Bebemos apenas os títulos
sem mexermos as cartilagens.
Ou, no máximo,
os lides ou preâmbulos.
E nem percebemos que o corpo
tem um líquido diferente
e normalmente mais macio.
Jornalismo e sensacionalismo,
sem contrapeçonhas visíveis,
passaram a rimar gota a gota
em toneladas de manchetes roliças
a bem das santas audiências ou tiragens.
Embaraçam o caminho alheio,
ferem e destroem os outros a frio
à custa de remotas suspeitas.
O sucesso pertence a quem não sente.
O jornalismo é uma guerra
e a notícia é a síntese da batalha.
© Jaime Portela, Agosto de 2025
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