No palácio
não há assento para todos os deuses políticos
que se rejeitam uns aos outros,
que procuram o poder
com ideais que vão caindo no estrume
se ainda não o são.
Sem limites,
cada um promete tudo a todos
e a coerência e a impossibilidade
são assobios e pios inaudíveis
que passam ao lado das caras de pau
que fazem simulando uma visão que não têm.
E nós desfrutamos da festa
na comunhão das promessas de um dos deuses.
Ou viramos as costas a todos
à espera que D. Sebastião
chegue numa manhã de nevoeiro
ou porque preferimos lavar as mãos como
Pilatos.
© Jaime Portela, Junho de 2025
3 comentários:
Nesse palácio, na verdade, as vaidades imperam e certas vezes, um quer a cabeça do outro comer,rs... abraços, linda semana! chica
A sua análise poética, Jaime, captura com maestria a crítica às ilusões e às promessas vazias do poder político, trazendo uma reflexão poderosa sobre a nossa participação e esperança. Muito bem escrito.
Abraço da aldeia do Düssel, desejando-lhe uma semana cheia de paz e amor.
Olá, amigo Jaime!
Que poema!
Um retrato fiel da sociedade como um todo.
Creio que lavamos as mãos atualmente para o mundo chegar onde chegou.
Agora, resta para quem crê tão somente, deixar a solução nas mãos de Deus
Tenha uma nova semana abençoada!
Abraços fraternos
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