De tanto te querer,
sou estorvo de mim mesmo.
Perco-me por atalhos sem espelhos,
agito águas impróprias
para a tua nau
e sorvo as minhas próprias armadilhas.
Ao tecer este incauto abalroar
em tais ínvios azimutes,
onde o trivial seria naufragar
com os bolsos repletos de chumbo,
sei que serei salvo pela voz
do teu farol benevolente, que me atrai
e perdoa sem que eu resista à sua luz.
Embrulhar-me nas ciladas
e salvares-me deste meu distraído desacerto,
é um perigo com o risco de quebrar
uns quantos fios nas amarras
que nos atam livremente,
mas também é o fruir antecipado
da entrega remoçada
e o reforço, experiente e libertário,
da alargada e perene (re)união.
Mas o desígnio é de emenda:
procurarei, a todo custo, fugir às emboscadas
dos trejeitos desusados, para que, assertivos,
possamos comer o teu arroz sossegados.
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