sexta-feira, 12 de junho de 2015

Pardalita [024]




Algures onde a minha inquietação, sem o saber,
começava a germinar,
descobri a pardalita quase sitiada, a esvoaçar,
das sombras tenebrosas a escapar-se.

Já eu mergulhava na intangível fantasia quando ela,
inábil ou visionária, se afastou do seu altar
e pousou a saltitar na mão que lhe estendi,
desconhecendo ser o ninho que há muito ansiava.

Acalentada e amparada, abdicou da partida, ofegante,
exausta de iludir a sua ave de rapina.
Enquanto repousava, agitada, salpiquei-a
com chuviscos refrescantes,
murmurados na inquietude que então me assaltou.

Mas nunca mais lhe vi intento de empenhar
as suas asas para voltar ao ponto de partida.
Agora, dorme comigo, as suas penas
descansam no peito do meu entendimento.


3 comentários:

  1. Não li o seu poema...mas numa leitura enviesada vejo que aqui reside muita qualidade literária!

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  2. MARAVILHOOOOOOOSO POEMA! LIIIIINDO! Meus parabéns!

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  3. Finalmente encontrou ninho seguro.
    Belo este, Pardalita.
    Brisas doces***

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