Dentro de ti,
és a mulher sem-par que tenho,
mas não pego,
de ti, o gozo nos meus braços totalmente.
Dentro de ti,
vou-te perdendo tolhido
pelo mutismo da renúncia.
Cada manhã despida de horizontes
faz crescer o exílio
e cada voz em silêncio é uma grade
acrescentada na prisão.
Dentro de ti,
com o sol a morrer em pegadas de imundície
e varrida pela brisa
enxovalhada na mentira que campeia,
não há trabalho nem pão.
Dentro de ti,
já não sei se és minha mãe,
porque os tempos, mátria minha,
não se cruzam com a nossa liberdade.
Mas eu não te renego, ainda que hoje sejas
a minha pátria mal-amada.
© Jaime
Portela, Outubro de 2022
Apesar de tudo... não podemos renunciar.....
ResponderEliminarObrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Muito bom! Fiquei sem palavras!
ResponderEliminarO seu talento é natural, continuação deste excelente trabalho caro amigo :)
Feliz semana
Ditadura.
ResponderEliminarCurioso título no que a ligacao ao conteúdo doz respeito
Cheio de motivos de reflexão este seu poema, meu Amigo Jaime. Li e reli e começo a sentir alguma nostalgia de outros tempos...
ResponderEliminarUma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Só o poeta sabe o que o move quando inscreve as suas palavras no papel.
ResponderEliminarUm abraço.
Os desencontros e desencantos são cada vez mais que muitos...
ResponderEliminarComo te entendo!
Beijinhos e boa semana!
Uno spunto originalissimo in questo speciale testo, molto intenso e di magnifica lettura...
ResponderEliminarBuona settimana e un saluto,silvia
Poema maravilhoso. Adorei. Obrigada pela partilha!:)
ResponderEliminar-
A saudade, é ...
.
Beijos, e uma excelente semana.
Sinto o mesmo embora não tenha a arte que tens para escrever poemas assim...
ResponderEliminarBeijinho, meu amigo, e tenhamos ânimo!
Poema brilhante, poderoso, profundo, fascinante de ler.
ResponderEliminarCumprimentos
Davvero una poesia riflessiva, profonda e ricca di meravigliose metafore. Buona serata amico, Jaime.
ResponderEliminarSublime poema, caro amigo Jaime.
ResponderEliminarMesmo com desencantos, a pátria é sempre a nossa mãe, de que nos orgulhamos.
Gostei muito.
Parabéns!
Votos de uma excelente semana, com muita saúde.
Abraço amigo.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Tiempos complicados obligan a una reflexión más profunda y a envolvernos de un halo de nostalgia.
ResponderEliminarUn abrazo, Jaime
Não se renega a Pátria, o nosso chão sagrado, do mesmo jeito que nunca se renega quem nos deu o ser. Sejam bem ou mal amados.
ResponderEliminarTítulo e poema algo desafasados, mas o Poeta é que sabe e sente o que lhe vai na alma e no pensamento.
Beleza tem, sentimento também e o sentido nunca está perdido.
Um abraço amigo, Jaime.
Boa semana
Muito original, meu amigo! Infelizmente tocou no âmago dos tempos que vivemos.
ResponderEliminarBeijinho
Ningún país debería vivir o someter a su gente de tal manera...
ResponderEliminarpero de esos hay muchos que coartan la libertad del hombre y la pero es la dictadura de las ideas que si no están de acuerdo con eso la pasan muy mal...
Buena semana.
Muy bello y profundo poema. Te hace pensar te mando un beso.
ResponderEliminarProfundo poema. Te hace pensar. Te mando un beso.
ResponderEliminarNo final da semana vou a caminho dessa pátria amada.
ResponderEliminarJá passou demasiado tempo.
Abraço
Ditaduras, qualquer que seja o extremo, são acidentes de percurso...
ResponderEliminarNa minha opinião, nem pátria, nem mátria devem ser penalizados por tais aberrações...
Piores tempos foram os do absolutismo real... Sem direito a voto...
Bom dia. Abraço
~~~
Eis que nos ofertas mais um belo e profundo poema Jaime. Aqui também vivemos tempos iguais a este.
ResponderEliminarAbraços e muita paz para ti e para os teus.
Furtado
Ei Jaime!
ResponderEliminarFantásticas palavras.
Versos verdade em forma
de Poesia.
Encantada
CatiahoAlc.
Beautiful.
ResponderEliminarwww.rsrue.blogspot.com
São tristes seus versos, Jaime! A busca por liberdade é infinita, independente de alguns incidentes de percurso. E e esse berço não conseguimos deixar de amar. Abraço
ResponderEliminarDitaduras, nem " vê-las " e nós já vivemos uma durante tantos e tantos anos, além da monarquias que, a meu ver, passa de ditadura. Temos as monarquias modernas que, apesar de não lhes achar" graça nenhuma, não ousam cometer as atrocidades dos tempos passados. " Uma operação especial" muito bem sucedida e praticamente sem derramamento de sangue acabou com a nossa ditadura e o que esperamos é que não haja retrocesso e voltemos aos tempos idos. Entendo nestes teus poemas uma referência ao que se está a passar agora e o receio que o mundo inteiro tem perante tamanhas atrocidades cometidas por um desmiolado, ditador frio e dalculista que ama o poder muito mais do que ama a Pátria. Se tivesse algum amor ao seu país, não teria desencadeado a tal " operação especial " que mata indiscriminadamente sem o minino pudor. Ditaduras no poder, ditaduras nos lares, ditaduras nos empregos, ditaduras sobre as crianças que " tremem de medo " quando entram em casa, lugar que deveria ser o seu refúgio, e aconchego. Falei nas crianças, porque hoje, dia 12 comemora-se o dia delas, no Brasil, assim como também é dia da padroeira do Brasil, Nossa senhora Aparecida. Obrigada, Jaime, pelo momento poético, sempre de grande qualidade. Beijinhos e fica bem, com saúde
ResponderEliminarEmília
Corrigindo ....não passa de uma ditadura
ResponderEliminarBeijo
Emilia
Boa tarde Jaime,
ResponderEliminarUm poema belo que li e reli!
Apesar de tudo é a nossa Pátria e tomaram outros povos estar neste cantinho à beira-mar plantado.
Beijinhos e continuação de boa semana.
Ailime
A Pátria mãe tão vilipendiada pelos ditadores e oportunistas.
ResponderEliminarImpactante o teu poema, querido Jaime. Pra refletir.
Um beijo carinhoso
Um poema bastante introspectivo e nostálgico... as ditaduras rondam ciclicamente... aproveitando-se dos momentos de instabilidade e desagregação, motivadas por crises de vária ordem... para se instalarem... em alarido ou de mansinho. O que dizer? Já se respiraram estes ares no século passado... mas a humanidade também tende ciclicamente a repetir os mesmos erros...
ResponderEliminarO mundo mudou drasticamente, nestes últimos dois anos e meio... e por enquanto temos todas os motivos para crer que no curto e médio prazo... este caótico presente, tenderá a prosseguir... mergulhados que estamos, em outros blocos europeus de decisões... que não irão fazer as delícias do cidadão comum... e quando isso acontece... o divisionismo para outras forças de contestação, acompanhando a mare... vai-se progressivamente instalando...
Um daqueles poemas, que brilhantemente... dão bastante sobre o que reflectir!
Um beijinho!
Ana
ResponderEliminarUma leitura que sentimos uma nostalgia de outros tempos, uma poesia que entrar em nossa mente, cassando os sentimentos mais profundo do passando. Um poema para ser lindo e relido.