Saídos de um triste beco
da sua existência xenófoba,
despontam radiosos
com palavras chãs de racismo
no rebuço populista.
Os perdigotos,
que deviam ser insolúveis,
acabam por penetrar
nos incautos descontentes
e noutros com fome de poder.
O tráfico fica congestionado
e há cada vez mais troca-tintas
capazes de matar
os vestígios da lógica apregoada.
Então,
os altos interesses da nação
(leia-se, do poder)
poderão metamorfosear
o “não é não”
para o “não é talvez”
e, por fim, para o “não é sim”.
© Jaime Portela, Março de 2024