Já a
Primavera se hospedara nos teus olhos,
estampada
nas pétalas que se abriam sem controlo,
quando
me disseste que eras minha.
Não
dormi nessa noite
com
o Verão dentro de mim, acomodando-o
nos
mil e um jeitos que relembrei das tuas falas,
com
a oferta, quase bomba nuclear,
a
explodir-me nas veias.
E,
por cada fala, várias imagens
do
teu corpo metodicamente construído.
Noite
após noite, dia após dia, continuei,
porque
o amor só se conserva em construção.
© Jaime Portela, Fevereiro de 2021