Uns morrem outros nascem,
sabemos que sonhamos e sonhamos que sabemos,
nada de novo se pode dizer em rimas
para festejar o Ano Novo.
Acordamos com a luz
e adormecemos abraçados à noite e ao mundo
que chora com a dor que não desarma.
Existimos e velamos os mortos,
queremos e cremos, namoramos e casamos,
cantamos os filhos que continuam a vida,
as grinaldas são das noivas
e os véus negros das viúvas.
Esqueçamos os erros de ontem
e digamos palavras amáveis
para sarar as feridas de agora
e que o passado
não seja mais que uma página em branco.
Perdoemos como gostamos de ser perdoados,
o tempo é traiçoeiro, rápido e ardiloso,
é um ladrão de calendários.
Brincamos, choramos, aguardamos, receamos,
há um fardo incontornável
que sempre desejamos seja leve
em cada novo ano que reiteradamente começa.
© Jaime Portela, Dezembro de 2025
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