Um
cigarro deu comigo
no
meio do deserto.
O
fumo tragava amenamente
o
sol de uma só cor
e
nem sombra de palavras
a
espevitar o meu fogo tão mortiço.
Mergulhei
em miragens desfocadas
ao
alcance falacioso
de
um gesto entorpecido.
Vagueei
fixo
nas
imagens trémulas
para
além do horizonte da razão.
Da
minha fortaleza,
abatida
e conformada,
só
enxergava a cidadela enevoada,
derrubada,
asfixiada
de sons indecifráveis.
Não
me evadi,
desertei
cobardemente
para
a jaula do silêncio dos meus verbos
nos
braços de fantasmas abstratos.
Há
cigarros assim…
© Jaime Portela, Março de 2020
Reflexiva e instigante poesia! Linda! Há tanto assim! abraços, chica
ResponderEliminarE serão só os cigarros os "culpados" desses devaneios poéticos e imaginários?
ResponderEliminarSe calhar não
Abraço
Há dias assim também…
ResponderEliminarPor vezes estamos perdidos, porque sim, por vezes a reação pode tirar-nos desse "cigarro"
Inspirado, como sempre.
Abraço e bom resto de semana
Há momentos em que queremos esquecer as sombras... mas elas existem e são muito dolorosas...
ResponderEliminarGostei muito...
Beijos e abraços
Marta
Fantástico, o seu poema!
ResponderEliminar-
A fé atravessa-nos o pensamento cruel
-
Beijos e uma excelente tarde!
bem este ao menos nao faz mal hehe mt bonito bjs tudo de bom mta saude
ResponderEliminarQue abordagem fantástica! Mais um poema desarmante
ResponderEliminarEspero que o Jaime e os seus se encontrem bem
Continuação de boa semana
Oi Jaime, não existe ópio mais forte que as palavras, como lidamos e criamos com elas.
ResponderEliminarBelo e intrigante poema!
Abraço!
Oi Jaime,
ResponderEliminarUma linda postagem que só poderia ser feita por você.
Gostei muito.
Abraços
Lua Singular
Gosto desses cigarros
ResponderEliminarAbraço
Há cigarros assim, pois há. E há névoas a consumir-nos os dias.
ResponderEliminarDesertemos, resguardemo-nos, afastemo-nos do fogo que nos cerca, pois não há fumo sem fogo; e aguardemos por dias claros que atrás vêm. Fé, esperança e amor!
Tudo de bom, amigo Jaime.
Beijinhos.
Ainda bem que há cigarros assim... Dentro de cada um deles existe uma poesia que tu a libertas para o nosso deleite e encantamento.
ResponderEliminarAinda bem que há poetas assim.
Cumprimentos.
:)
Os pensativos cigarros já não me acompanham há treze anos.
ResponderEliminarAquele abraço, bfds
E há Poetas assim ♥
ResponderEliminarMaravilhoso (como sempre) adorei!!!!
Bom fim-de-semana, em segurança.
Beijinhos
Cigarros com sabor a poesia mas que se devem evitar!!! Bj
ResponderEliminarBom dia , Jaime. Bom, eu nunca fumei, até cheguei na experimentar por curiosidade , mas quase queimei meus pulmões. Esse ai tem um efeito lisérgico e inspirador. Poesia nobre, como sempre. Feliz fim de semana. Daqui a pouco teremos nova postagem. Com esse enclausuramento social devido ao corona vírus posso trabalhar na escrita um pouco mais. Grande abraço. Feliz fim de semana.
ResponderEliminar...e assim vou me apaixonando cada dia mais pelas palavras, tão bem tecidas em poemas como este.
ResponderEliminarUm abraço, amigo Jaime.
"Não me evadi,
ResponderEliminardesertei cobardemente
para a jaula do silêncio dos meus verbos
nos braços de fantasmas abstratos."
Foi o melhor que fez, Jaime. Mais uma poema cheio de imaginação.
Bom fim de semana.
Um beijo.
Jaime Portela "ha cigarras assim" e poetas também! Gostei muito do poema, bem conseguido amo sempre. Outro adjectivo para quê!
ResponderEliminarAbraços poéticos.
No deserto, o silêncio habita por inteiro, mas dentro de nós o pensamento desliza e constrói palavras, os cigarros acontecem e a poesia nasce!
ResponderEliminarMuito bom!
Um abraço.
ResponderEliminarOLÁ JAIME
BELA POESIA
PARABÉNS
EU DIRIA
a irresponsabilidade de certas pessoas
dá comigo num estado de raiva
assustada com o que se passa pelo Mundo
e as pessoas não levam a sério!
Mergulho em pensamentos tristes
sem esperança no futuro
e lá vou ao fundo, outra vez!!!
desertar é a minha vontade
mas, para onde?
infelizmente há pessoas que não valorizaram o que está acontecendo...
Tantos casos, tantas mortes no mundo inteiro
Hoje em Portugal já há 6 mortes
Também estou indignada além de assustada
com muito medo do que poderá acontecer,
beijos da TULIPA
http://tempolivremundo.blogspot.com/
http://meusmomentosimples.blogspot.com/
http://momentos-perfeitos.blogspot.com/
Olá Jaime!
ResponderEliminarQue bom passar por aqui, encontrar um poema diferente, nostálgico no centro de um vazio mas consciente. Há dias assim e há cigarros diferentes!Gostei muitíssimo amigo Jaime.
Beijinho de paz e tudo de bom.
Luisa
Não matem os pássaros
ResponderEliminarAbraço
“Vagueei fixo
ResponderEliminarnas imagens trémulas
para além do horizonte da razão.”
Escolhi este densos versos, amigo Jaime, aleatoriamente (os versos todos são do mesmo quilate).
Gostei muito, caro Poeta. Parabéns!
Um excelente final de semana, caro Jaime.
Grande abraço.
Buon fine settimana.
ResponderEliminarA passar por cá para conhecer mais um bonito poema e desejar bom fim de semana!
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Um belo poema amigo Jaime.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Cigarros e deserto,
ResponderEliminarO fumo e o sol quente.
Tudo longe, tudo perto
E um coração dormente.
Excelente Poema. Parabéns.
Abraço
SOL
Nessa jaula do silêncio nos meteram, mas com versos assim até agrada estar recluido, convida a meditar. Essa magia que invadem os teus versos levando-nos a tratar de tu à imaginação dão vida. Gostei.
ResponderEliminarUm grande abraço
pois é, caro amigo
ResponderEliminarhá cigarros que ardem nos dedos,
sem darmos conta.
muito bom . o poema.
forte abraço
Stay safe.
ResponderEliminarNa jaula do silêncio procuramos a luz, mas está tão mortiça como um cigarro jogado fora.
ResponderEliminarTalvez o cigarro não volte e das cinzas saibamos renascer.
Poema para repensar a vida.
Terno abraço, amigo Jaime.
JP
ResponderEliminarpois há!
cigarros que dá connosco em desatino.
outros
que sáo compartilhados
um poema no estilo que já estamos habituados.
gostei!
bom domingo
beijinhos
:)
Querido Jaime as coisas estão um pouco complicadas.
ResponderEliminarParecemos cigarros acessos perdidos no tempo.
Que Deus ilumine seu lar.
Um abraço.
Megy Maia
Perdoa a minha ausência, querido amigo Jaime, mas tenho estado - e continuo - doente. O corona não me atacou... é uma das minha infecções pulmonares habituais (eu já lhes chamo habituais porque visitam-me duas e três vezes em cada inverno. Esta foi das fortes, e desde o dia 9 que não saio de casa. A disposição não é das melhores, como podes calcular, e os próprios medicamentos nos põem em baixo.
ResponderEliminarGostei muito do teu poema que acho um pouco intrigante. Claro que a falta de saúde também não ajuda a compreendê-lo perfeitamente...
Cuida-te, que os tempos que correm assim o exigem.
Desejo uma semana feliz
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Como já disse noutro lado deveria apreciar a poesia, neste momento não consigo, tão pouco escrever. Não sou dada a dramatismos, mal vejo TV, valorizo o que a natureza está a fazer, o número de mortos nem vai equilibrar a natureza. Ando a dar cabo das ervas do terreno, a dar hipótese natureza, espero que esta sobreviva e se o ser humano for dizimado uma parte, paciência, não fizessem tantos disparates
ResponderEliminarVagueando dentro de si mesmo!
ResponderEliminarReflexão poética muito interessante.
Saúde e proteja-se!
Beijo
Da minha fortaleza,
ResponderEliminarabatida e conformada,
só enxergava a cidadela enevoada,
derrubada,
asfixiada de sons indecifráveis.
Gostei muito dessa parte, imensamente bonita e forte! Bateu comigo.
Beijo, Jaime, cuida-te com essa pandemia, derrubar esse vírus não vai ser fácil. Mas haveremos de conseguir.
Há cigarros assim e desertos assim. Imensa gente atirada ao deserto dos seus cigarros, muito mais do que se julga, pois, não aparecem nos noticiários... solidões de total abandono que ninguém quer saber. Vivem e morrem sós, se fizessem a contagem... os números seriam na mesma, brutais, como as vítimas desta pandemia.
ResponderEliminarPoesia de muito bom gosto!
Boa semana!
Beijo
A introspecção... sempre associada ao acto de fumar... e no momento, ainda mais, face à realidade dos tempos...
ResponderEliminarNo entanto, fumar... deverá ser um gesto a evitar... para mais nos tempos actuais... em que o objectivo maior... é conservar-se a saúde... e a máxima capacidade pulmonar...
Um belo poema... que nos remete, para desertos, feitos de inquietação... em que vemos miragens de um passado, substituído por um inquietante presente... mas o que fazer? Há mesmo momentos assim!... E estamos todos a passar por eles...
Beijinho! Uma semana, o melhor possível, dadas as circunstâncias!
Ana
Ei, tenha um bom dia!
ResponderEliminarHoje escrevi um poema e pintei um quadro, mas não sei quando estará disponível. Eu gosto da sua poesia
Bom dia Jaime,
ResponderEliminarUm poema muito criativo.
Há silêncios que falam alto ao coração.
Gostei muito.
Beijinhos e boa saúde.
Ailime
Graças a Deus que o cigarro distanciou-se de mim há uns cinco anos, por incrível que pareça , o cigarro é inspirador, porém maléfico.
ResponderEliminarGrande poema, como sempre.
Abraços!
"Há cigarros assim", tramados mas inspiradores... mesmo quando fumados numa
ResponderEliminar"fortaleza abatida e conformada". Força, poeta!
Beijo, muita saúde.