Quando o motim interior
se plasma num mínimo poema que seja,
a pauta normalizada é distorcida
pela torrente encorpada
a deslizar por entre fragas mandantes.
O cortejo de palavras dispensáveis
naufraga ou desmantela-se
contra as pedras do caminho
e jazem agoniadas por ação da borracha,
que as elimina e empurra
para a periferia do papel.
E ficam, quando há talento,
apenas as palavras precisas
para que o motim se revele
sem distorções nem empecilhos,
ainda que leituras possam reclamar
mais manteiga nos versos.
© Jaime Portela, Outubro de 2024
De palavreado e música andamos todos fartos, não é, Jaime Portela??
ResponderEliminarAbraço, boa semana
Se dissecarmos este poema, verso a verso, encontraremos nele algo de comum com as tormentas interiores e exteriores que vivem em nós e por nós passam.
ResponderEliminarE é tudo o que lhe direi, caro amigo Jaime.
Um abraço com a amizade de sempre.
Votos de boa semana.
Muito linda tua poesia e inspiração. Por vezes, para melhor "engolir", precisamos mais "manteiga".... Gostei muito! abraços, chica
ResponderEliminarOlá, amigo Jaime!
ResponderEliminarMuito interessante a metáfora predominante no poema.
Creio que estamos precisando mais 'manteiga' nas relações fraternas no mundo... para que tudo flua melhor.
"Há talento,
apenas as palavras precisas".
Que as palavras e ações sejam precisas!
Tenha uma nova semana abençoada!
Abraços fraternos de paz
Olá, Jaime.
ResponderEliminarPerfeito teu poema. Essa explosão interior que teima em aflorar de qualquer maneira é difícil de domesticar.
Drummond dizia que escrever é cortar o excesso. Isso é um aprendizado eterno.
abraços.
Gostei :)
ResponderEliminarBoa semana
Una serie di versi raffinati, coinvolgenti nella loro densa lettura.
ResponderEliminarBuona settimana e un saluto
Para escrever as palavras precisas só é mesmo preciso talento e sensibilidade.
ResponderEliminarTudo de bom, meu Amigo Jaime.
Uma boa semana.
Um beijo.
Boa tarde Jaime,
ResponderEliminarUm poema magnífico!
O Poeta é dotado, mas necessita de talento para agrupar as palavras depois de eliminados os "excessos", para ficarem as " palavras precisas".
Beijinhos e uma excelente semana.
Emília
Estas palavras são precisas e sensíveis... num grito poético...
ResponderEliminarBeijos e abraços
Marta
When there is a possible riot of words, the literary battle will inevitably be lost. Thank goodness this is just a metaphor.
ResponderEliminar(ꈍᴗꈍ) Poetic and cinematic greetings.
Poema muy bueno e interesante.
ResponderEliminarFeliz semana.
Un abrazo.
Querido Jaime, maravilloso poema, palabras precisa
ResponderEliminarUna delicia leerte poeta.
Te dejo todo mi cariño y besos
Nos teus poemas , ficam sempre e só as palavras precisas.
ResponderEliminarQuanto ao que se passa à nossa volta , coisas existem que nem toda a manteiga do mundo suaviza...
Te abraço com amizade, boa semana, !
Muitas vezes a manteiga tem se transformar em queijo ressequido, para não deslizarmos na gordura dos excessos.
ResponderEliminarExcelente poema, amigo Jaime.
Gostei bastante.
Votos de uma boa semana, com muita saúde e paz.
Abraço amigo.
Mário Margaride
Que beleza de poema! Sua capacidade de capturar a luta interna entre a expressão e a autocrítica é verdadeiramente fascinante. A metáfora da "manteiga nos versos" traz uma leveza única, sugerindo a busca por uma suavidade que muitas vezes é necessária para que a essência do que sentimos se revele de forma clara e tocante.
ResponderEliminarAdmiro como você transforma a complexidade das emoções em imagens vívidas, e a forma como as palavras dançam em suas estrofes é um verdadeiro deleite.
AFAGOS POÉTICOS EM SEU 💗
🐾
O processo criativo como tema e inspiração.
ResponderEliminarBoa semana
Um abraço.
Poetas como o Jaime não precisam de usar manteiga rançosa.
ResponderEliminarAs palavras da sua POESIA são límpidas e sem gordura.
Abraço outonal 🍂 ainda das margens do rio Reno.
Olá caro Jaime.
ResponderEliminarUm bonito poema amigo poeta.
Palavras são sentidas
A manteiga é suave.
Boa semana pra você.
Beijo.
Profundo poema. Tus veros siempre me hacen pensar. Te mando un beso.
ResponderEliminarMuito interessante. Manteiga nos versos também pode escorregar como sabão.
ResponderEliminarBeijinhos.
como é bom vir aqui e ler os seus poemas bravo desejo uma linda e feliz semana bjs saude
ResponderEliminarMagnífico e melancólico poema onde senti o suportar de algo sem poder suavizar.
ResponderEliminarBeijinho, Jaime.😘
Olá Jaime! Adoro palavras, mas às vezes fico muito tempo em silêncio. Não escrevo quando não tenho inspiração.
ResponderEliminarO seu poema é muito bom e inspirador. Saudações meu amigo, uma boa semana!
Já tinha saudades de tão belos poemas!
ResponderEliminarNão tive hipótese de vir mais cedo deliciar-me, querido amigo Jaime.
Estive de férias nos States até princípios de Setembro, mas o regresso não foi nada pacífico. À chegada, montes de problemas para resolver: de saúde de familiares (incluindo cirurgias - filho, filha e neto). Depois, com a minha cadelinha que vai ser operada às 2 pernitas - já estava no bloco para a primeira cirurgia quando o veterinário parou porque a análise ao sangue revelou anemia e ele não arriscou a operar nessas condições (ela é muito pequenina, pesa menos de 5 quilos). Está a fazer tratamento e a aguardar que os valores normalizem para ser operada. Enfim, tem sido muitas preocupações. E ainda continuam...
Por isso, e não só..., vou fazer uma pausa no blogue. Fiz ontem uma postagem de despedida - mas é só um "até já" 😉
Uma semana feliz.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Palavras que na poesia ganharam mais força 👏😘
ResponderEliminarA alma inquieta do poeta ( o motim interior ) rasga-se numa torrente de palavras para verbalizar o seu mais genuíno sentir.
ResponderEliminarAbraço de amizade.
Juvenal Nunes
Olá, amigo Jaime, está faltando tantas coisas nos relacionamentos! As pessoas estão imediatistas, pouco se dedicam aos sentimentos, ao amor tão pregado nessa vida, mas o que vemos mais é o ódio, a impaciência, o 'Eu' .
ResponderEliminarOlha as guerras, a monstruosidade que estão sendo praticadas!
Belíssimo poema, querido poeta, meus aplausos.
Uma boa semana, paz, saúde e felicidade.
beijo.
Perante tantos problemas, perante tanta " conversa fiada " não só na politica, mas na sociedade em gera!, os " sapos que temos de engolir " ( os nossos Amigos brasileiros usam este termo...) são tão grandes que só com muita manteiga descem garganta abaixo. Sei que o nosso país é pequeno, mas mesmo assim enchem-nos de noticias, sempre as mesmas, em todos os canais e o pior é que de bom não contam nada....parece que neste nosso cantinho e no resto do mundo só há desgraças ; claro que as há e são preocupante, mas precisamos de preservar a nossa sanidade mental, é necessário que se diversifique as noticias que se tente amenizar a vida já de si tão dura, mas, Amigo, o que conta são as audiências e dar-nos a saber "....notícia em primeira mão..." como se isso nos interessasse...
ResponderEliminarO melhor, Jaime, é continuares com o teus versinhos, dando nas entrelinhas o teu recado, deixando aos teus leitores a interpretação que lhes aprouver; a minha foi esta, ou melhor, foi a que me apeteceu dar. E o que dizer da novela sobre o orçamento? Será que chega a manteiga? Não será melhor usar o mel? Pelo menos é mais saudável...
Sempre, sempre a mesma coisa...Custa a engolir...
Um beijinho e fica bem...com saúde e muita, muita paciência.
Emília
Belo poema que trata e exemplifica o bom uso das palavras. Boa tarde. Norma
ResponderEliminarhttps://pensandoemfamilia.com.br/sem-categoria/deixe-a-luz-entrar/
Cada verso do teu poema dar em que pensar.
ResponderEliminarGostei de ler! Abraços!
Belo poema
ResponderEliminarTiramos dele muito o que refletir.
Um ótimo fim de semana Jaime
Abraços
Parabéns pela sua escrita.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Si tiene algo que decir el poeta debe sacarlo no más, con más o menos detalle o profundidad...porque quedarse atorado nunca ha sido bueno.
ResponderEliminarBuen fin de semana por allá.
Olá, amigo Jaime
ResponderEliminarPassando por aqui, relendo este excelente poema que muito gostei, e desejar um bom fim de semana.
Abraço amigo
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
As palavras dispensáveis são mais que muitas.
ResponderEliminarPerdem sentido ou a intenção é mesmo essa,
esvaziá-las até que fiquem a nadar na gordura
rançosa, ou na espuma dos dias.
Um poema prenhe de significado e lembra-me
uma passagem bíblica, mutatis mutandis: "quem
tem ouvidos para ouvir ouça..."
Grande abraço, amigo Jaime.
Olinda
O tumulto interior da criação poética...
ResponderEliminarUm beijo
Querido amigo, un poema magnífico, me encantó leerte.
ResponderEliminarAbrazos y te dejo un beso, que tengas un feliz fin de semana
O que nos inquieta, Jaime, é que já nem com manteiga conseguimos amaciar, para engolir, o que nos dão por pão de cada dia.
ResponderEliminarMagnífico.
Parabéns, Amigo.
Abraço,
SOL da Esteva
Vim desejar um bom final de semana e reli o poema. Cumprimentos!
ResponderEliminarProfundo poema Jaime, las emociones saltan en metáforas captando momentos que vivimos, son intensos y tus versos lo expresan con belleza
ResponderEliminarUn abrazo
Prefiero la mantequilla sobre pan tostado, es muy rica, jeje.
ResponderEliminarMuy buen poema querido Jaime.
Buenas noches. Abrazo.
As palavras quando vêm do coração, nunca são fúteis, ou dispensáveis e não precisam de nenhuma manteiga, pois elas têm o poder de se unir graciosamente, formando poemas sentidos que encantam quem os lê.
ResponderEliminarUm poema sublime.
Beijinhos
Uma reflexão profunda, Jaime. A forma como descreve o processo de escrita e a luta interna é realmente poderosa. As palavras precisas revelam a verdadeira essência do poema. Muito inspirador! Grande abraço!
ResponderEliminarOlá, amigo Jaime
ResponderEliminarPassando por aqui, para desejar uma feliz semana, com muita saúde e paz.
Abraço amigo.
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
Cada vez mais difícil engolir tanta conversa da treta.
ResponderEliminarNão há manteiga que resista.
Mais um excelente poema.
Abraço***