quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Poesia ilusionista [197]



O olhar cego na visão
impenetrável para além dos muros
que a cercam,
mas a acreditar na baforada de luz,
apesar da noite que espreita.
O pentear de rios nas margens,
agitando remansos na floresta
da fantasia construída
pela sedução do seu corpo, num duelo
de memórias com dedos de paixão.

A torrente de lava,
bola de neve silenciosa,
molhada pela chama
que lhe desvenda os olhos de prazer,
no desejo incontido de fêmea
no auge de um cio embrulhado
num estímulo que a penetra,
que a desatina
até ao orgasmo arrebatado
de palavras com rima.

Ah poesia ilusionista,
nada inventas,
és apenas a ficção da realidade.


© Jaime Portela, Novembro de 2018


38 comentários:

  1. Boa tarde!
    Como sempre, surpreende-nos com belíssimas poesias!! Amei!

    Coisas de uma Vida
    Beijos e um excelente dia!

    ResponderEliminar
  2. É pura sedução... a poesia...
    Lindo...
    Obrigada pela visita
    Beijos e abraços
    Marta

    ResponderEliminar
  3. Ah poesia ilusionista,
    nada inventas,
    és apenas a ficção da realidade...e permites ler um interessante poema!!!bj

    ResponderEliminar
  4. A poesia exerce o seu fascínio, sem dúvida, e às vezes mata-nos, para no minuto seguinte nos ressuscitar!
    Mais um belo texto!
    Um bom resto de semana!

    ResponderEliminar
  5. Uma poema fantástico. Adorei:))

    Bjos
    Votos de uma óptima Quinta - Feira

    ResponderEliminar
  6. Que venham muitas "poesias ilusionistas", amigo Jaime. Que são de uma beleza, de um toque de magia impressionantes.
    Existe um encanto místico em cada "orgasmo arrebatado de palavras com rima", que esgrimes com uma mestria única.
    Adorei o poema. Hoje e sempre; parabéns Jaime!

    Querido amigo, resto de boa semana.
    Beijo de luar

    ResponderEliminar
  7. A sensibilidade do meu amigo para a escrita a vir mais uma vez ao nosso encontro!
    Um grande bem-haja.
    Abraço

    Rui
    Olhar D'Ouro - bLoG
    Olhar D'Ouro - fAcEbOOk
    Olhar D'Ouro – yOutUbE * Visitem & subcrevam

    ResponderEliminar
  8. Poesia incontida E a sensualidade da natureza num poema brilhante.

    Beijos, amigo Jaime.

    ResponderEliminar
  9. E a poesia... é mesmo o ilusionismo da alma... para conseguir ver um pouco mais além...
    Um poema intenso, profundo e apaixonante... como deve ser o cenário, de toda a boa poesia...
    Adorei, Jaime! Beijinho!
    Continuação de uma boa semana!
    Ana

    ResponderEliminar
  10. Uau! Sempre surpreendente *-*

    r: De Vargas Llosa ainda só li aquele, mas quero aventurar-me em mais obras, porque fiquei mesmo fascinada com a sua escrita

    Obrigada e igualmente

    ResponderEliminar
  11. E o que é o poeta senão um mágico que brinca com as palavras, iludindo e transformando com elas as realidades quotidianas.
    Gostei de ler
    Abraço

    ResponderEliminar
  12. Um ilusionista com as palavras.
    Esse é o Jaime Portela.
    Aquele abraço, bfds

    ResponderEliminar
  13. Que prazer ler estes magníficos poemas!
    São todos lindos, adorei... que nunca lhe falte a inspiração!
    Beijo amigo Jaime, tenha uma boa noite!

    ResponderEliminar
  14. Também de ilusões se constrói a vida... embora a realidade toque a despertar.

    Bom fim-de-semana, amigo Jaime!

    Beijos.

    ResponderEliminar
  15. Pura magia e sedução em cada verso de sua majestosa poesia, Jaime
    Um afetuoso abraço meu amigo

    ResponderEliminar
  16. ¡Hola Jaime! Buenos días, por acá lluviosos.

    Bonitas y excitantes décimas llenas de sabiduría amorosa... Sensual e ilusionista.
    Que no falte nunca una quimera que alimente nuestros sentidos, la ilusión es como la golosina en la mochila de un niño.
    Gracias por tu buen hacer.
    Te dejo un beso, junto a mi gran estima.
    Feliz fin de semana.

    ResponderEliminar
  17. Bom dia, Jaime!
    Uma realidade da ilusão, gostei disso... muitas vezes, é bem assim!
    Tenha dias venturosos e aconchegantes!
    Abraços fraternos de paz e bem

    ResponderEliminar
  18. Boa tarde, Jaime!
    Já estive aqui por duas vezes mas não sabia o que dizer sobre a postagem. E sabe que continuo sem saber?
    Vou arriscar algumas palavras, mas consciente de que estão muito aquém do que seu texto merece...
    Um texto de versos envolventes, sensualíssimo, sério, como séria é a vida!
    Poesia escorre como cabelos nas margens desses rios, é tudo lindo demais...e tem o fogo, e o frio da bola de neve...ah! Como gostaria de ter escrito esse poema...
    Parabéns!
    Um abraço bem brasileiro!

    ResponderEliminar

  19. Olá Jaime, muito bom essa força das palavras que acarretam consigo a magia da poesia, uma realidade transformada utópica ? talvez não, basta olhar para o que nos rodeia de com paixão !
    bom fim de semana :)
    Angela

    ResponderEliminar
  20. Magnífico poema, amigo Jaime!
    É ficção da realidade sim, mas... quase perfeita. Chega a confundir-se...
    Muito bom!

    RE: Eu não gosto de farturas 😊, mas o meu saudoso marido adorava... "Incluí-las" no meu projecto de livro é uma forma "escondida" de o homenagear...

    Bom Fim-de-semana
    Beijinhos
    MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

    ResponderEliminar

  21. O olhar cego na visão
    ...
    só estas palavras me fazem estremecer

    Descobri há 4 anos a minha cegueira
    e, ainda não me conformo

    Se quiser espreitar:
    http://meusmomentosimples.blogspot.com/

    ou outros, como queira

    Beijo amigo Jaime,
    tenha um bom fim de semana
    da Tulipa

    ResponderEliminar
  22. Ficção ou realidade, senhor poeta ilusionista, este poema é SOBERBO!
    Vou daqui rendida a tamanha magia.
    Beijo, querido amigo, e bom fim-de-semana. Sem truques!

    ResponderEliminar
  23. Poesia de altíssima qualidade, que nos embala o pensamento e nossos sonhos. Parabéns, Jaime. E um grande abraço.

    ResponderEliminar
  24. Imagético, cheio de paixão, pude ver, com minha mente, passagens várias da tua mente viajando longe, isso demonstra o quão profundos podem ser teus pensamentos. Um abraço, Jaime.

    ResponderEliminar
  25. La oquedad

    En principio, la palabra oquedad
    nos conduce al concepto de hueco,
    éste al espacio infinito
    y a los agujeros negros.

    Ahora, de pronto,
    me pasma la conclusión
    de que nuestra boca
    solo es una hendidura:
    una puerta.
    Una abertura que conduce
    -tras pasar la dentadura-
    a un túnel subterráneo
    que termina en una fosa.

    Si tú tienes en tu rostro
    un hoyuelo muy gracioso
    y lo miras fijamente
    verás, que tienes un surco,
    un bache o un socavón
    en tu piel resplandeciente.

    Esa elección, a tu gusto…

    Se instalan en nuestra nariz
    dos ventanas siempre abiertas.
    Son la entrada a las cavernas
    donde se gestan catarros,
    gripes y algunas amigdalitis.

    Antesala acogedora
    donde se filtran los aromas de las flores,
    del café y del pan recién horneado,
    el apetitoso olor de los asados,
    las fragancias del limón, la canela,
    albahaca y hierbabuena.
    Otras veces, el tufo que se expande
    cuando algo se quema y no arde.
    Más, ¡ay! hay otros hedores tan fieros
    que nos harán salir corriendo.

    Así, buscando sonidos
    que nos hablen de oquedades
    hemos llegado algo confusos
    a pensar en los oídos:

    Una hondonada que tiene
    una trompa, un martillo
    y un cerumen amarillo,
    nos conduce a los ecos
    porque oír más o menos

    todos oímos pero, escuchar,
    lo que se dice escuchar…
    esto no nos llega al cerebro:
    porque creo que se pierde
    en los corredores del ego.

    Concluyo, en esta hucha,
    no entran los ojos
    porque te miro y me ves:
    están tras de un cristal que refleja
    este mundo del revés.

    Alcalá de Henares, 10 de noviembre de 2018

    Texto realizado por Franziska para
    EL JUEGO DE LA PALABRA DADA
    PALABRA: OQUEDAD
    DADOR: ISAAC DAVIS, autor de dos blogs:

    http://mimismoyyo.blogspot.com/
    http://isaacdevispintor.blogspot.com/



    Ah poesia ilusionista,
    nada inventas,
    és apenas a ficção da realidade.

    Esta estrofa final ha puesto un broche de oro a su poema. Feliz semana. Un abrazo.








    ResponderEliminar
  26. Todos somos poetas
    alguns ousam escrever
    Abraço

    ResponderEliminar
  27. Inconfundível! pleno de imagens metafóricas belíssimas! O remate é bombástico! A poesia, o outro lado, menos cru da verdade...
    A poesia reflecte o que cada um deixa transparecer de si mesmo!

    Parabéns por mais este guloso trabalho!

    Grata pelas palavras de reforço! São sempre bem vindas!

    JP, bom fim de semana.

    Beijo poético

    ResponderEliminar
  28. Não será realidade da ficção? O Amor, a Poesia, a Vida, serão "coisa" real?
    Poema notável.

    Abraço
    SOL

    ResponderEliminar
  29. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência, porque o Poeta mente o que sente e, no baralhar das cartas, os versos da palavra grafada desencanta rimas escondidas.
    Óptimo.
    Abraço

    ResponderEliminar
  30. Me gusta la ilusión que anida en tu corazón y que eres capaz de reflejar en tu bonito poema.
    Cariños y mis deseos de que tengas un buen comienzo de semana.
    kasioles

    ResponderEliminar
  31. Ilusionismo, ficção da realidade, a poesia? A poesia é a vida escrita por poetas, assim, sensíveis… Belo, Jaime,
    Uma boa semana.
    Um beijo.

    ResponderEliminar
  32. Oi Jaime! Poema belo, profundo e um tanto metafórico. Parabéns!

    Abraços e uma ótima semana para ti e para os teus.

    Furtado

    ResponderEliminar
  33. Bravissimo , Jaime! Mais um ecelente e belo poema, a nos embrulhar de ficção e realidade. O poeta sempre fa uso do ilusionismo , para assim fazer transmutar os ricos sentimentos. Feliz continuação de semana. Abraço.

    ResponderEliminar
  34. E que bela poesia... Ilusionista ou não... Li e reli e vou encantada...
    Beijo de...
    Saudade

    ResponderEliminar
  35. Mais um poema cheio de sentimento, profundidade e sensações.
    Um poema brilhante
    Adorei
    Beijinho

    ResponderEliminar
  36. Meu car Jaimamigo

    De ilusionista nada tens mas de poeta tens tudo e desse tudo fazes poesia - e boa. E não tentes iludir-nos mais particularmente não tentes iludir-me, nem ouses que bem te conheço e bem te leio e bem te admiro.🙏

    Um poema belíssimo, aliás, mais um poema lindíssimo. Vir aqui é saborear a poesia é mastigar as estrofes devagar qual vagabundo das palavras em busca do sentido delas, da sensualidade que resumam da identidade que as recheia. E não digo mais nada. Porque não posso, porque não consigo.

    Um abração deste teu amigo e admirador
    Henrique, o Leãozão 🦁

    ResponderEliminar
  37. Quantas metáforas fantásticas e finais de tirar um sorriso no rosto em suas poesias.
    Adoro ler-te
    Abraços!

    ResponderEliminar
  38. Muita magia em cada palavra!
    Bjs amigo Jaime.
    Carmen Lúcia.

    ResponderEliminar

Se não leu o poema, por favor não comente.
If you haven't read the poem, please don't comment.
Obrigado / Thank you