Há
rosas que nascem das pedras,
sem
água nem sol,
mas
que, quando sentem o céu,
passam
a ter o pólen dos amantes.
As
nossas, surgiram assim,
e foi
para elas que criámos a chuva
e que
concebemos o seu perfume
regando-as
com palavras.
Mas
eu fico estranho
quando
não há meio de colher as pétalas
com
vida na tua boca, porque, assim,
não
posso tocar os teus seios.
Quanto
anseio por te amar
depois
de te beijar com asas de céu
para
que as pedras e as sombras
se
afastem e eu não padeça…
O
que fazer nos intervalos de ti se,
quando
toco a tua rosa,
ficas
sem corpo e o meu tem de renascer
quando
se apaga no teu?
© Jaime Portela, Junho de 2019