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segunda-feira, 21 de julho de 2025

Mantos dourados [625]

 


Um lago sossegado reflete o céu

mas, no fundo imerso,

há enigmas que sempre virão à superfície

como o azeite.

 

A altivez que encobre a corrupção

tem mantos dourados,

ornamentados com palavras de glória

que escondem as sombras da história.

 

Quando o espelho protetor se quebra,

a imagem desfoca o enfeite

e o pânico leva à gaguez

ou à fuga para a frente

de uma arrogância acrescentada

num castelo feito de bravatas

e reptos para um duelo,

construindo um novo foco.

 

O riso torna-se fumaça, esconde a incerteza,

mas a verdade rasgará o véu e,

sob a fachada de força e honradez,

a essência surgirá despida e vergonhosa,

com o trono a ruir sob os seus pés.

 

Ou talvez não,

se o político corrupto tiver amigos na Justiça.

 

 

© Jaime Portela, Julho de 2025


5 comentários:

Thérèse disse...

coucou bonjour merci pour ta gentil visite sa fait plaisire
bonne semaine bisou ton amie thérèse

Graça Pires disse...

Um poema cheio de actualidade. Por entre a suas palavras se depreende quanto abomina a corrupção que se esconde subtilmente por entre aquilo que é mais interessante ou que se vê com agrado. Depois há o compadrio inerente à mesma corrupção.
Infelizmente é assim.
Uma boa semana.
Um beijo.

Roselia Bezerra disse...

Olá, amigo Jaime!
Um retrato social bem delineado em seu poema.
"A verdade rasgará o véu."
Aqui no Brasil, estamos esperando a verdade vir à tona...
Oxalá não se tenha 'amigos' na justiça falida humana para não máscaras a verdade.
Tenha uma nova semana abençoada!
Abraços fraternos de paz

Jovem Jornalista disse...

Belas e incríveis palavras. Obrigado por compartilhar.

Boa semana!

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Até mais, Emerson Garcia

chica disse...

Sob os mantos dourados ( ou dos topetes) há muiiiiiiita sujeirada e politicagem vil ...
Linda poesia!
abraços, ótima semana! chica