De súbito,
fecharam-se todas as portas.
O mesmo aconteceu com as janelas.
O estranho acontecimento,
nada o deteve.
E não eram portas e janelas
deste ou daquele, nem mesmo apenas
as das casas de famílias enlutadas.
Todas elas se fechavam
ao ritmo
e ao som
de uma música estranha, imparável,
embora com distintos
começos e andamentos.
A ordem,
para que o céu não se cobrisse de nuvens
dentro dos lares,
ninguém a deu, foi ditada
pelos estrondos cada vez mais próximos.
As flores de cada jardim
ficaram submersas,
de esperanças fuziladas
por cogumelos, torturas e violações.
Os sobressaltados inquilinos
procuraram abrigo debaixo do chão
em casas sem portas e janelas.
Barbaramente,
houve uma porta, apenas uma,
que recebeu a maldita ordem
para não se fechar:
a porta do céu,
para que as bombas pudessem cair
como chuva aleatória, e as almas,
dos seus inertes corpos separadas,
subir à derradeira morada.
© Jaime
Portela, Outubro de 2022
Dolorosissimi eventi, d'un presente inaccettabile che fa molto male.
ResponderEliminarVersi intensi, molto apprezzati.
Buona giornata e un caro saluto
Que poema fortíssimo!
ResponderEliminarNão deixa de ser lindo apesar do seu teor.
Feliz dia
Um poema sombrio e forte, jaime
ResponderEliminarAbraço
E a guerra destrói... corrompo o tempo e o corpo...
ResponderEliminarBrilhante...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Buona giornata
ResponderEliminarIntenso, profundo, super criativo, poeticamente falando. Diz a sapiência popular que as portas do Céu estão sempre abertas. Será que estão mesmo para todas as almas?
ResponderEliminarA arte poética está bem presente neste poema. Sem dúvida, fascinante de ler
Cumprimentos poéticos
Gostei deste excelente poema.
ResponderEliminarUm abraço e continuação de uma boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Tocante, impressionante esse sentir aqui na linda poesia expresso!
ResponderEliminarTriste,não? abraços, chica
Ainda bem que essa porta estava aberta!
ResponderEliminarMeditação profunda, a tua, para criar um ambiente assim.Quem sabe o que nos espera com tanto louco à solta.
Gostei.
Forte abraço de vida
Tão dolorosamente real, este teu belo e sentido poema, meu amigo!
ResponderEliminarQue a Humanidade consiga construir a paz !
Te abraço
Boa tarde Jaime,
ResponderEliminarMagnífico e muito profundo este poema de uma construção poética admirável e que emociona!
Parabéns, Poeta!
Beijinhos,
Ailime
Versi struggenti, di grande commozione, bellissimi. Purtroppo viviamo brutti giorni. Buona giornata, amico Jaime e complimenti come sempre.
ResponderEliminarUma das benesses de um poema, é ele refletir o clamor da alma nos momentos de prazer ou de dor. E esse que acabei de ler é fortemente tocante.
ResponderEliminarUm beijo.
Um poema intenso. Muito belo!!
ResponderEliminar-
Se escrevesse o que sente a minha alma
Beijo, e uma boa tarde!
Triste e doloroso, mas tão bem o sabes dizer!
ResponderEliminarQue a Esperança e a Fé não nos fujam.
Beijinhos.
Arrepiante, e por isso mesmo, magnífico!
ResponderEliminarArrombemos as portas e as janelas que se fecham. Sim, acredito que ainda é possível...
Beijinho, amigo Jaime
O homem ainda não ultrapassou a fase do "olho por olho, dente por dente".
ResponderEliminarUm abraço.
Poema belo e aterrador, semelhante à vida cruel com que nos deparamos actualmente.
ResponderEliminarPena que tudo não seja apenas e só ficção, poesia. Mas não é.
Para os que infligem dor e sofrimento ao seu semelhante, as portas que se escancaram serão as do inferno...
Um forte abraço, amigo Jaime.
Poema intenso e de revolta, pela violência que esta guerra injusta e sem sentido, está a causar a milhares de seres humanos.
ResponderEliminarGostei muito de ler, caro amigo Jaime.
Votos de um excelente fim de semana, com muita saúde.
Abraço amigo.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Profundo poema te hace pensar. Te mando un beso.
ResponderEliminarEsse títere não vai sobreviver a esta guerra.
ResponderEliminarE vai ser liquidado por quem lhe está próximo.
Abraço, bfds
Inmenso, profundo y doloroso, describes en tus versos a la perfección el problema del mundo, maravilloso ha sido leerte aunque duela hacerlo
ResponderEliminarUn abrazo
Desoladoras verdades poetisadas de forma sublime. Impossível não sentir tristeza diante de suas colocações. Lindo, Jaime! Abraço.
ResponderEliminarMuito bem desenhado Jaime - me vi entre escombros
ResponderEliminarficção ou não é assustador quando as janelas se fecham...
Um doce abraço de fim de semana e que as nossas janelas
se abram para o amanheceres radiosos.
a inumanidade da guerra. e a sua den+uncia
ResponderEliminara POesia pode serm mutaa vezes uma arma.
gostei muito do teu poema, meu amigo
abraço
Um poema apocalítico, mas o dia a dia de muitos
ResponderEliminarque estão próximo da 'linha da frente'.
Bem impressivo e eloquente.
Bom fim de semana. Abraço
~~~~~~~~~~~~~~
Também gosto muito da intensidade da mensagem!
ResponderEliminarBom sábado 😘
Inquietante este poema sobre a guerra onde se luta contra o fuzilamento da esperança e contra a morte. Gostei muito, meu Amigo Jaime.
ResponderEliminarQue tenha um bom fim de semana.
Um beijo.
Senti em mim este teu excelente poema cujo teor me é familiar.
ResponderEliminarAbram-se as Portas do Céu e haja Luz e Paz.
Parabéns, Jaime Portela.
Abraço
SOL da Esteva
Olá, caro amigo Jaime,
ResponderEliminarPassando por aqui, relendo este excelente poema, que muito gostei, e desejar um feliz fim de semana, com muita saúde.
Abraço amigo.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Olá, Jaime
ResponderEliminarLer este poema é quedar-nos nas palavras
e no que elas traduzem, numa mensagem
que muitos já sentiram na pele. A maldição
que vem do céu mas também da terra e de
todos os lados. E quando não há escapatória
a esperança se evola.
Abraço
Olinda
É isto!!! O momento presente, magistralmente descrito... e num escalar diário! Esta operação... está a ser cozinhada em fogo lento... pois o General Inverno, sempre esteve ao serviço das tropas russas... na Segunda Guerra... e talvez na Terceira, pelo andar da carruagem, com toda esta crise energética, que nem rastilho, se espalhou pelo mundo...
ResponderEliminarParabéns, Jaime, por tão bem ter condensado, a insanidade destes tempos, neste poema de excelência... irei ficar com o mesmo debaixo de olho, para qualquer dia o destacar...
Beijinhos
Ana