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quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Sem pés de barro [041]



O barro de que és feita,
foi-se colando à minha pele.
Galgados os poros,
acariciou-me as quinas dos sentidos já dormentes.
O meu barro, por sua vez,
foi aderindo aos teus segredos
e aguou as tuas mágoas
para te moldares à mulher quase sem medo
dos medos de antigos sóis.
Modelámo-nos na roda de sol
do Verão da nossa fantasia de oleiros
e passámos a ser um querer
barrado pelo desejo
e pelo sabor agridoce da partilha de suores,
onde navegámos
em nuvens de algodão e barquinhos de papel.
Mas,
porque temos a força de dois oleiros em delírio,
vamos moldar de novo o nosso barro,
a quatro mãos,
nos corpos ardentes das nossas noites de Outono,
cozendo-o no altar, sem pés de barro,
da Primavera da vida.

54 comentários:

Karocha disse...

Que lindo Jaime


Bjocas

Carmen Lúcia.Prazer de Escrever disse...

Uma vez poeta,sempre poeta.
Lindísimo Jaime,adorei esse pequeno fragmento dos seus versos.

"Modelámo-nos na roda de sol
do Verão da nossa fantasia de oleiros
e passámos a ser um querer
barrado pelo desejo
e pelo sabor agridoce da partilha de suores,
onde navegámos
em nuvens de algodão e barquinhos de papel."

Abraços-Carmen Lúcia.

Diana Fonseca disse...

Somos moldados pelas mãos do nosso amado e fazemos o mesmo.

SOL da Esteva disse...

O barro que vos moldou,
Tornou-se Obra perfeita.
É ouro e não secou
E não pode ser desfeita
P'la graça que Vos ligou.



Abraços
SOL

Brisa disse...

É um delírio de amor este poema com sabor a paixão...dos corpos ardentes em ebulição...

Bjo e desde já te desejo um ótimo fim de semana que se aproxima

Marta Vinhais disse...

E viver toda essa paixão... partilhando corpos, almas, desejos e sonhos...
Gostei muito...

Beijos e abraços

Marta

Mariangela l. Vieira - "Vida", o meu maior presente. disse...

Oi Jaime, que lindo seu poema!
O amor quando é verdadeiro fica cada vez mais fortalecido a medida que o tempo passa, jamais perde o seu encanto!
Um ótimo final de semana!
Abraços,
Mariangela

Maria Rodrigues disse...

Maravilhoso poema.
Que a primavera da vida prevaleça eternamente em todos os corações.
Beijinhos
Maria

Dorli Ramos disse...

Oi Jaime
Um belo poema
Deus nos moldou de barro, deu um sopro de vida e o homem moldou a mulher com seu toques apaixonados.
Beijos no coração
minicontista
Visita meu blog Lua Singular, é só para leitura

Helena disse...

O barro que se cola à pele... O barro que se adere aos segredos... O barro moldado a quatro mãos...
Como pode do barro nascer poema tão lindo?
Só mesmo um grande poeta consegue ser oleiro para criar uma Primavera de tantas cores, sabores, sensualidade...
Lindo, meu querido, como todos os teus poemas.
Um terno beijo no meu carinho,
Helena

Paulo Silva disse...

Oleiro ou Poeta? Ambos constroem, ambos sentem: um com as mãos no barro, outro com as mãos no papel. Depositam ambos no material os seus sentimentos, os seus sorrisos, as suas lágrimas e pesares.
Excelente poesia!
Um abraço.

Blog da Gigi disse...

Belíssimo!!!!!!! Abençoado final de semana!!!!!! Abraços

Graça Pires disse...

Todos somos o barro do oleiro em mãos que moldam enredos. Este é um enredo de amor, com um barro que se colou nas mãos do Poeta. E o poema ficou belo...
Beijo, Jaime.

Laura Santos disse...

Muito criativa essa metáfora dos dois oleiros, e de como o barro precisa de ser moldado, neste caso a quatro mãos.E de como com corpos ardentes, dois amantes fazem surgir no Outono uma plena Primavera.
Muito belo, e original! Os grandes poetas são assim. Até poderão escrever sempre o mesmo, mas fá-lo-ão sempre com imagens diferentes.
Parabéns, Jaime!
Bom fim de semana!
xx

Mar Arável disse...

E assim se moldam belas as palavras

numa feira de barro

Abraço

Clau disse...

Oi Jaime :)
Esse barro nas mãos de habilidosos e
apaixonados oleiros, só pode ter
um resultado satisfatório,
independente das estações...
Ótimo final de semana!
Beijos!

rosa-branca disse...

Jaime, moldam-se as palavras,os sentires, os sonhos, neste maravilhoso poema que adorei. Bom fim de semana e beijos com carinho

Shirley Brunelli disse...

Querido Jaime, pura inspiração...
Belíssimo!
Beijos!

manuela barroso disse...

Barro ou porcelana ?
De finos fios é tecido todo o poema onde vagueei ao sabor do vento da imaginação . Mas sequei ao sol na inércia do outono. Ficaram as pétalas caídas das suas palavras
Beijinho, Jaime

Vera Lúcia disse...


Maravilhoso, Jaime.
Belíssima inspiração e poema.
Você é um poeta por excelência.
Parabéns!

Ótimo final de semana.

Abraço.

Unknown disse...

Bom dia, Amigo Jaime...

Que linda e perfeita poesia, dois oleiros, moldando-se mutuamente, descobrindo e desnudando cada consistência dos seus barros, agora envolvidos em um único barro, uma liga inseparável. Perfeito!
Amigo Jaime um ótimo fim de semana, beijo.

p.s. Texto novo lá no espelhos, acabou de sair do forno, quentinho...

Ana Freire disse...

Moldando palavras, sentimentos e sensibilidades... num magnífico turbilhão de emoções... no seu melhor, Jaime!
Uma lindíssima poesia! Sem pés de barro... antes plena de chão pela frente...
Beijinho! Um óptimo fim de semana!
Ana

helia disse...

Uma Poesia muito bonita ! Molda-se não apenas o barro , mas também moldam-se as palavras , os sentimentos ! Deve-se aprender a moldar !

helia disse...

Uma Poesia muito bonita ! Molda-se não apenas o barro , mas também moldam-se as palavras , os sentimentos ! Deve-se aprender a moldar !

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

e modelando o "barro" se fazem belos poemas.

assim como este!

bom fim de semana.

beijo

:)

CÉU disse...

Os seus poemas tem "pés pra andar, palmilhar e continuar" e garanto-lhe que não são de barro. Gostei da inteligente e amorosa metáfora. É, apenas, Outono no calendário. Em vós, há Primaveras, que não necessitam de convite ou chamamento. É natural, como as vossas próprias sedes, embora a masculina seja mais aguçada, e a nossa mais permissiva.

Agradeço a sua visita e mais umas palavrinhas acerca do que escrevo, que considera sempre mto bom. Não, Jaime! Há poemas meus menos bem conseguidos. Qdo não gostar, diga-o, por favor, pke não perde nem a comentadora, nem a amiga virtual.

Bom domingo.

Afetuoso abraço!

Caleidoscópio de Idéias disse...

Ola. Estava passeando pela blogosfera e vim parar aqui.
Que beleza é essa poesia de nos moldarmos ao outrl, às estações da vida porque ninguém consegue ser pedra dura com medo de mudar, porque até a pedra, já diria o ditado, se fura.
Parabéns.
beijos

Palavras soltas disse...

Um poema belamente moldado, Jaime e sem pés de barro.
Gostei muito.

Abraço.

Mário Margaride disse...

Boa noite amigo Jaime! Foi um prazer visitar este cantinho de belíssimos poemas que desconhecia. Fiquei fã.
Parabéns, pelos belos poemas que aqui nos delicia...

Abraço!

Mário

saudade disse...

Para quem alem do barro molda palavras e faz poemas lindíssimos como este... Uma ótima semana. Beijo de...
Saudade

Andre Mansim disse...

Que lindo Jaime.
A nossa alma é constantemente moldada. Gostei da ideia e da forma como VC a expôs.
Bom domingo pra VC e sua família.

São disse...

Dois oleiros moldando o mesmo barro deu este poema lindo...

Meu caro Poeta, bom domingo

Blog da Gigi disse...

Lindo domingo!!!!!!!! Beijos

MARILENE disse...

Eliminando-se os pés de barro, tudo o mais ganha consistência. Um lindo trabalho de amor, realizado a dois, em função da felicidade. Abraço.

MEU DOCE AMOR disse...

Olá:

Moldar o barro não é tarefa fácil.Há que ser um bom oleiro.Se temos algo de divino, talvez o ser humano consiga fazer algo...

Beijinho doce

Agostinho disse...

Bela urdidura, Poeta.

A vida é barro moldado
sabor do tempo quando é tempo
sem equinócios nem solticios
que a lua sempre se levanta
para emergência do belo
na plasticidade do amor.

Dorli Ramos disse...

Oi Jaime
Fico feliz que tenha gostado do meu blog, daqui a pouco vou me colocar de seguidora do outro blog que tem de tudo
Beijos no coração
minicontista

Anónimo disse...

Bela obra de arte do amor em poesia!
Belas palavras Jaime.
Ótima semana recheada de belíssimas inspirações poéticas.
Abraços.

Manuel Veiga disse...

o amor quer-se bem "amassado", sem dúvida.

e bem moldado como peça rara ... de oleiro.

belo. teu poema

abraço

Andreia Morais disse...

Gostei bastante!

r: É mesmo*

Lua Singular disse...

Oi Jaime,
Apesar de muita dor na sola dos pés, você conseguiu me fazer rir.
Você vai descobrir: Vá nos dois blogs, desça até o fim do lado direito irá ver a foto do meu segundo casamento, tinha na época 45 anos e ele 37anos. Depois você faz as contas, entra no minicontista vá até embaixo e vai encontrar no final outra foto e tira as suas conclusões.kkk
Beijos no coração
Lua Singular

AC disse...

O reafirmar dum manifesto de vida. Sempre bom ver isso.

Tenha uma boa semana. :)

Mariangela l. Vieira - "Vida", o meu maior presente. disse...

Oi Jaime, o amor tudo transforma.
E que bom ter o coração repleto dele!
Belíssimo poema!
Uma linda semana!
Mariangela

Genny Xavier disse...

Moldar, cozer, aderir... formas para que se construa a textura do amor e sua escultura que se molda ao toque. Belo poema!

Boa semana!
Genny

Mona Lisa disse...

Só assim o amor deve ser vivido.Partilhado e moldado a quatro mãos!

Magnífico poema.

Beijinhos.

Megan Smith disse...

R: Muito obrigada. Uma boa semana também para si.

Zilani Célia disse...

OI JAIME!
O OLEIRO QUE CRIA A OBRA E POR ELA SE APAIXONA.
ACHEI LINDO DEMAIS.
ABRÇS
-http://zilanicelia.blogspot.com.br/

Marineide Dan Ribeiro disse...

Uauuuuuuu!!!! Gostei muito!

Um abraço!

http://marciagrega.blogspot.com.br/2015/10/cada-um-ama-como-pode.html

Cristina Sousa disse...

Sublime, adorei.

Foi um prazer deslizar por aqui.

Beijo carinhoso

Berço do Mundo disse...

Uma metáfora muito eficaz, afinal de pó ou barro somos feitos todos. Que saibamos modelar-nos com perícia e sabedoria. E se for com companhia, melhor um pouco.
Abraço
Ruthia d'O Berço do Mundo
obercodomundo.blogspot.pt

Aline Goulart disse...

Olá amigo, tudo bem?

Eu adoro poemas apaixonantes assim. Faz a gente recordar momentos incríveis como esse descrito no seu magnífico poema.

Obrigada pela sua visita.

Beijinhos.

Unknown disse...

Amigo Jaime, boa noite, vim olhar as novidades e acabei relendo seu belíssimo texto, cheguei a conclusão que o barro pode até ser a liga ideal, mas o amor, acaba sempre sendo, a liga perfeita. Mais uma vez, parabéns pelo texto.
Que tenhamos uma ótima semana, beijo.

p.s. O forno lá no espelhos, está trabalhando a 1000°... texto novo.

Suzete Brainer disse...

Caro Jaime,

A tua poesia navega pelo um mar de inspiração e
beleza de uma infinitude poética inalcançável...

Um privilégio te seguir!
Abraço, querido amigo.

Jaime Portela disse...

Caros amigos
Obrigado pelos vossos comentários. Voltem sempre.
Entretanto, acabei de publicar novo poema. Espero que gostem.
Continuação de boa semana para todos.
Saudações poéticas.