Enquanto o verão
teima em preservar-se murado a ferro e fogo
pelas correntes austeras do inverno europeu,
importado sem barreiras e acrescido
do zelo oportunista dos vendedores,
ardemos lentamente numa espiral inflacionista.
É o tempo do regresso aos atos sem escrúpulos
que rejeitam toda a seiva das plantas
e onde as estrelas vão definhando
numa noite a escurecer a cada espirro do algoz
que nos rouba com descontos milagrosos.
Brandos, esbulhados e arruinados,
vamos vivendo com esta religião
que nos vende a felicidade dos pobres,
onde a miragem se vai dissipando lentamente.
Resta-nos a cabana da impotência,
envolta pelas cerejeiras a florir ao luar
ou pelas águas de Abril
sem medo de tornar o verde ainda mais verde,
onde podemos ruminar o naufrágio
à lareira baça da nossa indignação.
© Jaime
Portela, Abril de 2023
Um poema que é mais uma reflexão muito assertiva acerca da realidade que nos cerca.
ResponderEliminarOs tempos estão muito difíceis e, pela parte que me toca... a esperança em dias melhores cada vez se afasta mais dos nossos dias.
Gostei muito das tuas palavras, amigo Jaime.
Amigo, desculpa demorar tanto a visitar-te, mas tenho estado bastante doente. (há mais de duas semanas que não vinha ao computador). Ainda não estou bem, principalmente no que se refere a forças, que me faltam por completo. Mas enfim, com o descanso que o médico me recomendou, tudo há-de voltar ao normal. Espero!!!
Continuação de boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Brutal! Que excelente poema!
ResponderEliminarBom dia
Cláudia - eutambemtenhoumblog
Um pungente grito de revolta social
ResponderEliminarBravo jaime
Um poema forte sobre os tempos complicados que vivemos...
ResponderEliminarObrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Poema brilhante composto por versos em tom de grito de revolta pelo que se passa atualmente no mundo em geral e Euroas em particular.
ResponderEliminarFaz-me lembrar a canção de Zeca Afonso: "" Eles comem tudo ... eles comem tudo... e não deixam nada ""
.
Deixando saudações cordiais
E vamos assim Jaime nos equilibrando e gosto muito da idéia de
ResponderEliminar'tornar o verde mais verde', capaz de não nos deixar afundar...
Um bom dia de abril pra Ti ,amigo querido
com abraços
Boa tarde Jaime,
ResponderEliminarMagnífico poema que reflete a realidade por que estamos passando, uns mais que outros, mas que não deixa ninguém indiferente.
Que a voz do Poeta seja o eco dos que mais sofrem!
Beijinhos,
Ailime
Versi davvero intensi e originali per una raffinata lettura poetica.
ResponderEliminarUn saluto,silvia
Ainda envolvida pelas águas de Abril, li o poema, do qual gostei muito.
ResponderEliminarI miei complimenti una poesia di verità, bellissima. Buona continuazione di settimana, amico Jaime. Un abbraccio.
ResponderEliminarwoaunh lindo bjs saude
ResponderEliminarMaravilhoso!
ResponderEliminarBeijinhos
Es un gran poema.
ResponderEliminarUn abrazo.
Mais um maravilhoso poema!! Obrigada pela partilha!
ResponderEliminar.
Um olhar perdido, desiludido, ou talvez não
.
Beijos, e uma boa tarde!
Abril tem significado.
ResponderEliminarUm abraço.
Excelente poema que retrata muito bem o cruel e injusto mundo em que vivemos
ResponderEliminarBonito caro Jaime.
ResponderEliminarTenha em si flutuantes
Caso possa naufragar
Pois nem precisará saber nadar.
Boa noite meu amigo poeta.
Beijo!
Que abra para todos una primavera llena de cambios positivos, estamos necesitando ese brote de tranquilidad que nos llena de serena alegría
ResponderEliminarProfundos tus versos Jaime
Un abrazo
Profundo poema a veces solo nos toca ver la do bello de las cosas mientras sufrimos por el lado mas triste. Te mando un beso.
ResponderEliminarTinha acabado de comentar noutro blogue que essa espiral de loucura em Portugal é ainda mais dolorosa para quem vive fora do país.
ResponderEliminarUm abraço, bfds
Versi forti, quasi crudi, veri, duri, importanti, significativi, versi che devono aprirci gli occhi ed una chiosa straordinariamente potente e giustamente indignata.
ResponderEliminarTRANSLATION: Versos fortes, quase crus, verdadeiros, duros, importantes, significativos, versos que devem abrir nossos olhos e um brilho extraordinariamente poderoso e justamente indignado.
Vivemos de facto, debaixo de um manto de falsos profetas, que nos vendem ilusões.
ResponderEliminarExcelente poeta, que retrata de uma forma sublime, o dia a dia da nossa inquietação.
Votos de um feliz fim de semana, caro amigo Jaime.
Abraço amigo.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Falas nas águas de Abril, mas se nem elas temos!
ResponderEliminarÀ sombra do pretexto da inflação por aumento do custo dos combustíveis, vamos sendo enganados pela avareza dos que vendem...
Um excelente poema que aplaudo.
Regressando do meu breve recesso, publiquei no Encontro.
Ótimo fim de semana, Abraço amigo.
~~~
Obrigada pelas visitas, Jaime. Estou lhe devendo faz tempo. Espero que você tenha passado uma ótima Páscoa.
ResponderEliminarRealmente, resta-nos a impotência diante das circunstâncias.
Estou vendo que só falta um seguidor para que complete 400. Espero que consiga logo. É um número especial. Um abraço
Another beautiful poem I read here on the banks of your poetic river.
ResponderEliminarA hug.
Reflexão bem certeira da realidade dura que criaturas sem escrúpulos e ávidas nos obrigam a suportar !
ResponderEliminarTe abraço, meu amigo, bom fim de semana .
What a nice poem! Thanks for your sharing. Have a good weekend :)
ResponderEliminarA Poesia de Intervenção é ganhadora e tu, Jaime, és o Poeta de Mérito inquestionável. Os teus Versos devem abrir os nossos olhos e a nossa mente.
ResponderEliminarTanto pagamos por tão pouco.
Parabéns, Amigo.
Abraço
SOL da Esteva
Reflexivamente vamos lento este poema, com a certeza que nos resta: não podemos perder a esperança.
ResponderEliminarUm bom fim de semana, meu Amigo Jaime.
Um beijo.
Abril é o mês em que a natureza renasce, e os homens renovam a utopia de um mundo de paz, liberdade e amor.
ResponderEliminarO seu poema, foi publicado an Terça-feira passada. A minha gratidão pela sua permissão.
Tenho estado com problemas com a Internet, que vem intermitente e dura pouco tempo. Ontem estiveram aqui os técnicos trocaram o router, mas a ver se daqui em diante já não há falhas.
Abraço e saúde
Es un poema espectacular, la realidad está en tus letras, gracias.
ResponderEliminarAbrazo
Um belo poema.
ResponderEliminarUm abraço e bom Domingo.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Caro Jaime
ResponderEliminarNestes tempos de grande dificuldade em que nos encontramos à beira de um naufrágio vamos nos equilibrando naquele tênue fio de esperança de que algo de bom aconteça e o respeito à dignidade humana prevaleça
Vamos acreditar meu amigo
Um feliz domingo
Um abraço
Um poema sentido e profundo, uma reflexão poética, sobre a triste realidade que vivemos.
ResponderEliminarBeijinhos e boa semana
ResponderEliminarEnquanto o verão não chega,
aconchego-me nesta primavera
cheia de flores pelos campos
Abril, o meu mês
em que desejo ser feliz.
AMIGO JAIME
percebi perfeitamente o teu poema sobre a inflação
enfim...nada muda, tudo piora, infelizmente
Aqui para os meus lados, andei uns dias sem ir aos blogues mas, quando vou, vou mesmo a sério e entre hoje e ontem fiz 3 posts, cada um no seu blog,
tem que ser...quero continuar a fazer a descrição da minha viagem a SÃO TOMÉ e qualquer dia não me recordo do que os lugares representam,
a memória está má
Convido a ver os ultimos posts, aqui:
http://momentos-perfeitos.blogspot.com/
http://pensamentosimagens.blogspot.com/
http://meusmomentosimples.blogspot.com/
espero que gostes!
Beijinho da Tulipa
Boa semana
El hombre ha sido siempre un eterno abusador de otro...de tiempos inmemorables al hoy parece nada cambiar, sino ha empeorado...al menos muchos toman conciencia de eso.
ResponderEliminarTengas una renovada semana.
E é mesmo isto...
ResponderEliminarDe crise em crise, vamos assistindo ao passar das estações, num marasmo de ilusões... e tê-las... ainda será de darmos graças aos deuses...
Um fantástico poema, carregadinho de realidade e actualidade!
Beijinhos
Ana
Muito bom!
ResponderEliminarNaufragamos assim sem dó!
Beijinhos, amigo Jaime.
Boa semana!