É frequente ver-me surpreendido
no epicentro do assombro
perante a justiça
quando tem dois pesos e duas medidas,
perante a ordem
quando é dito que há desordem e vice-versa,
perante a varonia mental
quando é manifesto o declínio,
perante a astenia da mente
em períodos em que a força é necessária.
Mais assombroso ainda
é ver tantos honrosos sonhos
desperdiçados no lixo,
tantos anseios
afogados no mar da mediocridade
a salgar a memória das sereias.
Oh Pátria minha, abandonaram-te
e usam o barco para navegar à vista
sem saberem qual o porto de chegada.
Governar é preciso,
mas sem leme e ambição é um desgoverno.
© Jaime Portela, Novembro de 2025
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