O mundo dói-me, moral e até fisicamente,
por um reflexo instintivo da alma na mente.
Ou da mente na alma.
Induz-me num desassossego de todas as coisas
que,
nada omitindo,
não suprime as nuvens mais distantes.
Porém, ainda que não me arrisque
no precipício de pensar
que uma realidade possa ser outra
apenas porque se acham de mãos dadas,
como a pobreza e a fome,
ou que a processão que o espírito tem do
cérebro
seja mais que uma subordinação,
acredito que existe entre a alma e a mente
um vínculo sujeito a refregas.
Assim, será por causa das diferenças de
vínculos
que há altercações,
sendo que o mais usual
é a pessoa mais reles aborrecer a que o é
menos.
E é por isso que o mundo nos dói,
somos todos iguais, mas as diferenças são
abissais.
© Jaime Portela, Novembro de 2025
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