segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Quando o amor chora de sede [590]

 


Quando o amor chora de sede,

há um deserto dentro do peito

e um martelo, impiedoso,

que bate sem trégua na mente.

 

Há rios que outrora dançaram

que ficam sem peixes

na seca terra da razão,

um leito inóspito

onde o sono e o sonho não espigam.

 

O vento,

um sussurro cansado,

não traz chuva nos desejos e as nuvens,

em lamento,

carregam apenas uma névoa de dúvidas.

 

E, no horizonte,

não há sequer a espera nem a esperança

de um sinal de mudança,

há uma parede, uma angústia que não cede

quando o amor chora de sede.

 

 

© Jaime Portela, Dezembro de 2024


42 comentários:

  1. Intenso quadro trazido na bela inspiração! Coração chorando de sede...Falta então smor... Adorei!
    abraços, linda semana, chiuca

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  2. Quando o amor chora de sede o problema pode não ser o martelo que bate impiedoso, mas sim, a falta desse martelo e das suas batidas, 🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣
    Estou a brincar. Amei o poema
    *
    Uma semana feliz na Paz de Deus
    *

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  3. Dizem, que os poetas escrevem melhor quando estão apaixonados e vivendo um grande amor; mas seu poema fala de uma época de seca e desamor.
    Fala de uma forma inspirada e bela.
    Muito bom meu amigo!
    Tenha um lindo dia.

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  4. Infelizmente, o amor anda fugidio dos corações da humanidade.
    Por isso chora. Que o amor entre nos corações gelados dos senhores da guerra.
    Belo poema, amigo Jaime! Gostei bastante.

    Votos de uma feliz semana, com tudo de bom.
    Abraço amigo

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com
    https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

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  5. Gostei, como vem sendo costume.

    Boa semana

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  6. Temos que inventar um rio de esperança que nasça perto de quem improvisa a sede para que o amor não chore, Belo, muito belo meu Amigo Jaime.

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  7. Quel vuoto profondo che proviamo quando l'amore si allontana dalla nostra vita, tema espresso in modo raffinato.
    Buona settimana e un caro saluto

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  8. Nem sempre se consegue derrubar essa parede e soltar a esperança e a Paz....
    Mas temos que ser persistentes e fazer com que seja derrubada para que tudo volte a encontrar a sua voz...
    Beijos e abraços
    Marta

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  9. Olha, essa imagem do amor que chora de sede além de bela é cheia de possíveis significados.

    Excelente poema.

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  10. Havia uma canção lírica, que referia um coração a chorar de dor, mas chorar de sede não é muito melhor, não!
    Há que descobrir uma forma de saciar essa sede, que encontra um obstáculo na parede da razão que, como bem sabemos, está sempre em conflito com o coração...
    Um beijinho amigo com votos de boa semana, Jaime!

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  11. Jaime um poema profundo, quando o amor chora de sede temos que levar ele para as águas, para que o amor reviver, tirar o amor do deserto, Jaime lindo o poema abraços.

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  12. We are always calms and storms of feelings.
    (ꈍᴗꈍ) Poetic and cinematic greetings.
    💋Kisses💋

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  13. Um choro que nos impressiona... e vence.
    Boa semana.
    Um abraço.

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  14. Caro Jaime
    Gostei muito deste seu poema.
    O alimento para o amor reside na nossa predisposição
    para o aceitar e mimar, dedicando-o aos outros. O muro
    que se ergue na incompreensão dos seres humanos
    fá-lo ressequir e perecer.
    Tenha uma boa semana, meu amigo.
    Abraço
    Olinda

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  15. Un placer comenzar la semana leyendo tu bello poema.
    Te deseo felicidad.
    Un abrazo.

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  16. Quando o coração chora de sede, "rasgado" pela dor das saudades, o "remédio" é recomeçar!
    Beijinho e boa semana, Jaime.😘

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  17. Olá Jaime!
    O amor percorre caminhos ingrimes,o leito do rio depende de cada desafio.
    Até breve

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  18. O amor tem um problema sério: a angustia não pode ser bebida.
    O vazio permanece em fases sóbrias e depois fica cada vez pior.
    Poema forte, de bom grado lido.
    Abraço amigo, desejando-lhe uma noitinha sem angústia.

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  19. Um poema belo, muito profundo! Adorei
    .
    Abraça se fores capaz...
    Beijos e uma excelente semana.

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  20. WOW that's a very nice poem, I loved so much.

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  21. Jaime, amigo querido,
    Que beleza de escrita que
    toca a gente enquanto pelo
    menos a mim; cala fundo.
    Pensar em : (...)
    Quando o amor chora de sede";
    cala fundo no meu coração Poeta
    como o Seu.
    Bjins e Abraço em você e em
    sua Família.
    CatiahôAlc./Reflexod'Alma

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  22. Melancólico poema. Es muy duro llorar por a mor. Te mando un beso.

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  23. Olá caro Jaime.
    Quando o amor chora, está gritante.
    Belíssimo seu poema caro poeta.
    Gostei imenso.
    Suave semana
    Beijo!

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  24. Felizmente já há muito que sei o que é a bebedeira da felicidade.
    Abraço, boa semana

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  25. Bom dia Jaime,
    Quando o amor chora de sede, é porque não é ou deixou de ser correspondido.
    Há que não perder a esperança, porque o verdadeiro amor vence sempre.
    Magnífico poema!
    Beijinhos e uma boa semana, amigo Jaime.
    Emília

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  26. É " um absurdo " o que se passa no mundo, é um absurdo o que, por vezes ouvimos da boca dos nossos governantes, é um absurdo que sejam seres humanos a criar tamanhos absurdos. É aí temos o amor a morrer de sede, a morrer de fome, a morrer debaixo dos escombros que o desequilíbrio mental dos poderosos provoca. Agora é época de grande solidariedade onde se procura que na noite de consoada ninguém durma ao relento, ninguém passe fome, nenhuma criança fique sem brinquedos e nos lugares onde nenhum rio corre com abundância de água, onde em nenhum deles há um único peixe? Nesses lugares, Amigo Jaime, os mísseis continuarão e o Natal não será sequer uma esperança de dias melhores. Não só o amor, mas também a dignidade humana continuarão a morrer de sede e de fome e o que poderemos nós fazer perante tais absurdos? Infelizmente nada!. Só a indignação nos é permitida, uma indignação que faz de nós seres mais humanos e fraternos. Continuemos a indignarmo-nos e façamos a nossa parte, não só agora, no Natal, mas, sempre! Obrigada, Jaime, pelos poemas que nos levam a reflectir na nossa maneira de ver a vida, no modo como nos relacionamos com o outro e no que mais poderemos fazer para que nos sintamos bem, nos sintamos verdadeiros seres humanos, Aproveito para te desejar um bom Natal, com saúde e alegria junto dos teus queridos. Beijinhos
    Emília 🎄 🔔

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  27. O amor morre de sede e desesperança, eis a dura realidade que , por vezes, nos cabe viver...

    Do poema gostei muito.

    TE abraço, meu amigo, boa semana :)

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  28. JP
    Um grande poema, escrito de maneira sublime, a falar da sede e não é só a do amor, mas as sedes que se vê neste mundo, completamente desorientado.
    Que a resiliência e a esperança nos salve.
    Deixo um beijo.
    :)

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  29. Entregaste ao poema o amor e a mágoa. Mais uma obra tua a merecer aplausos.
    Beijos, meu amigo Jaime.

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  30. Bom dia, garoto! Essa poesia é muito tocante. Para mim, ela expressa de forma profunda a dor e a angústia que sentimos quando o amor parece ausente, criando uma imagem vívida de desespero e sede emocional. A descrição do deserto interno e da falta de esperança é poderosa e ressoa com a experiência de muitos.
    Ah, meu amigo, aproveitando para dizer que voltei a blogar! Estou com um novo endereço e, aos poucos, estou visitando os blogamigos. Claro que não poderia deixar de passar por aqui e me deliciar com as suas palavras. Grande abraço e espero sua visita na minha nova página!

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  31. Mais um bonito poema que vim cá conhecer.
    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

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  32. Olá, como vai? Desculpa minha ausência. Lindo poema. Falar de amor é sempre muito bom. O bom é quando o amor está alimentando e sem sede... parabéns poeta, bjs

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  33. Ah...neste RIO SEM MARGENS, o amor não pode chorar de sede!
    Um belo poema.
    Dias felizes e um beijo

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  34. Olá talentoso Jaime!

    Mais um poema que é pura arte. Parabéns! 👏

    O problema muito visto atualmente, a falta de amor.

    Tenha um ótimo final de dia, abraços! 😊

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  35. Olá! Como o amor é importante na vida de cada um de nós! Me lembrei de um personagem de quadrinhos, que eu gosto muito, que respondeu uma questão na escola assim:
    - O ser humano não pode viver sem...?
    Ele respondeu amor e errou, a resposta certa era água.
    Um abraço!

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  36. Inversossímeis metáforas que nos faz ter sede diante do teu poema. E esse 'deserto dentro do peito' maltrata também.
    Um hrizonte meio triste,Jaime _ vamos dar um colorido nisso ,meu amigo :))) porque preciso de poetas que mate a minha sede. rs.Um abraço e que venha o novo ano cheio de inspiração. Beijinhos

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  37. Alimentar o Amor matando a sede que o toma, é sonhar um rio sem margens que se espalhe sobre o mundo.
    Magnífico, Jaime.
    Parabéns.


    Abraço Amigo,
    SOL da Esteva

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  38. Querido Jaime, un hermoso poema, como siempre nos dejas Poeta.
    Es una delicia visitarte


    ╬══╬ Querido Jaime, Te deseo
    ╬══╬ Un hermoso fin de semana.
    ╬══╬ Los amigos son un remedio
    ╬══╬ a la soledad y el silencio,
    ╬══╬ son el descanso del alma
    ╬══╬ cuando la agitación de la vida
    ╬══╬ nos deja sin aliento
    ╬══╬ Dios te bendiga.
    ╬══╬ ★ FELIZ NAVIDAD★
    Un amigo es como una escalera al cielo
    ★NOEMI★

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  39. This piece powerfully portrays the pain of unrequited love or emotional drought, using vivid metaphors like the desert and dry rivers to convey deep sorrow. The relentless hammer of the mind and the absence of hope create a sense of inner turmoil and emptiness. The imagery of a fog of doubt and a wall of anguish enhances the feeling of being trapped in an emotional void. Heartfelt and haunting.

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  40. Olá meu querido e talentoso amigo Jaime! Como sempre, encontrei um poema seu bom e reflexivo... Gostei muito! Vim ao seu blog por momentos deixar votos de uma semana bonita, bem-sucedida e calorosa antes do Natal. Atenciosamente!

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  41. Boa noite, amigo Jaime
    Passando por aqui, para desejar uma feliz semana, com tudo de bom.

    Abraço amigo

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com
    https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

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  42. Quando o amor chora de sede, é como se o próprio coração se rendesse à imensidão do vazio, buscando algo que parece distante, mas que é essencial. A imagem do deserto dentro do peito é tocante, e o martelo na mente, incansável, reflete essa luta interna que parece não ter fim. O poema transita entre a dor e a perda, como se o que foi vivo e fluido, os rios, se tivesse secado, deixando a alma sedenta, sem o alívio da água ou da paz. O vento cansado e as nuvens que carregam dúvidas trazem uma sensação de impotência diante do desejo não realizado. É um poema profundamente melancólico, mas que também nos faz refletir sobre o quanto o amor pode nos testar, às vezes, até nos ensinar a esperar, mesmo na ausência. A angústia que não cede é o eco de um sentimento que se recusa a se desfazer, tornando-se um reflexo da resistência do próprio ser.

    AFAGOS POÉTICOS EM SEU 💗
    🐾

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