Do tempo,
que morre e me despeja neste mar
de um só sentido, sou náufrago
quase sem me descobrir.
Mas vislumbro janelas
a florir para além do horizonte
da gaiola das memórias,
inundadas por esguias certezas
que flutuam na aridez
a abarrotar de chuva evaporada.
Recuso-me a morrer,
preciso de tempo para me descobrir
nas janelas de vida
que me acenam e sorriem do futuro.
Por isso, exijo
que alguém me retire tempo antigo,
varrendo memórias não sentidas,
sem interesse, obsoletas,
e que agora mo devolva por usar.
© Jaime Portela, Novembro de 2018
Uma recusa forte e bela!
ResponderEliminarBeijinhos, Jaime :)
Real e muito belo seu poema para quem ama a vida!
ResponderEliminarDestaco e concordo plenamente:
"Recuso-me a morrer,
preciso de tempo para me descobrir
nas janelas de vida
que me acenam e sorriem do futuro".
Abraço.
Muito bom, excelente, amigo Jaime!
ResponderEliminarTambém me recuso a morrer, mas sei que por mais que me debata, um dia parto, mas sobre altos protestos, expressando todo meu descontentamento e discordando do 'Senhor do Universo'! Não é justo. Porém, sei que sou, nesse assunto, uma revoltada sem causa, mas é a minha verdade.
Gostei muito desse seu poema
Beijo, é feriado por aí, amanhã é aqui, Dia dos Finados!!
uma excelente solução - lançar fora o que não interessa das memórias e reservar espaço (no disco rígido?) para novas vivências...
ResponderEliminarapreciei a ideia, caro Jaime! mais a mais apresentada, com elegância e sabedoria, em belo poema,
abraço, meu amigo
Eu até envelhecer recuso, Jaime Portela.
ResponderEliminarAquele abraço, bfds
Boa tarde, Jaime!
ResponderEliminarPrimeiro quero agradecer a visita que fez em meu blog de fotografias e do comentário elogioso que deixou lá. Fiquei animada! Também vi sua fotinha lá como seguidor, obrigada pela ilustre presença.
Quanto â sua postagem, digo que gosto desse estilo de escrita, me leva a refletir. São versos mais complexos e no entanto, claros como água, pra quem já navegou por essas águas.
É meu desejo que você tenha todo o tempo do mundo para se descobrir nas janelas da vida, e que do futuro venham sorrisos coloridos e arrebatadores, para que a vida te seja plena, livre e feliz!
Um abraço petropolitano.
O tempo esgota-se... apesar de tudo... com ou sem memórias...
ResponderEliminarÀs vezes, descobrimo-nos tarde demais...usamos o tempo mal...
Poema forte, brilhante....
Obrigada pela visita...
Beijos e abraços
Marta
Simplesmente fantástico!
ResponderEliminarSensibilidade de um olhar que te cativa.
Beijos - Boa noite!
Gosto do poema. Também me recuso a morrer, mas tenho consciência de que a minha recusa de nada servirá quando chegue a minha hora.
ResponderEliminarAbraço e um sereno e feliz Novembro
Acho que a parte mais assustadora de pensar na morte é percebermos que não teremos tempo para tudo o que idealizamos. Porém, não podemos permitir que isso nos limite
ResponderEliminarr: Muito, muito obrigada *-*
Resto de bom feriado e de boa semana
Boa noite, Jaime!
ResponderEliminarMuito bonito!
O final onde pede para que lhe devolva o que o outro se apossou é de um efeito poético incrível, gostei muito!
O passado não volta e o futuro nos aguarda bem, se estamos da mesma forma hoje.
Deus o abençoe muito!
Abraços fraternos de paz e bem
Arrebatou-me este poema...
ResponderEliminarSinto-me igual.
Tenho sede de viver, sentir a vida, conhecer a vida.
E era tão bom se pudéssemos acrescentar tempo, reciclando o tempo que desperdiçamos no passado.
Obrigada pela partilha maravilhosa
Beijinho
¡Hola Jaime!
ResponderEliminar¡Bellísimos e interesantes versos! Que expresan la voluntad de recurrir la marcha, me parece genial, claro que sí, haber quien quiere irse… Yo pienso lo mismo, nunca estará todo visto, necesitamos más tiempo abrir la ventana para descubrir nuevos horizontes con nuevas perspectivas, jaja.
Me ha encantado leerte.
Te dejo un beso junto a mi estima.
Ten un feliz día.
A vida é para ser bem vivida. Ao máximo.
ResponderEliminarO tempo é o nosso carcereiro, infelizmente... É importante usarmo-lo bem, mas uma vida preenchida muitas vezes também depende do fator sorte.
ResponderEliminarEntão, desejo-lhe a construção de boas memórias no presente, para o futuro, e a transformação daquelas que já não pode mudar em experiências de vida, senão aprazíveis, pelo menos não lamentáveis.
Um bom resto de semana.
"Recuso-me a morrer" e quem não? Belíssimo poema.
ResponderEliminarDo nosso amigo Gil António, com- "Amantes" num Universo de apetência.
Bjos
Votos de uma óptima Sexta - Feira
Querido amigo, Jaime;
ResponderEliminarUm magnífico poema, mas atrevo-me a dizer:
Um Poeta jamais morre!
Um Poeta perpetua-se nas palavras, ainda que pesem as memórias "não sentidas, sem interesse, obsoletas", porque só as mãos do Poeta sabem dedilhar o tempo e tecer grinaldas de magia. O tempo antigo é preciso para nos mostrar o tempo mais à frente.
Um excelente fim de semana, amigo.
Beijo de luar
Oi Jaime
ResponderEliminarComo sempre nos encantando com suas postagens.
Linda poesia
Beijo
Lua Singular
Eu... morro todos os dias.
ResponderEliminarSeus poemas são sempre de uma elegante beleza poética!!! Bj
ResponderEliminarJaime
ResponderEliminarBRAVÍSSIMO!
Bjins
Catiaho do Blog Espelhando
Pois é, amigo Jaime, esse seu ótimo poema diz muito bem que o poeta não pode morrer. Aqui no Brasil temos um poeta,Thiago de Mello, que diz que o poeta não morre, transforma-se numa estrela.
ResponderEliminarUm ótimo fim de semana
Grande abraço
Pedro
Bonito poema.
ResponderEliminarMas a morte esta muito enaltecida e falada neste primeiro e dois de novembro, ela nem merece tanto, por causa dela temos dias tristes, lagrimas vertidas, dores e raiva.
Que sua vida seja longa e que todas as janelas que vires sejam floridas, e que nem penses na morte.
Beijinhos, Léah
Maravilhoso, mais um maravilhoso poema meu amigo!
ResponderEliminarParabéns por essa sublime inspiração.
Abraço
Olhar D'ouro - bLoG
Olhar D'ouro - fAcEbOOk
Olhar D'ouro – yOutUbE * Visitem & subcrevam
Uma recusa mais que legítima, meu Amigo.
ResponderEliminarGostei do poema.
Bom fim de semana.
Um beijo.
Eis que nos brindas com mais um dos teus belos poemas. A morte é o inevitável que nos espera.
ResponderEliminarAbraços e um ótimo final de semana para ti e para os teus.
Furtado
PS: Não estiva antes aqui porque meu parceiro (PC) teve que se submeter a um transplante. Rsrs.
Amas la vida y eso es algo muy importante para distanciar a la muerte.
ResponderEliminarSueña y verás que aún tienes muchas cosas bellas por descubrir.
¡Bonito poema!
Cariños y buen domingo.
Kasioles
Um apelo à vida.
ResponderEliminarO tempo passa por nós tão velozmente que é fundamental, viver e apreciar cada momento o melhor possível.
Maravilhoso poema.
Bom fim de semana
Beijinhos
Maria
Divagar Sobre Tudo um Pouco
Mais um belo poema, Jaime, muito profundo, mas ao contrário do que diz o título, eu não me recuso morrer. É claro que, se pudéssemos, viveríamos por muito, muito mais tempo, mas eu não apenas aceito a morte como também a considero tão importante quanto nascer. Há uma artista brasileira que disse: "o importante é nascer e morrer, de resto é uma linguiça que temos que encher, mas que não seja uma linguiça indigesta". Penso que o Universo sabe a hora de partirmos e, quando chega esse momento, convém deixar-se ir daqui para outra, se outra houver. Um grande abraço.
ResponderEliminar"Recuso-me a morrer,
ResponderEliminarpreciso de tempo para me descobrir
nas janelas de vida
que me acenam e sorriem do futuro."
Também eu, poeta, também eu!
Vida longa, Jaime!
E parabéns por mais um poema sublime!
Beijo e bom domingo.
Quem tem Vida, vive. Quem tem Amor, ama. Recuso qualquer desejo de despedida.
ResponderEliminarForte este teu Poema. Parabéns.
Abraço
SOL
Viva. Obrigada pela visita e resto de bom domingo, de chuva, logo conduz a um certo recolhimento para as suas leituras.
ResponderEliminarBeijinho
Jaime, o tempo decorrido deveria ser reciclado, permitindo assim que pudéssemos salvar, de nós, todos os momentos em que a poesia nos abraçou... Grato pela visita e pela força...
ResponderEliminarQuem se expressa deste modo não pode mesmo despedir-se! Ha-de perdurar na linha do tempo! Lembro a célebre frase; os que da lei da morte se vão libertando. Mesmo mortos, vivem incansavelmente. Porque a morte não existe, é o outro lado da vida.
ResponderEliminarDesperdício de tempo? ...não há memória que nos socorra. Este poema é profundo e remete-me para "Angústia para o jantar" . Entre os sonho e a realidade há aquele atalho que ficamos com a realidade e perdemos rasto ao sonho; as ideias brilhantes, os projectos... vamos perdendo coisas; como a" Viagem " de Sophia .... tema forte e interessante...para quem ainda reflete. O que falta.... sabe a pouco!
Grata pela visita e pelas palavras, é um enorme prazer e muito gratificante saber o que pensas e sentes, acerca daquilo que faço.
Boa semana, JP
Beijo
O tempo nunca nos é suficiente para o pleno conhecimento do sentido de nossas vidas, das nossas paixões e amores. Nos resta o protesto e o inconformismo. Boa reflexão.
ResponderEliminarAbraços.
Olá,
ResponderEliminarPodes sim recusar-te a morrer.... Pois um poeta nunca morre.... Ficará eterno nas suas palavras...
Boa semana Amigo....
Beijo de...
Saudade
Ah , se fosse possível descartarmos o que nos pesa e seguirmos caminhos em direção a leveza do poente ! Basta atiramos o saco de pedras ao chão e seguir o nosso rumo .
ResponderEliminarSerá que iríamos tão leves assim ?
Beijinho, Jaime !
O titulo diz tudo! Aplausos ao seu poema!
ResponderEliminar=)
Bjinhos e noite quentinha
Por aqui com, Beleza rompendo o céu
excelente poema, señalo especialmente estos versos:
ResponderEliminarRecuso-me a morrer,
preciso de tempo para me descobrir
nas janelas de vida
que me acenam e sorriem do futuro.
Feliz semana. Un abrazo.
Uma solução excelente, num belo poema!
ResponderEliminarBeijinho
Jå há muitos anos cantava Gilberto Gil, " Não tenho medo da morte, tenhom sim, medo de morrer " e eu também tenho, Jaime, mas não posso " recusar-me a morrer ", porque a vida nem sequer me dá o direito de pedir para me tirar este número que foi acrescentado ao 6 que já me acompanha há uns tempinhos; é só um numerozinho , mas...não adianta...andar para trás a vida não permite, varrer do nosso tempo vivido aquilo que não tem interesse nenhum, dando espaço para novos acontecimentos, novos tempos aqui neste planeta e assim ficarmos por cá lúcidos e fortes, também nunca foi visto e nunca será, por isso, Jaime, a única coisa que peço é que me dêem as flores enquanto aqui ando e não corram neste dia 1 de novembro para a minha casinha simples e humilde, cobrindo-a de velas e enfeites floridos. Nāo sei se vou ter tempo de me despedir, nāo sei se vou deixar saudades, não sei se vão chorar...não sei também se terei que pular algum muro e passar para o outro lado... se alguém estará à minha espera, se verei ou não aqueles que já se foram...não sei nada sobre essa terrivel morte....Só sei, amigo que não vale a pena pensar nela, não vale nada rezar a pedir que ela venha mansinha, suave, sem dor, porque a vida não ouve....a vida manda e quando ela quiser a morte chega e a nós....bem...só resta obedecer e
ResponderEliminarNUNCA RECUSAR. Depois destes dois poemas que acabei de ler, depois desta minha conversa, prometo que vou dormir sossegada, esperando que a vida me permita saudar o dia de amanhã. Dizem que os poetas não morrem, por isso, Jaime, podes ficar sossegado e também por seres poeta, vou-te desculpar pelo tema tão macabro. Beijinhos, amigo e até. ..
Emilia
E... quantas vezes não morremos um pouco a cada dia!
ResponderEliminarMas, é isso, é preciso levantar âncora e fazer-se à vida!
Beijinhos.
Boa tarde Jaime,
ResponderEliminarUm poema lindo e forte no seu conteúdo e forma.
A recusa em morrer é um grito legítimo de quem sente que ainda tem muito a dar à vida!
Beijinhos,
Ailime
Às vezes estamos quase a morrer afogados com tantas lembranças densas, tais estas que não nos fazem voar e ver além do muro que bloqueia a mente.
ResponderEliminarComo sempre, belo e profundo.
Abraços!
Olá Jaime!
ResponderEliminarUm poema muito inteligente. Gostei muito de ler.
Um abraço, um sorriso e um excelente mês de novembro.
Precisei me ausentar devido viagem de urgência, mas estou de volta. Tem nova postagem.
Escrevinhados da Vida
Eu também, caro Jaime, eu também! Amei.
ResponderEliminarHá até pedaços de vida que dispensaríamos, de bom grado, para ganharmos mais tempo - se de qualidade.
Beijos, meu amigo.
E que as janelas, nunca se fechem... e que permaneçam sempre abertas... para se respirar... futuro...
ResponderEliminarNinguém morre... enquanto não for esquecido... apenas o esquecimento, mata verdadeiramente...
E eu não me vou esquecer, mesmo nada, deste poema... para o combinar qualquer dia, com uma das minhas janelas, que andei a fotografar nas férias... :-D
Vou já avisando... :-))
Um poema belíssimo, e muito bem construído, Jaime!... De quem sabe, realmente viver e valorizar a vida... sem se consumir, com o que em nada lhe acrescenta!... Adorei!!!
Beijinho
Ana
O Poeta procura a alquimia do tempo, esse ladrão que nos rouba o pão comido. A humana pretensão no desejo de eternizá-lo numa oportunidade feliz.
ResponderEliminarAbraço.
Oi Jaime! Me recuso a morrer, mas a morte nos acena e diz que esá a´espera no eterno. Somos teimosos e procuramos eternizar atravez de lindas escritas, assim como seu belo poema de recusa. Um grande abraço, amigo.
ResponderEliminar