Para os populistas, os outros
(minorias, imigrantes, partidos)
são os construtores da desgraça.
E a mentira penetra na memória coletiva
como água que caia na areia.
Os fabricantes de notícias sensacionalistas,
em nome de audiências,
distorcem factos ou insinuam
e usam os populistas.
Informar é secundário.
A decadência alastra-se,
dizem e mostram o que queremos ouvir
como quem dá guloseimas às crianças.
Aflitas,
as exceções vão perfilhando a mesma estratégia.
Na febre da ficção, todos se convencem
que para se atingir o êxito
basta haver um ponto fixo, a mentira,
e partir dali a toda a brida para o poder.
Se o povo fosse sábio… outro galo cantaria.
© Jaime Portela, Maio de 2025