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segunda-feira, 18 de setembro de 2023

A lixívia da verdade [526]

 


A cada dia que passa tudo acorda mais velho

e a esperança vai escurecendo

conforme nos soterrarmos em convenções.

 

O ser vai caminhando para fora e,

para ser visto,

sai pelos poros da pele e passa a envolver-nos

como a água dos rios faz às pedras.

 

Impulsionado pelo vórtice da Via Láctea

oriundo da hipocrisia,

agita-se como as previsíveis ondas do mar,

confunde-se com os outros e passa a ser global.

 

Habitamos um tanque infetado

que paulatinamente vai sendo tingido gota a gota.

O remédio é deitar a lixívia da verdade lá dentro.

 

© Jaime Portela, Setembro de 2023


41 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

Vivemos mesmo num tanque infetado. Uma verdade indesmentível. Cada gota (pessoa) só não passa por cima de outra gota (pessoa) a fim de atingir os seus fins. Infelizmente é mesmo assim
.
Saudações poéticas. Feliz semana.
.

Roselia Bezerra disse...

Bom dia de paz, amigo Jaime!
A hipocrisia tomou conta do planeta. Quiçá em outro mundo podemos encontrar transparência em todos os níveis.
Meu pai amado dizia: "o que não tem remédio, remediado está".
Tenha uma nova semana!
Beijinhos

Porventura escrevo disse...

Lixivia da verdade.
Ora ai está um conceito que eu nunca tinha pensado, acho
🙂
Gostei jaime
Abraço

Olavo Marques disse...

Olá talentoso Jaime,

Brilhante poema que, como quem nem quer a coisa, põe muitos pontos nos "is".
Adorei a intelectualidade com que foi escrito.

Um ótima semana para si! 🤗

brancas nuvens negras disse...

Vivemos uma época em que a regra é não haver regras.
Um abraço.

Graça Pires disse...

Sim, meu Amigo Jaime, o mundo que habitamos está cheio de parasitas, de gente infetada pelo mal. Talvez fizesse bem uma boa barrela.
Tudo de bom.
Uma boa semana.
Um beijo.

Daniele Verzetti il Rockpoeta® disse...

Straordinaria! L'idea di pulire quella vasca infetta che è la società con la candeggina della verità è un pensiero davvero super!!!!!

silvia de angelis disse...

Difficile il percorso della vita fra inganni e ipocrisie....bisognerebbe ripulire tutto per un cammino armonioso...

Marta Vinhais disse...

Estamos parados... sem rumo...desinteressados...
Como sempre, um poema poderoso...
Beijos e abraços
Marta

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Lixívia da verdade para branquear esta vida escura e cinzenta.
Um abraço e boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados

Lucinalva disse...

Bom dia, Jaime
O tempo voa, que possamos aproveitá-lo com sabedoria, poema reflexivo, desejo uma ótima semana, abraços.

AMALIA disse...

Muy grato saludarte y disfrutar de tu buen poema.
Excelentes tus letras.
Feliz semana.
Un abrazo.

Mário Margaride disse...

Nada mais verdadeiro, caro amigo Jaime.
Vivemos tempos de enorme complexidade e confusão. Onde somos diáriamente intoxicados com conversa da treta.
Gostei muito.
Votos de uma excelente semana.
Abraço amigo.

Mário Margaride

http://poesiaaquiesta.blogspot.com

Luís Palma Gomes disse...

Mais uma vez a poesia de Jaime Portela prima pela apologia da autenticidade. Esta é uma caraterística que gosto na sua poesia e julgo que será uma marca da sociedade minhota, e ainda mais do seu litoral — com quem felizmente, convivi com frequência. É como diz: nos dia de hoje (globalização) o bem e o mal espalham-se a uma velocidade e com uma abrangência bastante grande. E o pior é que muitas vezes o mal vai se disseminando subrepticiamente, ora disfarçado, ora em pequenas doses, mas intensivas e constantes. Tudo isso está neste poema e no sentimento e preocupação do poeta. A literatura não é apenas para entreter autores e leitores, muito longe disso. São marcas sensíveis e muitas vezes perenes de uma época ou de um lugar. Este poema ficará para memória futura de uma forma massiva de comunicar, onde recetor e emissor estão cada vez mais distantes, onde se vai perdendo a autenticidade dos olhos-nos-olhos. Boa semana, amigo Jaime. A minha será terrível, cheia de aulas para e já me vai faltando as forças e o alento. Abraço.

Vinicius Geyer disse...

Parabéns! Lucida e profunda poesia, encantador versejar. Abraço e uma ótima semana.

celotehnur54 disse...

O remédio é derramar nele o alvejante da verdade." ... > sim. O alvejante da verdade é a cura para todas as doenças malignas.

Janita disse...

Água, sabão e lexívia branqueiam a roupa, mas não lavam consciências nem pecados. Se assim fosse metíamos no tanque da vida, infestado de corruptos e malvados e talvez as sociedades fossem limpas de verdade.

Utopia, utopia, que bom isso seria... :)

Beijinhos e boa semana, amigo Jaime.

Malania Nashki disse...

"O remédio é deitar a lixívia da verdade lá dentro."
Tus letras tienen mucha certeza. Así es la vida, así es el mundo.
Me gustó volver a leerte.
Un gran abrazo.
Malania
Cupoleno.com

Lucia disse...

Olá caro Jaime.
Gostei do seu poema
É para se pensar...
Boa noite e feliz semana, que seja suave.
Abraço!

J.P. Alexander disse...

Profundo poema el humano va su destrucción por su falta de valores. Te mando un beso.

São disse...

Beste momento, meu amigo necessitamos de uma imensidão de lixívia !!

Boa semana e um abraço, meu amigo Poeta.

Silent Movie - ©Theda Bara disse...

Even though time is merciless, it only ages poets, not their poetry.
(ꈍᴗꈍ) Poetic and cinematic greetings.

Fá menor disse...

Se fosse assim tão fácil a lixívia produzir o efeito desejado...
A globalização tira-nos a essência e arrasta tudo por igual para aquilo que não deveria ser. Estamos tão mal!

Beijinhos

Olinda Melo disse...

Embora em sentido figurado era bem capaz
de dar bom resultado. Para isso é que
existem figuras de estilo, que nos permitem
encontrar soluções viáveis ainda que difíceis
de concretizar.
O mundo vai aos trambolhões e parece que cada
dia que passa mais se aproxima do abismo.
Os espertos é que tiram disso proveito.

Um poema de respeito, caro Jaime. Sempre a
focar o que vai mal. A poesia ao serviço da
da sociedade.

Um abraço
Olinda

Juvenal Nunes disse...

Sentimo-nos mais confortáveis quando estamos por dentro da verdade.
Não podemos viver com premissas falsas.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes

Maria Dolores Garrido disse...

Olá, Jaime
Gostei da imagem da lixívia. Na verdade, quem dela não precise que atire as primeiras gotas!
Um abraço

solfirmino disse...

Meu caro Jaime, quando se pode falar em justiça e verdade, é bom, mas em alguns lugares isso não é permitido. Deixa quieto.
Sobre a ideia do livro do Bruno Ítalo, aqueles quadros são exclusivos e depois vão virar um livro digital, mas ele lançou este mês o primeiro livro chamado Exsicata. Eu escrevi a introdução do segundo livro, que achava que ia ser o primeiro, mas as coisas mudaram... Ele é muito bom! Se você tiver Instagram, vale a pena olhar as coisas diferentes que ele inventa.
Um abraço

Betonicou disse...

Bom dia, caro amigo, Jaime! O seu poema é uma reflexão sobre a perda de identidade e de sentido na vida moderna, usando imagens e metáforas que contrastam a luz e a escuridão, o cósmico e o terreno, o individual e o coletivo. Uma grande verdade, crua e nua. Gostei imenso. Estou voltando, aos poucos, com o meu blog. Seria um prazer tê-lo por lá, um grande abraço!

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

JP

um poema pertinente e que achei muito oportuno.
vivemos num meio mesmo decadente e precisando ser desinfectado.
será que haverá lixívia que chegue?!

boa semana

:)

lis disse...

Vejo pelos comentários que todos sabemos como estamos infectados
_ e quem somos todos? estamos fazendo nosso papel? se estamos
já é meio caminho andado_ não vamos confundir-nos ou envolver-nos
"como a água dos rios faz às pedras" ... Sejamos proativos!
Um forte abraço, Jaime

Os olhares da Gracinha! disse...

Viver nunca foi fácil!
Viver com dignidade está cada vez mais difícil!
Bom fim-de-semana 😘

Mário Margaride disse...

Olá, caro amigo Jaime,
Passando por aqui, relendo este excelente poema que muito gostei, e desejar um Feliz fim de semana.
Abraço amigo.

Mário Margaride

http://poesiaaquiesta.blogspot.com

Pedro Luso de Carvalho disse...

Olá, amigo Jaime,
meus parabéns por mais essa excelente criação poética.
O seu poema A LIXÍVIA DA VERDADE é um poema com grande
força poética, que gostei muito de ler.
Aplausos, poeta!
Votos de um ótimo final de semana.
Grande abraço.

SOL da Esteva disse...

É pertinente manter as lixívias de modo a branquearem e a tornarem transparentes os "procederes".
Intervenção impagável, Jaime.
Parabéns.


Abraço
SOL da Esteva

Ailime disse...

Boa noite Jaime,
Uma enorme criação poética numa critica muito bem construída sobre os males da nossa sociedade e para os quais não se vê solução à vista.
Só uma desinfeção teria o efeito desejado e mesmo assim, ainda haveria quem escapasse.
Gostei imenso deste excelente poema.
Beijinhos e bom fim de semana.
Ailime

stella disse...

Es desolador saber que la hipocresía se extiende como una mancha de aceite, que los que nos legislan confunden el servicio al pueblo por el servicio a si mismo...
Demasiado triste esta realidad
Leerte ha sido hermoso
Un abrazo

tulipa disse...


A cada dia que passa tudo acorda mais velho

e a esperança vai escurecendo...OH se vai...

Habitamos um tanque infetado...bem verdade!

Pois é amigo Jaime, que versejar tão verdadeiro o teu
Parabéns!
Excelente poema - reflexão sobre tudo e tanto!
Infelizmente caminhamos para pior...

Quando quiser visitar-me, há artigos novos aqui:
http://momentos-perfeitos.blogspot.com/
http://orientevsocidente.blogspot.com/
http://meusmomentosimples.blogspot.com/

Beijinhos e boa semana!

Ana Tapadas disse...

Um poema-reflexão muito necessário. Há momentos na História das civilizações em que a voz dos poetas tem que ser a lixívia do mundo.

Beijinho, meu amigo

Reflexos Espelhando Espalhando Amig disse...

Jaime,
Sempre uma quimica
quando as palavras
dificeis se trasnofrmam
em poesia.
Lindos versos.
Bjins de noba semana
eficaz.
CatiahoAlc.

Cláudia disse...

Bonito!

Cláudia - eutambemtenhoumblog

Ana Freire disse...

O tanque global infectado... do parecer... sem se ser...
Mais um poema notável, e acutilante, sobre a realidade deste nosso cada vez mais asséptico presente...
Um beijinho! Bom final de domingo!
Ana