terça-feira, 23 de junho de 2015

Canta para mim [026]




O teu verbo aceso e moço,
transfusão de sangue aprimorado
que me envolve de janelas voadoras
e me fixa atordoado de perguntas,
porque o ser ávido do teu canto
me faz viciado em temê-las, é a nicotina
que o meu deserto mendiga impaciente.

Os teus lábios
a mais de trinta e sete graus centígrados,
que eu cego à sombra sorvo sem olhar
e me ferram dardos sem abrolhos,
mesmo que deles não afluam
palavras com rosto de ponte levadiça,
são leitos por onde transbordam rios
prenhes dos teus nardos que eu bebo.

Canta para mim,
ave formosa de voz sedosa,
que a cada canto avisto remansos
de desejos renovados
e em cada orelha
há beijos emigrados que te esperam.


6 comentários:

  1. Nossa... meu Deus... Lindo demais, Portela. Amei este poema. Muito mesmo. Beijo no coração e no teu talento descomunal!

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  2. Belo, perfeito, gostei muito, Jaime.
    Grande abraço!

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  3. E o canto será brisa doce...e os beijos promessas a cumprir.
    Abraço**

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  4. Voltei aqui para te ler...
    ...e o canto se transforma assim,em lindas palavras que brotam dos teus lábios

    Bjo

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  5. E que nunca cessem as canções!

    Beijo.

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