Nascem lendas, morrem mitos,rasgam-se mapas vivoscom as naus que timonamosa desbravar a existênciacom mãos-cheias ou vazias de bom-senso.Salgamos a loucuranum mar de humores desbragados.Sobrevivemos a mares exaltadosou flutuamos a navegarem lagos chãos de águas frescasou inquinadas, muitas vezes,por outras naus desumanas.Somos náufragos do tempoonde se quebram certezas.Em qualquer caso,fiquemos preparados,porque empurrado por ventos de feiçãoou desnorteado por bússolas cegas,o princípio do fim começa agora.
Jaime Portela