Brincamos à morte do conformismo
e aplaudimos as grandes causas mundiais
no remanso do sofá.
Viciados na denúncia do vício da corrupção,
contemplamos a teia
sem ver a planetária pobreza dos fracos
por onde a penúria circula exangue no sangue
e sem esganar nenhum dos senhores da guerra.
E sabemos que precisamos de uma noite
de facas longas e afiadas
contra a trampa do liberalismo selvagem
que nos vão vendendo
travestido de economia de mercado
e contra a tirania
dos ditadores que persistem no poder.
Nessa noite,
que depressa dia seria,
dançaríamos ao toque de outra Grândola,
de outro Kalinka, de outro Samba,
e só estariam terminadas quando cuspíssemos
toda a revolta entalada na garganta.
Então,
despiríamos a noite em que nos ofuscamos
e trajaríamos o raiar da nova aurora.
© Jaime
Portela, Janeiro de 2023
Belíssimo. Mais um carregado de verdades.
ResponderEliminarBom dia
P.S: Espero que esteja a brincar quando disse para trocar de cão... Os cães não se trocam, pelo menos eu não troco os meus. Já são família :)
Olá
ResponderEliminarObrigado por visitar meu outro blog WordPress.
Eu posso responder.
te sigo com prazer
Natália
Sempre assim foi, é e infelizmente sempre assim será.
ResponderEliminarMudam-se os nome. Continuam as mesmas políticas.
Poema que remete o leitos/a para uma enorme reflexão, embora essa, caia sempre na mesma expressão " Nada muda"
Cumprimentos
Gostei da dinamica do poema.
ResponderEliminarFez-me lembrar Zé Mário Branco.
Bravo, Jaime
Un testo impegnativo e molto intenso, che ho gradito e molto apprezzato.
ResponderEliminarCari saluti,silvia
Um poema esclarecido com uma mensagem clara. A poesia também é isto.
ResponderEliminarUm abraço.
Gostei amigo Jaime.
ResponderEliminarUm abraço e continuação de uma boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
E o Mundo seria outro... podemos esperar que seja diferente nesse Amanhã...
ResponderEliminarBrilhante como sempre....
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
A brincadeira está na hora derradeira ☠️
ResponderEliminarKremlin avalia as entregas de tanques ocidentais como "participação directa no conflito"
Uma bomba nuclear russa ☢️ acabará com o pesadelo.
Poema extremamente político que me deixou a pensar 🤔 nas pessoas que não têm sofás.
Embora tenhamos um visão diferente do mundo, Jaime, aprecio muito a sua POESIA.
Saudações das margens do rio Reno.
Um poema forte e contundente, retratando a realidade que vivemos no mundo. Infelizmente, em vez de vermos a luz ao fundo do túnel, vemos um enorme mar, onde todos nós iremos afundar.
ResponderEliminarGostei muito, caro amigo Jaime.
Continuação de ótima semana.
Abraço amigo.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Boa tardinha de paz, amigo Jaime!
ResponderEliminar"... no remanso do sofá."
Assim, é fácil assistirmos o mundo em polvorosa.
Um poema contextualizado, bem atual.
Tenha dias abençoados!
Abraços fraternos
Muito bem expresso e escrito...
ResponderEliminarHá que partir para a ação...
Por que não escreves a tua opinião para o Jornal do Minho?
Tenho a certeza que terias sucesso, como poeta redator...
A Graça Sampaio está a escrever no Jornal de Leiria, como
critica literária. Além de copiar, é o que ela faz melhor.
Bom fim de semana.
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Lendo e pensando que a impotência leva-nos ao conformismo.
ResponderEliminarE seguimos! bom seria saber a quem cuspiriamos toda a nossa revolta?
talvez aos deuses Jaime, que nos deixou nessa situação caótica.
Um poema para reflexaõ e sem respostas.
Meu abraço.
Meravigliosa questa poesia. Complimenti amico Jaime. Buona continuazione di settimana.
ResponderEliminarReal y excelente poema.
ResponderEliminarUn abrazo.
Disseste em poema aquilo que eu sinto por dentro....
ResponderEliminarGrande abraço, meu amigo
Gostei bastante. Obrigada pela partilha!!
ResponderEliminar.
Nas manhãs da simplicidade da vida.
.
Beijos
Boa tarde!
Um poema político, pleno de verdades de tons fortes. O mundo todo assim, os poderes regurgitando poderes, e o povo inerte, impotente.
ResponderEliminarParabéns, poeta.
Um abraço.
Olá Jaime.
ResponderEliminarBonito poema
Um desabafo que está na garganta do Mundo.
Boa noite pra você.
Beijo!
Hello my blog friend,
ResponderEliminarThanks for sharing this beautiful poem. Have a good day :)
A Poesia não se faz apenas de palavras melosas, ou alusões a uma vida que se foi construindo de sonhos e ambições de alcançar a felicidade.
ResponderEliminarA poesia pode ser tão incisiva quanto uma adaga, um punhal ou uma longa e afiada faca que se espeta na consciência de quem a lê.
A global pobreza não é feita apenas de fome de comida, é também um alerta para aqueles que vivem olhando para o próprio umbigo.
Que haja fome, destruição, sede de justiça, morte e dor...mas lá longe, onde não nos atinja nem moleste. Nem que para isso se lhes negue a ajuda que precisam para se defender...Cobardes!
Um beijo amigo, Jaime.
Saudações das margens do Douro!!
É sempre bom refletir!👏😘
ResponderEliminarCaro Jaime,
ResponderEliminarO maior dilema é as pessoas passarem a achar tudo isto normal e perderem a faculdade de questionar, ou, pura e simplesmente acomodarem-se.
Excelente manifestação no seu poema.
Um kandando.
Profundo poema. Te hac epensar como van las cosas en todo el mundo. Te mando un beso.
ResponderEliminarEssa alvorada, esse amanhecer limpo e claro, parece cada mais longínquo.
ResponderEliminarAbraço, bfds
Querido Amigo Jaime, faltam-me as palavras para comentar tamanha relíquia e tamanho talento poético.
ResponderEliminarParabéns pela estrondoso poema!
Que o seu fim-de-semana seja muito feliz.
Beijinho
Se despíssemos "a noite em que nos ofuscamos e trajaríamos o raiar da nova aurora". Tão belo!
ResponderEliminarTudo de bom, meu Amigo Jaime.
Um beijo.
Bom dia, Jaime
ResponderEliminarPoema reflexivo, um forte abraço.
Olá, caro amigo Jaime,
ResponderEliminarPassando por aqui, relendo este excelente poema que muito gostei, e desejar um feliz fim de semana, com muita saúde.
Abraço amigo.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
A magia dos poderosos é o próprio Poder. Nele assenta o domínio sobre o Povo e a recusa de poder olhar a realidade.
ResponderEliminarManuel de Arriaga? Qual quê? Morreu e não deixou seguidores...
Poema de intervenção com muito valor didático.
Parabéns, Jaime.
Abraço
SOL da Esteva
ResponderEliminarGRANDESSÍSSIMO JAIME PORTELA,
VOCÊ E SUA POSTAGENS ALÉM-MAR FANTASTICAS!!!
AGORA,VOCÊ NÃO IMAGINA COMO ANDA O NÚMERO INACREDITÁVEL DE OPÇÕES DE GENÊRO SEXUAL.
NOSSO BLOG "HUMOR EM TEXTOS" PEQUISOU E DESCOBRIU UM VIDEO ABSOLUTAMENTE ESCLARECEDOR SOBRE A MATÉRIA.
NÃO DEIXE DE CONFERIR!!!
UM ABRAÇÃO CARIOCA.
Boa tarde Jaime,
ResponderEliminarUm belíssimo poema!
Que essa nova aurora não tarde!
Beijinhos e bom fim de semana.
Ailime
ResponderEliminarOLÁ AMIGO JAIME
com muita atenção como é habitual em mim
li o teu poema
gostei de ler..."no remanso do sofá"
Pois com este frio é só o que apetece, tapadinha e bem agasalhada
Mais abaixo encontro:
Nessa noite,dançaríamos ao toque de outra Grândola,
de outro Kalinka...
Ohhh isto diz-me alguma coisa
foi na minha visita de 2004 que vim deslumbrada com o que vi
que, escolhi esse nome na blogosfera!
Outros tempos!
Então, hoje convido a ver um dia que passei na cidade do Porto,
espero que goste!
Aqui:
http://meusmomentosimples.blogspot.com/
Bom domingo,
beijo da Tulipa
Também não sei quem nos convenceu, logo à nascença que teriamos uma vida bela, num mundo pacifico, num planeta azul; à medida que fomos crescendo, vimos que fomos ludibriados e não precisámos chegar a esta idade para termos essa convicção; muito cedo ensinaram-nos a amar o próximo, disseram-nos que teriamos um paraiso à nossa espera e que não temessemos a morte porque ressuscitariamos; teriamos sempre uma entidade divina ao nosso lado, cuidando de nós, que nada nos aconteceria de mal se nela acreditassemos e o que se vê, Amigo? Nenhuma beleza, muita barbaridade, alguns sempre protegidos, outros sempre largados à sua sorte; " brincam" com a nossa esperança, dão cabo dos nossos sonhos de felicidade, " armam-se " em donos do mundo, destroiem, sujam o azul do nosso planeta, matam inocentes e nós, furiosos, nos perguntamos onde estará a tal protecção prometida, o tal paraiso, a vida que nos disseram ser bela. Ficamos confortavelmente sentados no sofá, em casas aquecidas, lamentando aqueles que nem um cobertor têm. Mas, poderemos fazer alguma coisa? À nossa volta, claro que sim, mas..fazemos? Creio que nao, Amigo. Fomos iludidos continuamos a ser e, pior de tudo, ainda querem tirar-nos a esperança de um dia vermos um pouquinho desse paraiso na terra E vão conseguir! São tantas, mas tantas as noticias ruins a entrarem pela nossa casa dentro que logo, logo, estaremos convencidos de que não há " nadinha de nada " que valha a pena neste nosso mundo e isso não é verdade, mas...não dá audiencias. A mim, não me convencerão de que há só malvadez entre os Homens. Dois belissimos poemas que exigem reflexão de todos nós, Não deixemos que nos enganem! Parabéns, Amigo! Um beijinho, um bom domingo e saúde para todos aí em casa
ResponderEliminarEmilia
ResponderEliminarO conformismo enleia-nos numa trama desgraçada.
Ata-nos de pés e mãos num marasmo de cobardia.
Dias se passam na ilusão de que podia ser pior.
Belo poema, caro Jaime. Composição poética,
plena de palavras vigorosas.
Abraço
Olinda
Muito bom grito, Jaime!
ResponderEliminarMas na noite escura nos querem manter, e nós que fazemos? De noite dormimos.
É mais que hora de acordar!
Beijinhos e boa semana!
E assim prosseguimos anestesiados desta realidade que não parece mudar...
ResponderEliminarcomo pequenos grãos de uma engrenagem que em tudo nos ultrapassa... mas nunca nada se mantem para sempre... há sempre uma aurora que traz mudanças... até se cair em novo ciclo viciado... repetir erros, parece estar na génese da história da humanidade...
Uma belíssima análise da essência deste nosso desgraçado mundo, ao serviço de interesses... que nos ultrapassam... mas que ainda assim, precisam de nós...
Um beijinho
Ana