Eterno, porque imortal,
o épico canto de Camões,
que da lei da morte se livrou,
ainda ecoa como um raro tesouro
num mundo de sonhos,
de amor e de odisseia.
Com a mestria da pintura que fala,
nas palavras, rimas e estrofes grandiosas,
da lírica da Corte à gloriosa epopeia,
em dez cantos teceu a saga de um povo,
a alma lusíada de uma nação.
Cinco séculos passados,
a chama do seu engenho ainda brilha
a iluminar o caminho de quem ama a poesia,
de quem abraça o jubileu
do seu perpétuo canto.
Passou o Cabo das Tormentas
e o Gigante Adamastor, morreu pobre,
mas nem o Fogo de Sant’Elmo
impediu que a sua voz esculpisse
um trinado harmónico
na vultosa causa do lusitano orgulho.
Versou rotas navegadas
numa densidade invencível
das caravelas de Vasco da Gama,
impensadas pelas papilas pensantes
do Velho do Restelo.
Em metáforas heroicas de um sonho
para além das órbitas sabidas
em oceanos nunca sulcados,
no regresso premiou os bravos marinheiros
com as belas ninfas da ilha dos amores.
Jamais morrerás, Camões,
para sempre viverá o teu engenho e arte
na palavra que respira
de entufado e justo orgulho no peito lusitano,
como um farol de outros feitos do porvir.
© Jaime Portela, Junho de 2024
PARA QUEM NÃO SABE:
Luís Vaz de Camões é considerado o maior poeta português de todos os tempos. Nasceu a 10 Junho de 1524 (ou 1525). Celebra-se na próxima semana, portanto, o 5º centenário do seu nascimento.A sua grande obra, Os Lusíadas, no género da Ilíada e Odisseia, de Homero, e da Eneida, de Virgílio, é uma obra de poesia épica. Provavelmente iniciada em 1556 e concluída em 1571, foi publicada em Lisboa em 12 de março de 1572, no período literário do Classicismo, ou Renascimento tardio, três anos após o regresso do autor do Oriente.A obra é composta por dez cantos, 1 102 estrofes e 8 816 versos em oitavas decassilábicas, sujeitas ao esquema rímico fixo AB AB AB CC – oitava rima real, ou camoniana. A ação central é a descoberta do caminho marítimo da Europa para a Índia por Vasco da Gama (com saída de Lisboa a 8 de Julho de 1497, e chegada a Calecut em Maio de 1498), à volta da qual se vão evocando outros episódios da História de Portugal.
Muito dificilmente o porvir trará outros faróis que iluminem a senda poética com o mesmo fulgor com que o fez Camões...
ResponderEliminarNo entanto, fica desde já posta à parte dessa equação esta belíssima Ode aos Lusíadas, da autoria do amigo Jaime. Adorei!
Um abraço e um feliz Junho.
Uma figura polémica, que pelos vistos teve tudo menos de herói
ResponderEliminarGosto imenso da lírica de Camões.
ResponderEliminarFoi alguém a quem a sorte nunca sorriu, nem sequer depois a morte : veja-se a maneira estúpida como eram dados "Os Lusíadas" no Liceu e , actualmente, desconheço se fazem parte do currículo.
Meu amigo parabéns pela homenagem !
Abraço com estima e feliz JUnho.
Magnífico poema para festejar data tão importante! Linda homenagem! abraçsoi, ótima semana, chica
ResponderEliminarBom dia de Paz, amigo Jaime!
ResponderEliminarPrestar honras a Camões é valorizar a nata da literatura portuguesa doada ao mundo.
Ele é farol.
Tenha um junho abençoado!
Abraços fraternos
Muito interessante e sempre boa referência.
ResponderEliminarBoa semana
Luís de Camões é o meu deus da POESIA.
ResponderEliminarA homenagem de outro poeta lusitano ao autor dos Lusíadas é uma pérola poética.
Luís Vaz de Camões agradece, esteja ele onde estiver.
Um abraço, meu querido amigo e poeta, agradecendo-lhe o brilhante poema.
Merecida homenagem a Camões. O maior poeta da língua portuguesa.
ResponderEliminarBelo poema aqui partilha, amigo Jaime.
Gostei bastante.
Deixo os meus votos de uma excelente semana, com muita saúde e paz.
Abraço amigo.
Mário Margaride
Uma homenagem a Luís de Camões a que me associo.
ResponderEliminarBoa semana.
Um abraço.
Fantástico poema de homenagem ao 5º centenário do nascimento do nosso maior poeta. Que mais acrescentar ao que escreveste? Belíssimo!
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
Um poema brilhante sobre um poeta eterno....e cuja Voz ecoará sempre...
ResponderEliminarBeijos e abraços
Marta
Olá, meu amigo, conheço a poesia de Luís de Camões, que foi amaldiçoado e desvalorizado durante a sua vida. Um personagem muito interessante e sempre vivo! Que bom que você escreveu sobre isso, obrigado por este lindo poema e cumprimentos, desejando uma boa semana.
ResponderEliminarUna poesia bellissima per onorare il ricordo di questo grande poeta. Tra le altre cose quello che mi ha colpito di lui è il suo linguaggio più moderno rispetto a quello dei poeti italiani dello stesso periodo
ResponderEliminarAcrescentarei também como facto interessante que a primeira tradução (provavelmente do francês) de Jacek Idzi Przybylski foi publicada na Polónia em 1790. Uma selecção contemporânea de poemas é: Camões, Selected Poetry, série Biblioteka Poetów, Warszawa 1984.
ResponderEliminar:)
Una lirica stupenda dedicata alle opere di un grande artista.
ResponderEliminarUn caro saluto
Una dedica poetica raffinata dedicata alle opere di un grande artista.
ResponderEliminarUn caro saluto
Uma excelente homenagem a um grande poeta tanta vez esquecido. Parabéns por ela.
ResponderEliminarAbraço e saúde
Um grande amigo é um profundo estudioso camoniano.
ResponderEliminarNomeadamente da presença de Camões em Macau.
Tema acerca do qual tem vasta obra publicada.
Um abraço, boa semana
Que lindo poema :D
ResponderEliminarMuy bella poesía.
ResponderEliminarSin duda, un excelente homenaje.
Gran recuerdo.
Un abrazo.
Feliz semana.
It is in the classics of literature that we young poets transform ourselves into Narcissus and mirror ourselves in these great poets, making their images our poetic likeness.
ResponderEliminar(ꈍᴗꈍ) Poetic and cinematographic greetings.
Poema viceral! Verdadeira obra prima.
ResponderEliminarGrande abraço amigo poeta.
[...] Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade! [...]
- Florbela Espanca -
https://sensualidadeeerotimo.blogspot.com/
Muy merecido lo tiene ese recordar...que sea baluarte de los que escriben en poesía, nunca se deja de aprender.
ResponderEliminarBien hecho!
Boa noite Jaime,
ResponderEliminarQue poema tão belo evocando a Vida e Obra de Luís de Camões, em sua homenagem
Os meus Parabéns pela sua inspiração tão eloquente na construção deste poema a todos os títulos notável .
Beijinhos e boa semana meu amigo Jaime.
Emília
Olá caro Jaime.
ResponderEliminarQue bela homenagem a Camões.
Era matéria na escola.
"Verdadeiro valor não dão à gente;
Essas honras vãs, esse ouro puro
melhor é merecê-los sem os ter
que possuí-los sem os merecer.Luís de Camões
Os Lusíadas (1572)."
Muito bom e merecido caro poeta.
Boa semana.
Beijo.
bello homenaje. No conocía al poeta. Te mando un beso
ResponderEliminarJusta homenagem, Viva o nosso poeta Camões!
ResponderEliminarContinuação de uma boa semana. Abraço.
Boa tarde JP
ResponderEliminarUm poema em homenagem a Camões que achei sublime.
Boa semana com saúde.
:)
Grande poema, magnífica publicação. Aplaudo, meu amigo Jaime.
ResponderEliminarCAMÕES, o poeta imortal, é merecedor de todas as homenagens.
Obrigada pelo que aprendi aqui.
Beijo. Um Junho feliz.
Excelente homenagem a um grande poeta que faz parte da nossa história 👏😘
ResponderEliminarUma belissíssima poesia/homenagem ao nosso maior Poeta!
ResponderEliminarSempre me impressionou "Os Lusíadas", não só o seu conteúdo, mas também e principalmente, para mim, a sua forma. Mesmo impressionante!
Beijinhos, amigo Jaime!
Olá, talentoso Jaime!
ResponderEliminarEste poema é uma grande ode ao nosso conhecido "Luís Vaz de Camões". O Jaime deixou aqui uma homenagem de louvar. Gostei muito 🤗
Abraços e uma boa semana para si!
Um poema sublime para homenagear o nosso grande poeta Luís de Camões.
ResponderEliminarBeijinhos
Amigo Jaime, que belo poema! A sua homenagem a Luís de Camões, o grande poeta português, é tocante e eloquente. Camões, autor de “Os Lusíadas”, é uma figura imortal na literatura, e suas palavras continuam a ressoar através dos séculos. A sua habilidade de tecer histórias épicas e metafóricas é verdadeiramente notável. Obrigado por compartilhar essa bela expressão poética. Um abraço.
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ResponderEliminarApesar do meu preferido ser Pessoa, adoro partilhar Os Lusíadas com os meus jovens alunos. É, sem dúvida, uma obra maior.
Beijinho, Jaime.
Bonita homenagem àquele cuja referência nos discursos é de apenas "como escreveu o poeta", por que todos sabemos de quem se trata, afinal.
ResponderEliminarUm poema diferente daquele que me habituei a ler da sua autoria, mas que demonstra a sua versatilidade.
Abraço, Jaime
Bonita homenagem àquele cuja referência nos discursos é de apenas "como escreveu o poeta", por que todos sabemos de quem se trata, afinal.
ResponderEliminarUm poema diferente daquele que me habituei a ler da sua autoria, mas que demonstra a sua versatilidade.
Abraço, Jaime
Jaime,
ResponderEliminarViva Camões!
E viva a todos que como ele
são nossos mestres.
E viva a você Jaime,
por nos brindar tão
generosamente com seus belos
e inspirados versos.
Bjins de gratidão.
CatiahoAlc.
Olá, amigo Jaime
ResponderEliminarPassando por aqui, relendo este excelente poema que muito gostei, e desejar um feliz fim de semana!
Abraço amigo.
.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
Camões! A nossa referência Nacional está esquecido "entre as brumas da Memória" dos sábios do nosso tempo. Até se "esqueceram" desta Celebração que nos é marcante.
ResponderEliminarO teu Poema é excelente, descrevendo o que a "n/nobreza" parece desconhecer.
Parabéns, Jaime por este oportuno Poema.
Abraço,
SOL da Esteva
Excelente homenagem àquele que considero e sempre considerei o maior poeta português de todos os tempos.
ResponderEliminarNo colégio "estudei" os Lusíadas, e foi aí que se acendeu a "luzinha" que me levou a admirá-lo acima de todos.
Parabéns, amigo Jaime.
Bom Fim de Semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Olá amigo Jaime! Poeta da melhor qualidade!
ResponderEliminarQue bom voltar aqui depois de um tempo e ver que está firme e forte.
Uma bela homenagem que fizeste a Camões.
Confesso que ainda não tive coragem de ler Luzíadas, mas quem sabe um dia eu encare.
Um grande abraço.
Evocado com justeza e justiça.
ResponderEliminarNão sei se será farol ou candeia
sei -o como chão, clareira onde procuramos a raiz, a vela, outras vezes a armadura.
Sei-o como um tremor algoz, às vezes terrífico, outros como se olhasse um botão de rosa a desabrochar no topo da montanha.
Sei-o a temperar o sangue, em vagas tempestuosas, para além dos tempos, testemunho que aqui se verbaliza.
E gosto...
Abraço-o
Homenagem bem merecida, pois ser poeta então e dessa maneira viver, não era gratidão, mas hoje SIM.
ResponderEliminarTambém lhe guardo honras.
Grande abraço
Excelente !
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