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segunda-feira, 30 de junho de 2025

Tudo é alegre e solidário [622]

 


Tudo é alegre e solidário

no âmago das nobres almas felizes

na festa que não dura mais que uns vapores,

enquanto as palavras,

que parecem sentidas,

tentam seduzir a indecisão dos calados,

tida por timidez.

Na contradança festiva,

empolgada na repetição dos slogans

e nos vai-acima vai-abaixo do jantar,

há sempre uma ligação etilizada

entre os altruísmos e os digestivos

e são inúmeras as intenções

que padecem das metáforas dos copos

ou da redundância da sede.

 

 

© Jaime Portela, Junho de 2025


2 comentários:

Roselia Bezerra disse...

Olá, amigo Jaime!
Você descreveu, poeticamente, o por trás das festividades e reuniões sociais. Tem vez que até das familiares, muitos se escondem nos copos e talheres...
A fome e a sede não são saciadas em muitos banquetes.
Não há o principal...
Tenha uma nova semana abençoada!
Abraços fraternos

chica disse...

Lindo poema e tantas vezes assim é!
Aparências apenas...Uns até a alegria fingem ou precisam se etilizar para tê-la! abraços, linda semana, chica