Há ideias que vão caindo sobre as nossas cabeças
como bombas de napalm,
numa guerra sem armas, de doutrinas,
que nos matam como tordos de asas atadas.
São lançadas ao vento
por tudo e por nada e por ninguém.
Se não é ninguém, o tudo e o nada são
invisíveis
mesmo com ventos de feição,
quem é, então?
E,
paulatinamente,
as nossas ideias vão sendo queimadas.
Remexendo as cinzas,
mais difícil será acharmos a liberdade da razão
e serão raros novos rebentos nas ruínas
à medida que somos formatados.
Seremos nós um disfarce do tudo e do nada,
do vento ou de ninguém,
ou nadamos nós num mar de pastosas subtilezas?
Sei é que, quando eu era criança,
pensava que a trovoada era causada pelos anjos
que arrastavam móveis no céu.
© Jaime
Portela, Julho de 2023
Poesia linda, bem inspirada e como tu, também fui ensinada quando criança que os trovões eram vindos do dia de faxina no céu...Era lindo acreditar! abraços, ótima semana, chica
ResponderEliminarAgora se prrcebe as poeiras suspensas cá em baixo
ResponderEliminar🤣
Abraço jaime
A ternura do pensamento infantil inspirou um poema verdadeiramente doce.
ResponderEliminarAbraço, boa semana
Como tudo é pacífico e belo na infância.
ResponderEliminarUm abraço.
Poema brilhante que muito gostei de ler
ResponderEliminar.
Saudações poéticas. Uma semana feliz.
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.
While angels drag furniture in Heaven, mothers of children killed by war continue burying their children, changing the natural order of things.
ResponderEliminarStrong verses.
Hugs and good week.
È semplicemente un capolavoro. Le immagini che evochi con le tue parole sono struggenti ed intense sono drammatiche e vere e con l'ultimo verso ci richiami ad un ricordo tenero di bambino che sembra richiamare tutti noi alla innocente ingenuità della fanciullezza
ResponderEliminarnice to start the week with a nice poem. :)
ResponderEliminarHave a good week my dear friend Jamie:)
"Sei é que, quando eu era criança,
ResponderEliminarpensava que a trovoada era causada pelos anjos
que arrastavam móveis no céu." Também pensava o mesmo e tenho pena de já não pensar. A minha cabeça também foi formatada... Um belo poema, meu Amigo Jaime.
Uma boa semana.
Um beijo.
Gostei deste poema.
ResponderEliminarUm abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Adorei, sempre muito bonitos.
ResponderEliminarBoa tarde
Pois ... neste momento talvez sejamos todos essa criança ignorante da realidade!
ResponderEliminarMeu querido amigo, beijinho de pacífica semana .
Olá, amigo Jaime!
ResponderEliminarQuando criança, a fantasia inebria nossa alma. É tão bom termos boas lembranças inocentes assim!
Os poemas são regados à pureza.
Tenha uma nova semana abençoada!
Abraços fraternos
Que bom seria voltar à infância e pensar em coisas absurdas.
ResponderEliminarFaz falta pensar em coisas absurdas e simplesmente navegar...
Poema poderoso.
Beijos e abraços
Marta
Magnífico poema.
ResponderEliminarUn abrazo.
Assim é, caro amigo Jaime. Por vezes parece mesmo que os anjos arrastam móveis no céu. Pelo barulho ensurdecedor que nos entra pelos ouvidos adentro, pelos sabichoes do templo.
ResponderEliminarGostei muito.
Votos de uma excelente semana, com muita saúde e paz.
Abraço amigo.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Não somos mais crianças e, no entanto, quase todas as crenças que povoaram a nossa mente infantil, ainda perpassam pela nossa ideia amadurecida, calejada, mas que teima em acreditar na magia, com que um dia nos suavisaram os medos.
ResponderEliminarHoje, temos de superar tudo a seco, na crua realidade...mas, teremos mesmo?
Beijos amigos, Jaime.
AQUI 🇩🇪 os anjos arrastaram móveis no céu durante toda a noite e parte do dia.
ResponderEliminarAbraço da amiga da aldeia do Düssel, que navega no mar da felicidade — metaforicamente falando — quando lê a sua poesia.
Olá caro Jaime.
ResponderEliminarQuando criança costumamos sonhar de olhos abertos
Até confundir trovões com móveis arrastados por anjos
Crescemos e entendemos que não é bem assim.
Boa semana
Abraço!
Algumas coisas eram bem ingênuas, outras não, aliás coisinhas um tanto maldosas, como as canções infantis para dormir e as historinhas que ouvíamos, como o lobo mau que se vestiu de vovozinha e tentou enganar a menina para se alimentar da carne dela. No final da história o Chapeuzinho e sua vovó conseguiram escapar das garrar malvadas do lobo mau e foram salvas pelos caçadores. Final da história...feliz!
ResponderEliminarQuanto aos trovões, não sabia dessa, me diziam que Deus estava um tanto bravo pelas maldades dos homens.
Será que fui privilegiada com histórias de horror na infância?
Mas em compensação, hoje os adultos são ingênuos demais e muito mal intencionados!
😊😁😂
Gostei muito do poema, Jaime, fala de duas realidades - falsas! E hoje, penso estar pior, pois as crianças vivem as histórias de terror, e os adultos, bem, deixa pra lá...parecem crianças ou o lobo mau.
Beijinho, amigo, uma boa semana.
Jaime, ao ler o que escrevi reparei num erro de palmatória...Rectifico: suavizar...suavizando, com a suavidade possível. Enfim, peço desculpa!
ResponderEliminarContinuação de uma boa semana.
Profundo poema. Te hace pensar te mando un beso.
ResponderEliminarOlá, Jaime Um poema bastante filosófico, que nos interpela sobre o que é a realidade, como conhecemos e validamos os nossos juízos. Num tempo em que tanta informação nos assedia de forma permanente, estas perguntas tornam-se mais prementes ainda. A meu ver, devemos reforçar o nosso sentido crítico, tornar-nos mais cépticos, obdecendo enquanto criticamos e propomos. Não são tempos tão simples como aqueles em que os anjos traziam e lançavam os trovões. Boa semana, amigo poeta.
ResponderEliminarApenas mais tarde, me lembrei que os anjos arredavam móveis, em vez de lançar trovões. Abstrai-me dos detalhes, que neste caso eram uma bela metáfora para me centrar no espirito do poema. Esta abordagem acabou por me distrair dia detalhes. Não foi uma leitura superficial, mas mais focada nas ideias do que na sua representação.
EliminarOla meu amigo,
ResponderEliminarEu amei sua poesia. Quem sabe não são mesmo os anjos que arrastam moveis no céu? Gosto do ludico e dos sonhos da imaginação das crianças.
Obrigada pelos votos de felicidades pela passagem do meu niver, claro ser feliz é fundamental. Muito grata.
Beijos
Acho que nadamos nesse "mar da pastosas subtilezas"...
ResponderEliminarBeijinhos
Olá Querido Amigo Jaime,
ResponderEliminarSomos um disfarce do tudo e do nada? Talvez...
Mas que aqui transborda imenso talento e inteligência, isso sim!
Fique bem, beijinho!
Boa tarde Jaime,
ResponderEliminarMagnífico poema!
Os ruídos da trovoada que em criança nos diziam ser os anjos que faziam, não se comparavam em nada aos barulhos endurecedores que atingem hoje o mundo em geral a todos os níveis.
As guerras, as TVs, enfim um sem número de perturbações que mexem com o ser humano e nos nos molestam.
Gostei imenso. Parabéns pela sua inspiração.
Beijinhos,
Ailime
Que lindo, seu poema me fez viajar aqui.
ResponderEliminarBeijo, beijo.
She
Tempos de ingenuidade!
ResponderEliminarTambém, cresci ouvindo isso!
Penso que era uma maneira "suave" de não ficarmos com medo, do barulho dos trovões!
Abraços!
Uma bonita alegoria que só as crianças e o poetas são capazes de
ResponderEliminarimaginar_ o barulho dos móveis se arrastando e provocando aquela barulheira.
São os disfarces e as sutilezas que nos impulsionam, Jaime.
Gosto quando te inspira e lança em nós momentos assim ,das sutilezas.
Parabéns e um abraço forte. Como trovoadas.
Fantástico poema! :)
ResponderEliminar.
Existem sonhos que foram interrompidos
.
Beijos e uma boa semana.
Bom dia, Jaime
ResponderEliminarAs crianças encantam a vida, poema criativo, um forte abraço.
Boa tarde JP
ResponderEliminarUm poema muito bem finalizado, que nos remete para toda a beleza da escrita, em tempos menos calmos.
Boa semana com saúde e paz.
Um beijo
:)
Até os anjos tinham necessidade de mudar a casa.
ResponderEliminarHoje em dia faz falta ao homem tomar consciência do que é preciso fazer para alterar toda uma situação, que não permite o fluir da interação pacífica entre os povos.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes
Se nos deixarmos formatar, dificilmente novas ideias conseguirão germinar.
ResponderEliminarUm poema sublime.
Beijinhos
Olá, caro amigo Jaime,
ResponderEliminarPassando por aqui, relendo este excelente poema que muito gostei, e desejar um Feliz fim de semana, com muita saúde e paz.
Abraço amigo.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Gostei desta tua desformatação. A trabalheira que dá não é?
ResponderEliminarMuito belo de aconchegar os tempos!
Beijinho, amigo.
La inocencia y la pureza de la niñez desgraciadamente se ha perdido Jaime, ahora sabemos que los ruidos las, las bombas, la sutileza y biscosidad de tanta palabra que nos envuelve va deformando realidades,y como en una noria unos suben y muchos bajan
ResponderEliminarUn estupendo poema
Un abrazo
ResponderEliminarÉ isso, Jaime.
Palavras, pseudo-doutrinas lançadas
ao vento, sem ideologia que preste,
e lá vamos nós, quais marionetas, a
reboque, sem conseguir distinguir o
que é facto e o que é invenção...
Mais vale conservarmos no nosso íntimo
o mundo mágico da nossa infância.
Gostei muito dessa sua reflexão.
Abraço
Olinda
Familiar esse dito de que no Céu se arrumavam as mobílias ou que Deus estaria algo zangado.
ResponderEliminarComo sempre, as delícias dos teus Temas.
Parabéns, Jaime.
Abraço
SOL da Esteva
ResponderEliminarBoa tarde Jaime,
Magnífico poema, os meus parabéns!
Como sempre toda uma imaginação e inspiração que nos deixa muito agradados
É o século 21 com tudo aquilo que de mal vamos fazendo ao Universo!
Estive de férias a 1ª quinzena de Julho
de Itália cheguei mudei de mala e segui para Espanha
e, como deves calcular os restantes quinze dias tem sido para descansar e recuperar pois já não tenho forças nem saúde para tantos passeios
Fiz 2 posts sobre a ida a Itália, estão aqui:
http://pensamentosimagens.blogspot.com/
fiz um no dia 22 e outro hoje dia 30, quando quiseres vem espreitar
Beijinhos,
Boa semana, caro amigo.
TULIPA
Poema muito bom, meu caro amigo! E...quanta verdade!
ResponderEliminarNo meu caso, aqui a Sul, diziam-me que Deus estava a ralhar connosco e...deve ser mesmo isso!
Beijo