A tua fronte
é uma caravela dourada
de velas enfunadas pelo fogo tropical.
Loucas,
as brisas naufragam
nas ondas fulgentes do mar,
os teus cabelos,
que não escondem
a força que sai do teu olhar,
onde me chego, a bebê-lo,
quando beijo o teu sorriso.
Aberto,
o meu respirar é um abrigo
que te cinge na praia
coberta de vestes distraídas,
as nossas, que não tolhem
o bando de carícias em crescendo
quando pousamos
nas asas da ternura.
Irrepetível,
é o tempo na demora dos teus braços,
que procuro, maquinal,
para embarcar
pela janela da tua caravela dourada.
© Jaime
Portela, Junho de 2022