Adormeço nos meus pantanais
porque não sou capaz
de ficar eternamente acordado.
Nas mãos,
tenho sempre algumas palavras de pão.
Há crocodilos à porta da raiva
que certas criaturas transportam no sangue
e há ervas daninhas que eu não como.
Nem sequer os animais
delas se alimentam, de resto,
pois desconfio que eles têm sonhos
parecidos com os meus.
E concluo, por isso,
ainda que a dormir nesta malha
pejada de caretas agrestes
e entalado nestes espinhos
de desordenada probatória
tudo seja enevoado,
que há uma selva de crocodilos
que limita os seres vivos
à sua existência madraça, mas veloz.
E que, para sobrevivermos,
não bastam palavras de pão,
temos que andar com facas nos dentes,
lícitas, mas que assassinam
qualquer sorriso nos lábios.
© Jaime
Portela, Maio de 2023
Fujamos desses crocodilos que nos cercam que nem palavras de pão afastam!!! Linda poesia! abraços, chica
ResponderEliminarGrande profundidade nos versos, Jaime.
ResponderEliminarAdorei.
Excelente alegoria da selva de betão em que o mundo mergulhou.
ResponderEliminarA lei que vigora é a do salve-se quem puder...
Um abraço, Jaime.
Difendersi sempre dagli agguati della vita, ma col sorriso sulle labbra...
ResponderEliminarVersi apprezzati, un saluto, silvia
Gostei deste excelente poema amigo Jaime.
ResponderEliminarUm abraço e continuação de uma boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Perfeito, eu vejo e sinto o mesmo,
ResponderEliminare não creio nesse mundo que virou selva há muito,
habitada por muitos seres selvagens.
Um poema que é a pura verdade, Jaime,
desnuda por completo o mundo em que vivemos.
Uns lugares mais civilizados, mas poucos.
Te aplaudo!
Uma boa continuação de semana.
Beijo, amigo.
Olá, amigo Jaime!
ResponderEliminarProfundíssimo e muito bem detalhado...
A selva em que vivemos é por demais castradora em todos os sentidos.
Há que se andar com a navalha nos dentes... como bem poetou. é lamentável!
Algo a nos espreitar a todo instante prestes nos devorar com o leão que ruge, no sentido bíblico também fica claro.
Um dom ímpar no poetar seu, aplausos!
Tenha dias abençoados!
Abraços fraternos de paz
Muy real y profundo tu poema.
ResponderEliminarMuy bueno.
Un abrazo.
Sorriso de crocodilos, convencem, não os assassinemos com o pão das palavra. Já as lágrimas dos ditos cujos, ui, transformam a selva em lamaçal...
ResponderEliminarAdmirável, Jaime, a sua amplitude poética!
Forte abraço
Não faltam crocodilos de dentes afiados, prontos a darem-nos umas boas dentadas.
ResponderEliminarÉ assim esta selva onde estamos inseridos.
Excelente poema, caro amigo Jaime.
Gostei muito.
Continuação de ótima semana!
Abraço amigo.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Olá caro Jaime
ResponderEliminarIsso aí poeta, temos que ficar atentos, seja nas mãos e no sorriso.
Todo o cuidado é pouco.
De olhos nesses crocodilos.
"temos que andar com facas nos dentes,lícitas, mas que assassinam qualquer sorriso nos lábios.
Bom restinho da semana.
Beijo!
Adorei o duplo sentido, pelo menos assim interpretei.
ResponderEliminarBoa tarde
Temos maus sonhos e quando acordamos ainda persistem os fantasmas.
ResponderEliminarUm abraço.
Um poema fabuloso :))
ResponderEliminar.
Gotas de orvalho em enredo...
.
Beijo, e uma boa noite
Fuerte y profundo poema, que placer leerlo, gracias por compartir.
ResponderEliminarAbrazo
ResponderEliminarFantástico,Jaime!
Uma selva pejada de crocodilos
è espera de um deslize nosso.
Nem podemos dormir nesse pantanal,
não vá o diabo tecê-las.
O estado vígil será o nosso lema.
Boa sexta-feira, meu amigo.
Abraço
Olinda
Profundo pema nos ha ce pensar en la realidad actual Te mando un beso.
ResponderEliminarCi sono versi sublimi anche se estrapolati dal contesto, per esempio:
ResponderEliminar"Ci sono coccodrilli alla porta della rabbia
che certe creature portano nel sangue"
Olá, caro amigo Jaime,
ResponderEliminarPassando por aqui, relendo este excelente poema que muito gostei, e desejar um Feliz fim de semana, com muita saúde.
Abraço amigo.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Inquietante este seu poema, meu Amigo Jaime.
ResponderEliminarUm bom fim de semana.
Um beijo.
Belo, profundo e um tanto metafórrico poema Jaime. Parabéns!
ResponderEliminarAbraços e um ótimo final de semana para ti e para os teus.
Furtado
Verdadeiramente o mundo onde vivemos é uma selva.
ResponderEliminarA maioria dos seres tornou-se selvagem e não se identifica como ser humano. Chamar Lei do mais forte aqueles que têm o poder selvagem, é coisa pouca.
Crocodilos! Pois...
Excelente, Jaime.
Abraço
SOL da Esteva
Um mundo que desconhecemos, onde se perde facilmente o rumo...
ResponderEliminarInteressante como sempre....
Beijos e abraços
Marta
Infelizmente por vezes sentimos, que à nossa volta há uma selva a querer atacar-nos.
ResponderEliminarProfundo e belo poema.
Beijinhos
São tantos os predadores à solta!!
ResponderEliminarAbraço
Compreendo muito bem.
ResponderEliminarEstamos rodeados de feras...
Tudo de bom, amigo Jaime. Beijinhos.