É como bom perfume concentrado num pequeno frasco.
Um abraço poeta.
Olá Jaime! Sempre nos brindando com belas criações. Parabéns!
ResponderEliminarAbraços e uma ótima semana para ti e para os teus.
Furtado
Muito bom Amigo Jaime. Infelizmente um problema do nosso país.
ResponderEliminarBeijo
Há tantas boas metáforas aí nesse poema, gosto assim também, quando as palavras nem sempre entregam de bandeja o que queremos dizer e criamos, para quem lê, labirintos para muitas possíveis interpretações - apesar de as intenções estarem claras. Gostei, Jaime. Um abraço.
ResponderEliminarOlá, querido Jaime!
ResponderEliminarA força do poeta em cada verso do poema, alertou e arrepiou.
Quem sabe... escreve assim!
Parabéns, meu amigo.
Beijo e boa semana.
Amigo Jaime, que poema!!!
ResponderEliminarUm registo um pouco fora do habitual, mas de uma verrumosa verdade, acutilante e fantástico. Aliás, como sempre!
Pôr o dedo numa ferida muito actual e que nos faz pensar; onde vamos? O que queremos? O que nos espera ali no virar da esquina do tempo?
Belíssimo e poderoso poema, meu amigo. Boa semana.
Beijo de luar
Não" és marinheiro ", não és médico nem enfrmeiro, por acaso és engenheiro, mas, cada um de nós, nas funções que desempenha tem que ter consciência da sua responsabikidade como prestador de serviços à sociedade, pois , na realidade é isso que somos; prestamos serviços, recebemos serviços e assim funciona o mundo, assim funciona a comunidade onde vivemos; não somos " donos " do mundo, nem da verdade e muito menos " videntes; somos simples seres humanos, nem melhores nem piores que os outros, que nos devemos esforçar ao máximo para que, com a nossa actividade contribuemos para o bem -estar das pessoas inseridas no meio onde vivemos. Há valores que, em qualquer profissão, têm que estar presentes, a ética, o profissionalismo, a honestidade e, acima de tudo a solidariedade e o respeito por aqueles que, de alguma forma, dependem desses valores. Costumas falar de amor, Jaime, mas, neste poema, que mais parece um grito, há amor, sim, o amor que deveria estar presente em todas as actividades e que, infelizmente escasseia em algumas que são fundamentais. Gostei muito, como sempre. Um beijinho, amigo, e que a saúde não falte a ti e aos teus
ResponderEliminarEmilia
Boa noite Jaime,
ResponderEliminarUm magnífico poema que, com bisturi poético, incide sobre um tema tão atual e que urge resolver para bem de todos.
Beijinhos e continuação de boa semana.
Ailime
Maravilhoso meu amigo.
ResponderEliminarA nos encantar a com sua delicadeza na escrita poética!
Abraço
Olhar D'Ouro - bLoG
Olhar D'Ouro - fAcEbOOk
Olhar D'Ouro – yOutUbE * Visitem & subcrevam
Uma excelência, por aquilo que expressa. E com que delicadeza deixas transparentar que tempos passados estão tão presentes. Dia e noite, sempre essa constante.
ResponderEliminarUm grande abraço
Poema magnífico posto na eira à hora certa. As enfermidades têm cura?
ResponderEliminarHá tanta pergunta sem resposta e tanta resposta sem pergunta.
Abraço.