Deste calor que se esvai,
cuja falta me irá fazer triste,
dele guardo lenha enxuta
para o inverno, na ideia
prevenida
de conservar algum fogo.
Por cada sonho que surge,
derrotados os tremores
inevitáveis,
iludo as nuvens,
para não me arrefecerem
na procura de um viver clareado.
Por isso,
quero-te minha
no viço da maturidade,
ainda flor,
para que desverdeças
comigo
sem o sol-posto ao peito.
Jaime Portela