Mesmo a dormir, não durmo,
grita o desassossego de vidro riscado
a rasgar o núcleo do corpo
onde existia a ventura.
Destruo e reconstruo as molas do desacerto,
lavo as dores com as marcas dos dentes
enterrados no dorso
e vou matando os vírus que crescem no teu
vazio.
Restauro o propósito,
sempre escasso,
para a travessia dos dias e da distância
que me separam de ti.
Mais de mil vezes teimando,
qual suplício de Tântalo,
recolho cacos, perfumo a dor
e crio novas pontes de concertação,
que vão caindo,
uma a uma,
pelo teu estado sem planos de salvação.
© Jaime Portela,
Fevereiro de 2024
Sonhos que se transformam em pesadelos.
ResponderEliminarAbraço, boa semana
We are people always rebuilding, trying to achieve ideals, since perfection is unattainable.
ResponderEliminar(ꈍᴗꈍ) Poetic and cinematographic greetings.
Há ausências a que não nos habituamos... nunca.
ResponderEliminarBoa semana.
Um abraço.
Um grito feito poema de uma alma desassossegada, que não tem, necessariamente, de ser a do seu portador. O Poeta é, na maioria das vezes, a voz representativa de outras vozes sem voz!
ResponderEliminarMais um belo e intenso poema, amigo Jaime.
Gostei muitíssimo!
Um beijinho e uma boa semana.
Suplício de tantalo
ResponderEliminarOra ai está um conceito quw não conhecia
🙂
Excelente como sempre jaime
Olá, amigo. Muito obrigado por visitar o meu blog. Estou muito feliz em ler seus poemas todas as semanas, porque eles são muito bons e não convencionais.
ResponderEliminarPozdrawiam, Jaime!!!
Boa tarde Jaime,
ResponderEliminarO desassossego do Poeta num poema magnífico!
Como sempre muito inspirado e com belas metáforas.
Gostei imenso.
Beijinhos e uma boa semana.
Emília
Um poema que é um grito pela ausência, pelo vazio deixado pela vida. Muito belo, meu Amigo Jaime.
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
A vida é feita de quedas e recomeços....algumas vezes, conseguimos salvar; outras perdemos...
ResponderEliminarMas nunca devemos perder a esperança...
Beijos e abraços
Marta
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarOlá, amigo Jaime!
EliminarO mundo, antes tão venturoso, passa por uma fase caótica que desassossego muito o ser humano sensível.
Tenha uma nova semana abençoada!
Abraços fraternos de paz
Muito bom!
ResponderEliminarTantas vezes lá vêm desacertos que nos tiram o sono...
Beijinhos e boa semana!
Espero, sinceramente, que seja só poesia e não real este sofrimento...
ResponderEliminarQuerido amigo, abraço, boa semana :)
Delicioso poema!
ResponderEliminarBoa semana, beijinho...
Olá, Jaime
ResponderEliminarMuito impressionada com este seu poema.
Uma dor funda quase insuportável.
No suplício de Tântalo poderemos medi-la.
Boa semana, meu amigo.
Abraço
Olinda
Me parece un gran poema.
ResponderEliminarMuy admirable.
Un abrazo.
Feliz semana.
Quantas vezes quereremos escrever para causas perdidas, não porque não tenham salvação, mas porque nos mostram uma parte de nós mesmos, um tanto dramática e um pouco suicida. Nessa perspectiva, sinto que escrever asim... nos ajuda a olhar para nós mesmos e a querer nos esforçar para, de uma forma ou de outra, sair daí. Com o tempo, valorizamos o que vivenciamos como uma grande experiência e ficamos mais alertas para não cair em novos abismos. A busca por um amor que valha a pena faz com que sejamos o troféu que vale todas as vitórias do universo.
ResponderEliminarGrande poesia, mando-lhe um grande abraço amigo. Que sua semana seja repleta de inspiração.
Paty
Distante ou não,que essa travessia seja plena de amor
ResponderEliminara vida é feita desses pedacinhos_ e basta !
Gosto quando vens transbordante !
um abraço, Jaime
_ estou sem motivação para retornar aos blog's.
Olá caro Jaime
ResponderEliminarUm bonito poema
Apesar do suplício nele contido
Um pesadelo!!
"Sofrimento de ter algo próximo,
ao lado, mas inatingível e inalcançável."
Muito bom amigo poeta.
Boa semana!
Beijo.
A estas tuas intensas palavras eu chamaria "poema do desalento".
ResponderEliminarÉ certo que nem sempre o que o poeta escreve traduz o seu estado de alma..., mas algo se escapa do seu sentir quando escreve.
Adorei, meu querido Jaime.
É um poema que "mexe" connosco.
Uma semana feliz.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Un contenuto colmo di tristezza, che non toglie alla poesia la sua raffinatezza.
ResponderEliminarBuona serata e un caro saluto
Um poema pungente, que grita no vazio da saudade e da solidão. Gostei muito, caro amigo Jaime.
ResponderEliminarVotos de uma feliz semana.
Abraço amigo.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Nós, seres humanos, temos grande simpatia pelo nefasto e vaidoso Tantalos.
ResponderEliminarOs leitores sofrem com o poeta o seu suplício — menos brutal do que o suplício do filho de Zeus.
Excelente poema, meu querido poeta.
Abraço, digo simplesmente boa noite 😘
Jaime, bello poema, con mucho dolor.
ResponderEliminarPero así es la vida.
Cariños y besos amigo, siempre es un placer visitarte
Profundo poema que te hce reflexionar. Te mando un beso.
ResponderEliminarRealmente, um canto de absoluto desespero, permeado de expressivas hipérboles e metáforas...
ResponderEliminarMagnífico, estimado Poeta, mas prefiro os seus cantos de acerto...
Até ao meu regresso que desejo triunfante.
Dias de sucesso e alegrias. Abraço
~~~~~~~~~~
"recolho cacos, perfumo a dor..." Que poema forte, profundo e muito sensível. Lindo, bjinhos
ResponderEliminarQue forte, adorei.
ResponderEliminarUma boa semana!
Bom dia
JP
ResponderEliminarpor vezes não é fácil, quando o caos se instala.
preciso resiliência e garra.
achei o poema muito bom.
boa semana.
um beijo
:)
Bom dia, Jaime
ResponderEliminarA vida é cheia de altos e baixos, que a esperança sempre prevaleça e o sono seja suave, um forte abraço.
lINDO POEMA DA DOR DA AUSÊNCIA. BOA TARDE.
ResponderEliminarLINDO POEMA DA DOR DA AUSÊNCIA. BOA TARDE.
ResponderEliminarPoema sofrido, de grande sensibilidade.
ResponderEliminarHá perdas que se sentem todos os dias.
Gostei muito, Jaime.
Beijo, boa semana.
A conclusão denota um certo desalento.
ResponderEliminarMesmo a dormir, o poeta continua a dar-se conta de uma realidade que o constrange. Talvez que, nessa situação, possa recolher elementos que o ajudem a superar o negativismo da situação.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes
Poema lindo meu caro, um dessassossego muito bem encaixado!!! Adorei!!!
ResponderEliminarJaime, precioso poema con mucha sensibilidad, me encanto
ResponderEliminarAbrazos amigo
Quantas vezes mesmo a dormir o desassossego nos perturba e nos magoa.
ResponderEliminarSentido e belo poema.
Beijinhos
Jaime, querido amigo te deseo un maravilloso día
ResponderEliminarCariños y besos
Olá, Jaime...
ResponderEliminarForte, denso e cheio de encanto o poema! Um grito da alma tão anelante...
Bom e feliz março...
Olá, amigo Jaime,
ResponderEliminarpassando por aqui, relendo este belo poema que muito gostei, e desejar um feliz fim de semana.
Abraço amigo
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogdpot.com
Olá, talentoso Jaime!
ResponderEliminarUm sentimento expressado de forma sublime! É destruidor quando nos "arrancam" algo essencial em nós.
Um forte abraço, bom fim de semana 🤗
Buon fine settimana.
ResponderEliminarOs pesadelos, (nalguns casos) serão os sonhos perdidos. Sofrimento poeticamente descrito, mas sem perder a sua Poesia magnífica que tão bem imprimes.
ResponderEliminarParabéns, Jaime.
Abraço
SOL da Esteva
Suplicio de Tântalo!
ResponderEliminarFome e sede eterna...
É demais assim uma alma.
Deixo abraço e brisas doces ****
Muita dor nesse lindo poema,
ResponderEliminarmesmo assim ficou belíssimo, verdadeiro,
mesmo com todo o alvoroço!
Um feliz domingo, meu amigo Jaime!
Um beijo.
Lindo poema, amigo Jaime, muito desassossego, sim,
ResponderEliminarmas muito real e verdadeiro apesar de bastante
dolorido!
Um feliz domingo, muita paz e alegria!
Um beijo, amigo.
Olá, amigo Jaime,
ResponderEliminara poesia foi e será sempre um refúgio para
as pessoas com sensibilidade.
Parabéns pelo belo poema!
Votos de um ótimo domingo.
Grande abraço.
A vida nunca é " um mar de rosas " ...o mar é demasiado grande para tantas rosas e, dependendo do seu estado, raivoso tantas vezes, só aparecem os espinhos na areia molhada. Há inquietudes, há ausências, há perdas que muito nos doem e o sono desaparece; há sempre um comprimidinho para ajudar, mas, mesmo a dormir, parece nada se alterar; mesmo que, ao acordar, o sol entre pela janela do quarto, logo, logo a angústia surge como se a tivessemos chamado a noite inteira. Certos dias da nossa vida são verdadeiros suplicios, mas temos de aguentar, sempre com a esperança de que amanhã a dor diminua e o sono chegue proporcionando-nos uma noite serena. Não sei se os poetas, com a facilidade de tudo transformarem em poesia, sabem contornar melhor os desafios da vida, mas, creio que não; conseguem, talv3z, aliviar o coração doído de quem lê os versos sabiamente alinhados em belos poemas, mas também será por pouco tempo. Amigo, li e reflecti neste teu poema e concordo" mesmo a dormir" a vida nos traz grandes desassossegos e temos que saber lidar com eles. Parabéns! Um beijinho e...não te atormentes tanto....não vale a pena. Saúde para todos aí em casa
ResponderEliminarEmilia 👏 🙏
Olá, amigo Jaime,
ResponderEliminarpassando por aqui, relendo este excelente poema que muito gostei, e para desejar uma feliz semana, com muita saúde e paz
Abraço amigo.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Deixo aqui o link do meu novo blogue. Dê lá uma espreitadela.
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com/