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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Perceções [601]

 


A grandeza da nossa existência

é a perceção que temos dela.

 

Para o camponês,

cujos limitados terrenos lhe são tudo,

as suas terras são um império.

 

Para o latifundiário,

cuja vastidão de terras ainda é insuficiente,

o latifúndio é pequeno.

 

Assim,

o pobre sente ter um império

e o rico precisa de mais.

 

Em rigor, tudo é relativo

e não temos,

não vemos e nem somos

mais que as nossas perceções.

 

 

 

© Jaime Portela, Fevereiro de 2025


21 comentários:

Roselia Bezerra disse...

Bom dia de Paz, amigo Jaime!
Que grande verdade contida em seu poema!
Sonos seres ainda umbilicais...
Temos tanto com tão pouco.
Tenha uma nova semana abençoada!
Abraços fraternos

Kinga K. disse...

Preciosidad!

Janita disse...

Vistas as coisas dessa maneira...talvez tenha razão! Identifico-me inteiramente com o Império do camponês.
E quem não tem terras nem bens, deve lutar para alcançar algo de seu ou sentir-se feliz com o que tem?
Um abraço, amigo Jaime.

chica disse...

Aplaudindo daqui teu poema, reflexões nele e verdades!Adorei! abraços, chica

Marta Vinhais disse...

Tudo é relativo...nada é certo e tudo muda do dia para a noite....
Interessante....
Beijos e abraços
Marta

silvia de angelis disse...

Quanto possediamo veramente e intellettualmente, dipende dall'essenza dei nostri pensieri più profondi.
buona settimana

Graça Pires disse...

Tudo é relativo. O melhor é contentarmo-nos com o que temos. A ganância dá sempre mau resultado.
Uma boa semana, meu Amigo Jaime.
Um beijo.

ematejoca disse...

Ao ler o poema lembrei-me dos romances de Juli Zeh, autora alemã, que mora numa pequena aldeia em Brandemburgo, onde percebe particularmente as necessidades e preocupações políticas da população rural. Eu que vivo numa grande cidade, tenho outras necessidades e preocupações políticas.

Um poema inteligente, assertivo, brilhante.

Abraço amigo, desejando-lhe uma semana cheia de paz e alegria 😘

Mário Margaride disse...

Olá, amigo Jaime
As percepções são sempre relativas. Depende sempre do olhar como vemos a realidade, ou a falta dela.
Gostei muito desta sua percepção. Realista e oportuna.

Deixo os votos de uma feliz semana, com tudo de bom.
Abraço amigo

Mário Margaride

Lucimar da Silva Moreira disse...

O rico quanto mais tem mais quer, temos que nos contentar no que temos. O poema é uma reflexão Jaime boa semana abraços.

São disse...

Tudo é subjectivo, realmente.

Te abraço, meu amigo, boa semana :)

Jovem Jornalista disse...

Só li verdades.
Gostei do blog e estarei por aqui agora. Esteja a vontade para visitar o meu espaço também.

Boa semana!

O JOVEM JORNALISTA está em HIATUS DE VERÃO do dia 19 de janeiro à 06 de março, mas comentarei nos blogs amigos nesse período. O JJ, portanto, está cheio de posts legais e interessantes. Não deixe de conferir!

Jovem Jornalista
Instagram

Até mais, Emerson Garcia

brancas nuvens negras disse...

Eu tenho a percepção de que o mal está a ganhar ao bem.
Boa semana
Um abraço.

AMALIA disse...

Admirable y muy realista poema.
Muy buenas letras.
Un abrazo.
Feliz semana.

Silent Movie - ©Theda Bara disse...

Whoever perceives the surroundings, perceives themselves and perceives others.
(ꈍᴗꈍ) Poetic and cinematic greetings.
💋Kisses💋

Cláudia disse...

Muito bem :)

Ainda não sei o sexo da criança.

Boa semana

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Boa tarde JP
O poema aborda a relatividade da percepção e como a grandeza da existência se define pelo modo como a enxergamos. A mensagem central reside na ideia de que a posse e a realidade são filtradas pelo olhar individual, e não por uma medida objectiva.
Analisando este poema esta é a aminha analise que salvo erro pode não ser a mais correcta, mas e apenas a minha interpretação.
O título é directo e coerente com a essência do poema. Introduz de imediato a temática da subjectividade e da interpretação individual da realidade.
Primeiro verso – tese principal
"A grandeza da nossa existência / é a percepção que temos dela."
Esta introdução sintetiza a ideia do poema: a existência não é algo absoluto, mas uma construção subjectiva.
Exemplificação – camponês vs. Latifundiário
O camponês, que tem pouco, valoriza suas terras como se fossem um império.
O latifundiário, que possui muito, ainda sente que é insuficiente.
Essa oposição ilustra a relatividade da posse e do contentamento, reforçando a ideia de que a abundância ou escassez não estão na coisa em si, mas no modo como são percepcionadas.
Conclusão – reflexão filosófica
“Em rigor, tudo é relativo / e não temos, / não vemos e nem somos / mais que as nossas percepções.”
Aqui, o poema encerra com um pensamento que dialoga com o idealismo filosófico: a realidade depende do olhar do observador. Esta última estrofe fortalece a ideia de que o mundo que experienciamos é moldado pelo nosso entendimento, não por uma verdade absoluta.
A Minha Apreciação Crítica
Força reflexiva: O poema convida à introspecção, abordando a relatividade de valores e da própria identidade.
Uso de metáforas: A oposição entre camponês e latifundiário é uma alegoria eficaz sobre contentamento e insatisfação.
Estrutura: Simples e directa, sem excesso de adornos, permitindo que a mensagem se destaque.
Possível melhoria: A última estrofe poderia ser mais impactante em termos rítmicos para reforçar o encerramento filosófico. Talvez um jogo sonoro ou uma inversão na ordem sintáctica pudesse dar maior fluidez e força à conclusão.
Conclusão final, no geral, um poema sólido, com boa construção metafórica e uma mensagem clara.
Boa semana com saúde e harmonia.
:)

Lucia disse...

Olá caro Jaime.
Uma grande verdade em seu poema.
Nada a acrescentar.
Gostei imenso amigo poeta.
Suave semana pra você.
Beijo!

Teresa Isabel SIlva disse...

Muito bom! Os meus parabéns!

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Bjxxx,
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Jaime Portela disse...

!!!! Magnífico comentário, obrigado piedade.

Cidália Ferreira disse...

Gostei bastante deste poema. Obrigada pela partilha!
.
O livro continua aberto ...

Beijos. Uma ótma semana!