terça-feira, 13 de janeiro de 2015

O parto do sossego [003]


não tenho horas certas
de relógio alheio ou meu
mas em fortes badaladas
elas sempre comemoram o solstício
em que te libertaste
do teu desassossego

pariste-o nas minhas mãos
suave e tímido sossego
no êxtase das nossas línguas
num pulsar imaculado em réplicas
de emancipados tremores

não esbanjarei predigo-me
o que me sobra do tempo
a cozer-me no baço fogo da sopa
de vermes da incerteza
nem me sepultarei aceso
num fosso de mortalha alinhavado
quando o teu sossego é intransmissível
é teu é meu só nosso



3 comentários:

  1. Que o tempo restante seja sempre de feliz inspiração.
    Devemos viver cada dia dos nossos dias, como se fora o último e quando chega a hora de partir relógios, fazer de cada minuto uma festa. :)
    Grata pela visita, deixo um sorriso e um
    beijo com votos de longa vida, a este lindo rio que mais parece mar...e ao seu autor.

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  2. Amo o tempo.
    E o que mais quero da vida é o tempo, e o movimento do sol brilhante. Quero o tempo mesmo que este tempo seja de um sublime minuto.
    Bjs!


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  3. Não há nada que pague o sossego! No entanto, que não seja marasmo.
    O tempo... o tempo é um bom aliado.

    Beijos.

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