Não
sei se sou uma aldeia
que
flutua, envergonhada, na firmeza das ideias
por
entre a incerteza das palavras,
se uma
cidade que deambula, meretriz,
na
clareza dos verbos
com
a boca na ambiguidade das ideias.
Em
todo o caso, debato-me enleado
na
força que não faço das fraquezas
e
sinto-me roubado no absurdo das certezas
perante
as verdades consertadas.
Serei
gota que perdura, imiscível,
num
mar de gente que da lua é igualzinha?
Ou
rio de evasão e permanência,
num
cacto que vive morto em quarentena
para
resistir à falta de água?
Ou
serei, estranhamente,
um
corpo só, que na poesia se arrima
para
melhor se calar?
Melhor
explicado, pois também
não
sei dizer tudo aquilo que não sou,
o
que sou, já nem eu sei.
© Jaime Portela, Junho de 2020
Um excelente poeta é com certeza.
ResponderEliminarBeijo
Lindo poema, Jaime! Todos nós somos flutuantes neste mundão de incertezas, algumas vezes aldeias, cidades, continentes...Cada um procura conhecer seu universo para se entender e viver melhor.
ResponderEliminarAbração e obrigada pela presença!
Há tantas questões sobre quem somos. Mas será que algum dia o saberemos em pleno?
ResponderEliminarMais um belíssimo poema, Jaime!
Continuação de boa semana
Todos flutuamos através do imaginário, neste caso, imaginário poético. São assim os bonitos contrastes da vida
ResponderEliminarEste soberbo poema fala desses contrastes flutuantes.
E que sedutores ficaram. Deliciei-me a ler.
.
Um dia feliz
Cumprimentos
Um belo poema
ResponderEliminarBeijinhos 😊 , Damsel.me-Clique Aqui
Não és o único, Jaime! Que coisa é esta que nos atiraram... se não é, parece! Que mundo estranho, que tempo estranho!
ResponderEliminarQue poesia sempre cuidada, lapidada, vale a pena a demora por aqui.
Aproveita a tua semana.
Até já
Mais um poema muito poderoso!! Amei!
ResponderEliminar-
Mergulhada nas águas do desejo.
Beijos e uma excelente noite! :)
Ciao Jaime, bella poesia. Concordo con Andreia.
ResponderEliminarBuona serata.
Caro Jaime,
ResponderEliminarNas aldeias dos pensamentos, firmamos nossas ideias, mesmo que existam embaraços nelas. Somos estranhos, num mar de gente igualzinha.
Mais um poema repleto de sentimentos.
Um abraço!
Posso fazer uma piada com o título??
ResponderEliminarFoi o que disse o amnésico :))))))
Aquele abraço, bfds
Bom dia de paz, Jaime!
ResponderEliminarAcontece um emaranhado de pensamentos em tempos difíceis no mundo.
O eu real fica disperso, pode confundir,mas a poesia esclarece ...
Tenha um final de semana abençoado!
Abraços fraternos de paz e bem
Estamos todos num barco à deriva...às vezes, ficamos calados, outras, gritamos.
ResponderEliminarChegaremos a bom porto? Espero que sim..
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Olá querido amigo Jaime,
ResponderEliminarSe somos aldeias ou cidades, por vezes, depende de como reagimos perante as situações que a vida nos coloca.
Gostei muito desta passagem:
"Em todo o caso, debato-me enleado
na força que não faço das fraquezas
e sinto-me roubado no absurdo das certezas
perante as verdades consertadas."
Palavras sempre cuidadas, inteligentes e sábias! Amei mais esta bela poesia!!!
Bom fim-de-semana!
Beijinhos
Mais um belo poema de que gostei bastante amigo Jaime.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Lindo poema
ResponderEliminarpois acho que é o que muitos de nos fazemos essa pergunta heh muito bonito o poema bjs
ResponderEliminarPerfeito, belíssimo poema, amigo Jaime, por vezes nos sentimos assim diante de tantos absurdos, parece que diante dos poderes não somos ninguém, os olhares vão em outras direções, menos nas nossas.
ResponderEliminarAplausos para tão belo poema!
beijo, um bom fim de semana!
Ou serei, estranhamente,
um corpo só, que na poesia se arrima
para melhor se calar?
Melhor explicado, pois também
não sei dizer tudo aquilo que não sou,
o que sou, já nem eu sei.
Gostei e é um poema para pensar.
ResponderEliminarum beijinho e bom fim-de-semana
A vida coloca-nos interrogações, na necessidade de uma busca por nós próprios, onde por vezes mos sentimos enleados "perante as verdades consertadas".
ResponderEliminarA força do poema alerta-nos para o valor e sentido da vida.
Saudações poéticas.
Juvenal Nunes
Nunca sabremos realmente lo que somos.... Profundo poema. Saludos.
ResponderEliminarBom dia Jaime,
ResponderEliminarBelíssimo poema.
Entre a aldeia e a cidade vamos vegetando neste atual mundo estranho.
Um beijinho e um ótimo fim de semana, com saúde.
Ailime
(respondi ao seu desafio).
Somos tudo o que quisermos, Jaime. E uma coisa é certa: és um Poeta...
ResponderEliminarUm bom fim de semana.
Um beijo.
Por vezes somos assim, corpos perdidos de nós...
ResponderEliminarNo entanto, temos de erguer a cabeça bem acima dos muros que se levantam, esculpir poesias com o olhar, espalhá-las pelos rios que nos correm na alma e ser luz, cor e mar.
Bom fim-de-semana, amigo Jaime.
Beijinhos.
In this world of uncertainties, who are we?
ResponderEliminarThe question we are all asking ourselves at this moment in time, this globally shared moment that draws us together more powerfully than ever before.
Oh Jaime...your words have touched me Soul deep.
You are not alone in this...I, your reader and friend, am not alone in this...we are together!
A truly beautiful and deeply moving poem.😊😊
Have a great weekend...and stay safe.
Kisses xxx
Somos partes do Mundo! Bem o dizes no teu magnífico Poema.
ResponderEliminarParabéns, Jaime. Adorei.
Abraço
SOL
Olá querido Jaime!
ResponderEliminarQuanto a ser ou não ser, neste momento ninguém sabe bem quem é... nem o porquê de tudo... nem o porquê de nada! Mas posso dizer que és um excelente Poeta e um bom amigo. Quanto ao fenómeno pandémico é um segredo que ninguém sabe desvendar, só Deus terá resposta. Jaime, gostei muitíssimo da tua inspiração poética. Parabéns!
Beijinho de paz e continuação de bom fim de semana.
Luisa
Sou do teu pelotão. Sei lá! Só sei onde me arrimo.
ResponderEliminarFantástico poema, meu amigo Jaime.
Um beijo.
Um belíssimo poema.
ResponderEliminarAbraço, saúde e bom domingo
"Não sei se de mim saberei algo" foi o título que dei ao meu mais recente romance, tendo em conta que só é possível dar-nos conta de quem somo através da interação com o outro, numa relação de inter-subjectividade capaz de nos alertar para as diferenças que nos preenchem e nos completam. Nada somos sem o outro.
ResponderEliminarO seu poema, caro Jaime, consegue equacionar toda esta problemática, de uma forma leve e ousada, configurando um conjunto de correlações muito bem arquitéctadas, onde a essência poética não deixa nunca de estar presente.
Um abraço.
Claro que sabes, e como escreves!
ResponderEliminarÉ a realidade que nos toca viver. Mais ainda quando alguém passa de lado e olha com nojo. Que realidade!!!
Gostei deste sentir teu com o qual me identifico.
Abraços de vida
JP
ResponderEliminarum bom poema
e se nao sabes quem és
o Poeta sabe
mas, faz que nao sabe...
adorei o poema!
bom domingo!
beijinhos
:)
Jaime,
ResponderEliminarÉ bem verdade que nem
sabemos mesmo.
Lindos versos.
Bjins
CatiahoAlc.
Mais um belo poema, este que ora nos ofertas. Parabéns!
ResponderEliminarAbraços e uma ótima semana para ti e para os teus.
Furtado
Eu gostaría de ser "gota que perdura imiscível".
ResponderEliminarBoa semana.
Somos poetas e amantes de poesias.
ResponderEliminarFabuloso poema,li e reli. Gostei muito.
ResponderEliminarContinuação de excelente semana.
Vamos flutuando neste mar de incertezas esperando atracar em bom porto...
ResponderEliminarLindo poema amigo Jaime Portela.
Saúde!!
~~~
ResponderEliminar«SÓ SEI QUE NADA SEI»...
SÃO AFIRMAÇÕES DE HOMENS SÁBIOS...
Magnífico poema, estimado amigo!
Abraço afetuoso.
~~~~
Meu caro Jaime
ResponderEliminarQualquer coisa (?) me levou a vir aqui confirmar o meu comentário. Não o encontrei.
Como penso que, para tudo, há uma explicação lógica… a que encontro é ter-me esquecido de clicar em “Publicar”.
Por sorte (?) houve um motivo particular que me “segredou” que guardasse todos os comentários que fiz nesse dia – em blogs e no Face. E assim pude recuperá-lo e aqui o tens, com o meu pedido de desculpas:
Nos tempos conturbados que vivemos muitos de nós se sentem à deriva, sem saber quem são nem para onde vão…
Tu expões esse “drama” (para alguns é um verdadeiro drama) duma forma clara e concisa , neste lindo poema.
Parabéns.
RE – Fico feliz por teres visionado o vídeo da minha entrevista. Costuma-se dizer “o que não te mata torna-te mais forte”, e assim é, de facto. As dificuldades por que passamos fortalecem-nos e, no meu caso pessoal, deram-me uma perspectiva de análise que, sem dúvida, influenciaram toda a minha vida.
Obrigada, querido amigo Jaime.
Bom Fim-de-semana
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Jaime,
ResponderEliminarA gente já não sabe
de tanta coisa...
Lindos versos.
Bjins de boa nova semana
CatiahoAlc.
Acho que nós nunca sabemos aquilo que somos e aquilo que viremos a ser,o mais importante é aproveitar a vida ao máximo,tudo o resto não importa!!
ResponderEliminarUm poema brilhante, que nos induz à reflexão... sobre nós mesmos... sobre o mundo... sobre nós no mundo... e o mundo em nós... e nos tempos que correm... tal tarefa não nos é mesmo nada facilitada, nestes tempos tão estranhos e conturbados...
ResponderEliminarAdorei ler! O "só sei que nada sei" nunca esteve tão perto da verdade de todos nós... e tão na sua máxima assertividade!...
Beijinhos
Ana