Vejo,
por vezes, o desconcerto
do
insustentável mau trato da língua.
Então,
porque o descuido que destroça a palavra
é
distinto e redito,
imagino
a vanidade do remo sem água
nos
que se deixam molhar até à medula
com
a chuva de tolices estampadas,
enquanto
contemplam, acéfalos,
o
remoinho do regurgitado.
Não
há horas felizes nessa bravata de gargarejos,
onde
o poema, ferido,
se
contorce com vários trejeitos
[ouvindo
aplausos à beleza da gravata
e ao
esplendor do verniz]
à
espera que o saber da palavra construa, enfim,
o
sustentável bom trato do verbo.
© Jaime Portela, Agosto de 2020
Mais um maravilhoso poema *-*
ResponderEliminarContinuação de uma boa semana
Jaime,
ResponderEliminarBravíssimo para mais
essa linda poesia.
Bjins
CatiahoAlc.
aprendendocomeles@gmail.com
https://reflexosespelhandoespalhandoamigos.blogspot.com
Um belo poema amigo Jaime.
ResponderEliminarUm abraço e continuação de uma boa boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Jaime, existe um dentro que deseja se manifestar, mesmo quando deixa à mostra apenas "a beleza da gravata e o esplendor do verniz". Não estou prestando anuência ao vilipêndio da linguagem, realmente deplorável. Depreende-se de seu poema uma crítica. Creio, porém, que até os poemas feridos podem, em sua essência, algo dizer. Abraço.
ResponderEliminarMais um poema que me fascinou ler. O amigo Jaime Portela tem o dom do bem escrever poesia. O meu elogio e 👏
ResponderEliminar.
Boa noite
Cumprimentos
Querido Jaime, um complexo poema a se questionar, ler, reler e interpretar (tentar).
ResponderEliminarAlguém já disse que não existe nada mais democrático do que as palavras e concordo, mesmo que não sejam bem utilizadas,haverá de ter algum valor a quem as pronunciam ou escrevem.
Gostei do exercício, abração, amigo!
Andam por aí muitos verbos desconcertados, muitos vernizes desmaltados, muitas faltas de gravata... de berço, de chá.
ResponderEliminarE o que eu vejo e prevejo é que em nada de bom dá nem dará.
Como bem dizes,
assim
"Não há horas felizes".
Beijinhos, amigo Jaime!
Como diz o Ricardo, o Jaime tem o dom para a Poesia e da mais bela! Adorei
ResponderEliminar-
Não, não me troques por ninguém
-
Beijo, e noite feliz!
Meu amigo Jaime, gostei muito deste teu poema, um grito de alerta em defesa da língua, um grande instrumento para que os poetas possam entoar os seus cantos.
ResponderEliminarParabéns, Poeta, um excelente final de semana, caro Jaime.
Um abraço.
Pedro
Como hoje anda lá pelo meu cantinho, há pessoas que só valeram a pena quando eram espermatozóides.
ResponderEliminarAquele abraço, bfds
Um ótimo poema para começar o dia!
ResponderEliminarBeijinhos,
Damsel.me-Clique Aqui
A língua é destruída, destroçada, está cheia de palavras " emprestadas" e verbos mal conjugados....
ResponderEliminarSão horas felizes aquelas em que encontramos poemas poderosos como este....
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Sempre profundo e actual. A nossa língua nem sempre tem sido respeitada o que é lamentável, porque língua é sinónimo de Pátria!
ResponderEliminarBom fim de semana, caro Jaime.
"Vejo, por vezes, o desconcerto do insustentável mau trato da língua." Como estou de acordo com o que diz Jaime. É bom que o seu poema seja um grito de alerta para quem não tem a preocupação de escrever e falar em bom português.
ResponderEliminarUm bom fim de semana.
Um beijo.
Que poema lindo. Realmente o mau trato da língua, e a falta de um pensar próprio, não movido por modas ou manias, já chocam.
ResponderEliminarVanessa Casais,
https://primeirolimao.blogspot.com/
Poesia mais bela adorei
ResponderEliminarExactamente!
ResponderEliminarElaborado poema ao desconcerto que por aí anda...
Beijo
A estética não pode suprimir o pensamento, mas permitir que o pensamento se possa traduzir em arte, mesmo que antiestética. A tensão existe na arte, é uma demonstração simbólica como na música e na pintura, mas a palavra é necessária,estética ou não, pois a palavra vive e a música apenas sublima, embora maravilhosamente. Um abraço, Yayá.
ResponderEliminar"O bom trato do verbo", com toda a beleza e significância, é de cultivar.
ResponderEliminarUm repto certeiro.
Beijo e saúde, meu amigo Jaime.
A minha língua materna não é o português. Só empresto do dicionário as palavras para me exprimir no seu idioma. Não falo ou escrevo corretamente, mas , estou muito honesto quando digo:Adoro a língua materna de Camões.
ResponderEliminarabraço
Gravatas ou vernizes não são definições que possam alterar o interior de cada um. A Alma da gente tem personalidade e vida própria. Gostei do disfarce da tristeza que ali existe.
ResponderEliminarParabéns.
Abraço
SOL
Concordo de todo contigo.
ResponderEliminarPara cúmulo há quem considere que estas nossas preocupações com a Língua não se justificam , porque erros são meras banalidades!!!
Te abraço , bom fim de Agosto
Na verdade.
ResponderEliminarAbraço
Poema/denúncia de grande actualidade
ResponderEliminare qualidade!
"que nunca a voz te doa", amigo Jaime
no propósito de defesa da Língua Portuguesa
grande abraço
Precioso poema amigo Jaime. Saludos a la distancia. Un placer leer tu obra poética.
ResponderEliminarMaravilhoso poema amigo. Boa semana. Beijo
ResponderEliminarPues tus palabras son hermosas. Ti poesia pura belleza. Un beso grande
ResponderEliminarMais um belíssimo poema, sempre tão inteligentemente bem escrito!
ResponderEliminarFique bem querido amigo Jaime, beijinhos!
Passei os meus melhores anos na escola... a aprender a escrever mal... agora com este Acordo Ortopédico... que fizeram da língua portuguesa... certamente mais pensado com os pés... do que com a cabeça... que eu não aceitei... mas que passou a ser... aceitado!... Termo que antigamente me teria dado um chumbo directo, na disciplina de Português...
ResponderEliminarMais um belíssimo momento poético... que nos faz reflectir para além da feira das vaidades... meio de excelência, onde tantas vezes, se decidem... idiotices... vazias de tudo... até de sentido... como o presente Acordo...
Beijinho! Feliz domingo!
Ana
JP
ResponderEliminartens razão!
nossa língua é tão rica e bonita, mas muito maltratada por aí.
uma crítica bem feita.
bom domingo
beijinhos
:)
um reparo como uma farpa
ResponderEliminar"...à espera que o saber da palavra construa, enfim,
o sustentável bom trato do verbo."
espero que o verbo seja contemplado com o respeito que merece
muito bom! às vezes dizem-nos "esperem sentados"!
não vou por aí
haja otimismo
boa semana Jaime
Ola Jaime,
ResponderEliminarMuito bem escrito e lembrado.
Não podemos perder as esperanças
que dias melhores virão.
Um beijo
Olá Jaime! Passando para te cumprimentar e me deliciar com a leitura de mais uma das tuas belas criações. Muito profundo o teu poema.
ResponderEliminarAbraços e um ótima semana para ti e para os teus.
furtado
Amigo Jaime; que belo poema, que bela forma de nos fazer "passear" pelas formas, pelo verbo, pelo sentido e significado de um punhado de palavras que nos brota da alma e resvala pelo papel.
ResponderEliminarGravatas e vernizes jamais poderão "afogar" a força, a beleza e a intensidade de um poema. Muito menos de um poema teu!
Belíssimo.
Beijo... de Luar
Nem todos os vernizes ficam bem, há que saber usar.
ResponderEliminarBelo poema.
Beijo
palavras assertivas!
ResponderEliminaraproveito para desejar uma boa semana!
Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram | Youtube
Jaime,
ResponderEliminarBom dia e como esse
texto mostra palavras
e palavras.
Adoro.
Bjins de renovação de esperança.
CatiahoAlc.
Blogs
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Colocam a gravata os homens, compondo assim o seu melhor fato, enfeitam-se as mulheres com os seus longos para, em alto e bom som, dizerem que temos uma lingua riquissima em vocábulos, mas não se acanham nessas alturas em usar palavras inglesas, em utilizar uma lingua tão pobre que tem a mesma palavra para vários significados, enquanto a nossa lingua tem vários vocabulos para um só significado. Uma amiga minha me dizia com frequencia que um dia destes não poderia andar sozinha, pois não sabe Inglês e começa a ser dificil decifrar o que está escrito, por exemplo numa vitrine de loja. Sabes, Jaime, indigna-me estas coisas e dificilmente me veem empregar um termo inglês, mesmo em casos de informática , a não ser que não conheça o correspondente na nossa lingua. A mim choca-me mais este desprezo pelo nosso Português do que propriamente os erros ortográficos, embora seja de lamentar que os engravatados deste país e as madames de vestidos longos e joias no pescoço cometam tantos atropelos , muitas vezes piores do que aqueles que só tiveram a possibilidade de aprender a ler e a escrever,durante os primeiros 4 anos de escolaridade. Amigo, como sempre, alonguei-me muito e espero que neste " testamento " não tenha cometido alguma indelicadeza com a nossa lingua, mas...às vezes acontece. Um abraço e SAÚDE para todos. Obrigada pelo belo poema, aliás, como sempre acontece
ResponderEliminarEmilia
Olá! Como está?
ResponderEliminar"o sustentável bom trato do verbo." - parece
que começa a ser cada vez mais difícil, para muitos...
Abraço!
Bom dia Jaime!
ResponderEliminarGostei de ler seu poema. Brilhante!
Continuação de boa semana. Ótimo mês de setembro.
Beijos!
Uma bonita introspecção
ResponderEliminarBem escrita
Gostei