quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Como num tango fandango [134]




Como num tango fandango
do Carlos Gardel,
somos personagens fatais
a interpretar o poder
da sorte  por conquistar,
onde ensaiamos a crença
em violinos de cismas.

Como num enredo
do Martinho da Vila,
somos a plebe a sambar
num coração malandro
a enganar as pedras
indigestas dos caminhos
em pandeiretas de risos.

A tempo inteiro vadios
como num fado da Amália,
somos um povo castiço
que lava no rio a cantar
as guitarras da saudade
da vida que não levou
e que teima em não mudar.

Malditos e venturosos,
revoltados e cobardes
em estranha forma de vida,
somos areia movediça
em terra firme espalhada,
o tudo e o nada, indecisos,
de uma pátria adiada.



Jaime Portela


46 comentários:

  1. Boa tarde Jaime,
    Que dizer? Magnífico!
    Beijinhos,
    Ailime

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  2. Gostei muito deste poema, nele viajamos com músicas.

    um beijinho

    Gábi

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  3. Olá Jaime,como é bom rever o que escreve e ver você falar de Martinho da Vila.
    Gostei muito.
    Abraços-Carmen Lúcia.

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  4. Jaime,não sei se sabe,mas estive viajando no mês de Julho e por esse motivo não fiz as minhas visitas.

    Abraços-Carmen Lúcia.

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  5. Mais um fantástico poema! Adorei

    Obrigada pela pastilha

    Beijinhos

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  6. Absolutamente magnífico!

    Bom resto de semana :)

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  7. Olá Jaime, isso que é um poema feito canção!
    Maravilhoso...
    Parabéns, ótimo fim de semana, bjs, Larissa.

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  8. Um poema que brada da alma "uma pátria adiada"... Com abordagens de trilhas musicais simbolizou magicamente a realidade das nossas pátrias! Parabéns, poeta que se inspira na realidade de todos nós!
    Abraço.

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  9. Ah essa pátria adiada
    E essa Amália e seu fado
    É tão real, por um lado
    E noutro é o tudo ou nada.

    Mas é a nação amada
    De um povo que já tem dado
    Lição para mundo em brado
    De vitória, cuja estrada

    Que palmilhou navegando,
    Chegou qual aves em bando
    Ao grato descobrimento.

    Portugal é luz velando
    O mundo e já desde quando
    A energia era o vento.

    Grande abraço. Laerte.

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  10. Indo do tango, passando pelo samba, caminhando pelo fado e deixou uma bela reflexão no último verso no qual nos perdemos.
    Beijo, Jaime, maravilhoso poema.

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  11. http://pnsandoempoesia.blogspot.com.brsexta-feira, agosto 25, 2017

    Bom dia Jaime,
    Tudo que vc escreve merece apreciação máxima , e com este poema não foi diferente. Realmente estamos perdidos, quase engolidos por esta areia. Meu Brasil está à merce da bandidagem.
    Seu poema é uma obra prima notável!


    Destaco:
    "Malditos e venturosos,
    revoltados e cobardes
    em estranha forma de vida,
    somos areia movediça
    em terra firme espalhada,
    o tudo e o nada, indecisos,
    de uma pátria adiada."


    Abraço e bom findi!

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  12. Estamos enganados, perdidos nessa estranha forma de viver....
    Talvez porque não queremos que enfrentar a dor que é uma "pátria adiada"....
    Brilhante...
    Obrigada pela visita. Vou estar uns dias ausente. Volto a 29.
    Beijos e abraços
    Marta

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  13. Venho conhecer a tua seara e me deparo com encantadora fertilidade de poemas.
    Mas a vida é esse momento em que trazemos pro convívio a dois, lareiras, abraços tântricos, e chuva de mel, e conquistamos o mundo de dentro!....
    Encantada!
    Abraços, Jaime!

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  14. Muito bem construído este poema: das pertinentes referências musicais, traçaste as marcas de um povo que vai dançando conforme a coreografia delineada. Esperemos que seja, um dia, o povo a desenhar a sua própria coreografia.
    Parabéns!
    (Também comungo do teu gosto, em relação às praias, mas quem é do interior e goste de nadar, tem de escolher praias mais quentes.)

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  15. Excelente poema, com a tua marca poética inconfundível.

    A tua pátria adiada, a minha pátria saqueada e destroçada...

    Bom final de semana, amigo Jaime

    Beijo

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  16. Marcante, Jaime. Poema daqueles que dá vontade de cantar pelas ruas.



    Abraço
    SOL

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  17. Amigo, seus poemas são lindos e especiais. Esse, o diferencial é que você homenageia astistas poetas para falar das coisas que acontecem no nosso país que só nos envergonha e entristece. Mas também serve de alerta, podemos mudar essa situação. Somo a massa, temos a força maior. Amei! Parabéns!
    Tenha um abençoado fim de semana com saúde e paz. Abraços da amiga Lourdes Duarte.

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  18. Fado e poema. Ambos em plena conciliação. Lindo!

    Um ótimo fim de semana.
    Beijinhos.

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  19. Parabéns pela linda poesia, fazes uma comparação para mostrar o lado sujo do nosso país. Políticos que nos envergonham. Grata pela visita, volte sempre. Abraços, fica na paz.

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  20. Um poema fora de série, é realmente uma magnífica construção que confere ritmo às palavras.
    Já reli várias vezes e sempre encontro algo novo entre os versos, é um poema repleto de pormenores sublimes.
    Bom fim-de-semana, beijinho.

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  21. Jaime Portela
    Parafraseando os vários tipos de musicais locais, saiu mais um belíssimo poema, uma lição poética.
    Abraço de bom fim de semana

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  22. Um poema que convoca Carlos Gardel, Martinho da Vila, Amália e todo um imaginário de personagens que nos inspiram. Gostei mesmo, Jaime.
    Um bom fim de semana.
    Um beijo.

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  23. JP

    e vem tango, o samba e o fado, e por vezes o nosso país é isso tudo, numa pátria adiada ou num País, mas ainda assim eu amo o meu País

    um poema que merece reflexão.

    um bom fim de semana.

    beijinhos

    :)

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  24. Tão lindo!
    Brilhante a retoma destas ilustres figuras!
    bj

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  25. ~~~
    Uma criatividade e energia espetaculares, Jaime!
    Aquilo que justamente falta a este país para sair da mediocridade...
    Gostei muito da ironia deste poema tão interessante.
    Abraço, Jaime.
    ~~~~~~~~~~

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  26. Que dizer de tão belo poema? É perfeito, intenso, riquíssimo no seu conteúdo.
    Sinceros parabéns. Vou guardar comigo esta estrofe:

    A tempo inteiro vadios
    como num fado da Amália,
    somos um povo castiço
    que lava no rio a cantar
    as guitarras da saudade
    da vida que não levou
    e que teima em não mudar.
    Um abraço.

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  27. Deu até para sentir o seu desgosto...

    Belíssimo poema.

    Bjs

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  28. Muito bom, Jaime! A sonoridade, as imagens, a sequência: perfeita transcrição do sentimento! Li, reli, e a cada leitura mais me agradou. Obrigada pela partilha de sentimentos e de poesia. Abraços.

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  29. JAIME

    tão boa a sua presença nos meus blogues
    Muito grata fico.
    Não pode imaginar o BEM que me faz!
    beijinhos

    é assim que tenho andado
    ausente e sofrida:

    Distante, o meu olhar nada procura
    pensando bem
    nem em outros tempos,
    fui alguma vez feliz
    Fui deixando o tempo andar
    foi passando
    e eu inerte, nem reagia
    no esquecimento dos dias,
    caminhando de casa para o trabalho
    Com a alma cheia de silêncios
    a solidão me invade
    e, a depressão não me larga!

    ...
    como é bom ler o que escreves
    Gosto muito de Martinho da Vila.
    sabias?

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  30. Num país onde seja necessário dançar a vários compassos , é mesmo uma pátria adiada .
    E já não falando nos que têm que aprender passos em outras paragens .

    Gosto do poema .

    Boa semana , Jaime , beijo ,
    Maria

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  31. Olá Jaime
    E nesta dança frenética em que variados ritmos estão sendo tocados estamos sendo engolidos pelos golpistas corruptos. Um poema excepcional meu amigo
    Beijos e uma ótima semana

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  32. Amigo, fiz uma postagem no blog da biblioteca, falando de poesias modernas e postei sua poesia, espero que goste. desculpe não avisar antes. Abraços

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  33. Somos isso tudo e algo mais, Jaime.
    Por isso andámos pelo Mundo e deixámos o nosso nome por onde passámos.
    Aquele abraço, boa semana

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  34. Que belo seu poetar comparando os diversos estilos musicais com nossa vida,amigo Jaime.

    Li outros posts e me encantei.

    Já o sigo aqui também e retornarei sempre para ler e comentar outras pérolas.

    Vou colocar o link de seu blog na minha lista de "Blogs a visitar",à direita do meu,com seu nome,para receber suas atualizações.

    Obrigada pela visita e volte sempre.

    Beijos sabor carinho e uma semana de paz e alegrias

    Donetzka

    Blog Magia de Donetzka

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  35. Oi, Jaime!

    Nossa, maravilhoso!
    Amei o ritmo, com palavras, com comparações...

    Adoro seu fazer poético!

    Beijos! =)

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  36. Somos e seremos sempre um povo que canta e dança. Somos um povo que, ainda vergado e submisso, lavará sempre no rio as mágoas do seu penar, ou as alegrias do seu cantar. Quer "raspemos" um fandango ou "deslizemos" por um fado; somos almas de luz, suor e lágrimas.
    Todas traduzidas neste teu belo poema, meu querido amigo. Um poema cheio,pleno e transbordante de beleza.
    Adorei.

    Beijo de luar

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  37. Uma estranha forma de ser a nossa... que tanto nos empurra para longe, com coragem... como nos desmoraliza... e por vezes nos parece retirar o poder de mobilização, para causas importantes... conformando-nos nós, facilmente com o destino...
    Somos um povo de afectos... mas por vezes, não somos solidários... entre nós mesmos, por vezes...
    Um belíssimo trabalho, que nos deixa a reflectir na nossa essência... repleta de dualidades...
    Gostei imenso! Beijinho! Continuação de uma óptima semana, Jaime!
    Ana

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  38. E é assim mesmo o fado deste povo.

    Boa semana, amigo Jaime.

    Bjinhs

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  39. O povo canta e dança e os governos preocupam-se em dar-lhe " festas", muitas festas, muito fogo de artificio queimando assim rios de dinheiro que, passado o tempo das romarias, faltará para o essencial; não terá o povo saúde, educação e muitos nem pão; mas andou alegre o povo , conseguiu o que queria o poderoso e assim iludido continua a cantar e a dançar, esperando que, pelo menos os sons dos canhões não abafem o samba, o fado, o tango e muito menos o barulho dos fogos que iluminam os céus com luzinhas de todas as cores e que dão algum colorido aos sdias desta vida " que teima em não mudar " . Que poderemos fazer nós, amigo? Era muito bom se um simples papel introduzido na urna conseguisse mudar a mentalidade de todos os que vivem nesta " Pátria adiada " ...mas...não sei..
    " indecisos " olhamos para um lado, olhamos para o outro, coçamos a cabeça pensando e pensando e chegamos à triste conclusão de que as alternativas são muito poucas. Amigo, belo poema, como sempre! Espero que as tuas férias estejam a correr bem e que voltes renovado com mais esperanças nesta nossa pátria que custa a encontrar o seu rumo. Beijinhos
    Emilia

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  40. Uma bela e gostosa salada composta de tango, samba e fado que, infelizmente, somente diverte e engana o povo. Belo poema Jaime. Limitei-me no comentário, por desconhecer o tema.

    Abraços,

    Furtado

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  41. *******************************************************************************

    Caros amigos, obrigado pelos vossos comentários. Voltem sempre.
    Entretanto, acabei de publicar um novo poema. Espero que gostem.
    Continuação de boa semana para todos.
    Saudações poéticas.

    *******************************************************************************

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  42. Belíssimo poema, Jaime.
    Um povo que baila ao som de música, mesmo que estranha,
    em qualquer tempo e latitude,
    que não ganha nem arreganha.

    Abraço.

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