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quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Há um povo a morrer [258]



Nas insónias,
contam-se os carneiros
que saltam a sebe
sem jamais ter um rebanho do lado de cá.
No sono,
a vida é distorcida
por sonhos tão esquisitos
que, por vezes,
acordamos cobertos de suores.
Mas, bem pior,
é o que se passa de dia:
na sua noite de anos feita de angústias,
a sofrer de insónias e de sonhos esquisitos,
há um povo a morrer
nas listas de espera da vida,
pacificamente alinhado
por ordem inversa da sua riqueza.



37 comentários:

Fá menor disse...

Pois. Bem dizes! :(
Mas vem a ministra e diz que se esperam é porque confiam, senão já tinham procurado melhor. Deve pensar ela que todos têm a medida do seu bolso cheio.
No entanto, o povo parece formatado e não consegue enxergar para lá do formato que lhe têm vindo a impôr ao longo do tempo...
Parece que o suor - e o sangue, e as lágrimas - já não são o que eram. Num dia sangra-se, sua-se, chora-se, e no dia seguinte lava-se tudo com água das rosas vendidas pelos media e pronto! Siga.

Beijinho, amigo Jaime.

Elvira Carvalho disse...

Um poema triste. Uma realidade triste. Uma humanidade que caminha para a sua autodestruição. E nem precisamos de um asteróide como os dinossauros. O nosso asteróide tem vários nomes, Ambição, ganância, ódio, etc.
Abraço

Marta Vinhais disse...

O que se passa de dia... é um verdadeiro tormento...
Brilhante...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

Pedro Luso de Carvalho disse...

Gostei muito, amigo Jaime, deste seu poema, na sua forma de denúncia, para que possamos meditar sobre o tema.
Assim se inicia este belo poema:

“Nas insónias,
contam-se os carneiros
que saltam a sebe
sem jamais ter um rebanho do lado de cá.”

Parabéns ao Poeta pela sua arte.
Uma boa continuação da semana, caro Jaime.
Um abraço.

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Excelente trabalho poético, gostei.
Um abraço e continuação de uma boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Cidália Ferreira disse...

Belas palavras! Amei o seu poema, como sempre!:)
-
Não te quero perder do pensamento.
Beijo e um excelente tarde

Isamar disse...

Tão triste, tão duro, tão verdadeiro!
Belíssima escrita, parabéns Jaime.
Resto de uma feliz semana, beijinhos

Andreia Morais disse...

Impossível ficar indiferente à verdade que este poema transborda!

Continuação de boa semana

Love Fashion disse...

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Lua Singular disse...

Oi Jaime,
Parabéns pela sua bela construção poética
Nem sonho havia muitos anos
O Mundo mudou e os sonhos também.
Adoreiii!
Beijos no coração
Lua Singular

Portugalredecouvertes disse...

muito forte
sim as desigualdades no mundo são tremendas
tão poucos têm tanto
será 2020 um ano de esperança ?!

Sandra May disse...

Maravilhoso!!!
Abraço, Jaime!

Magui disse...

Poema belo e triste,que reflecte uma humilhante realidade.
Beijo

Cláudia Forte disse...

Que este novo ano seja uma porta aberta para novos sonhos, renovações de fé e muita paz para nós e para o mundo. Feliz dois mil e vinte!💋

Jornalista Douglas Melo disse...

Caro Jaime,

"...há um povo a morrer
nas listas de espera da vida..."

E por vezes se morre (ainda estando vivo), nas noites insones, que assombram aqueles que não resistem aos problemas, que nem o "contar de carneirinhos" dissipam.
Um abraço!!!

Roselia Bezerra disse...

Bom dia de paz, Jaime!
Feliz de quem tem sonhos de um novo ano menos de ambições!
A humanidade necessita de esperança num mundo tão material.
Tenha dias abençoados!
Abraços fraternos

Pedro Coimbra disse...

E um Mundo em polvorosa.
Aquele abraço, bfds

Maré Viva disse...

Os teus poemas, como sempre, encerram mensagens a que ninguém pode ficar indiferente!,
Que neste ano que agora começa, se possam amenizar a maioria dos problemas que dia a dia encontramos!
Abraço.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

JP

poema que é um alerta!
triste e pior que isso realista!
um mundo que se queria melhor e em paz.

beijinhos

:)

Giancarlo disse...

Un sereno e felice fine settimana a te.

Mariazita disse...

Retrato fiel de uma realidade assustadora - um verdadeiro pesadelo.
Triste, como não poderia deixar de ser versando tal tema, é, mesmo assim, um excelente poema, querido amigo Jaime.

Desejo bom Fim-de-semana
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

Graça Pires disse...

Um poema muito triste. Mas solidário e fraterno.
Um bom fim de semana, meu amigo Jaime.
Um beijo.

Odete Ferreira disse...

Lendo as últimas publicações, asseguro que continua acesa, a tua verve, ora mais lírica, ora mais contundente, mas sempre certeira no teu objeto de dizer.
E como é preciso dizer!!!
Que tenhas um excelente 2020, meu amigo.
Bjinho

SOL da Esteva disse...

Verdadeiro Poema de Intervenção. Muita tristeza naquilo que se (pre)vê seja o nosso futuro na vida que nos resta.
Parabéns, Jaime.


Abraço
SOL

Josélia Micael disse...

Um poema que nos aviva a memória sobre nossos sonhos,
uns que já foram, outros onde ainda há uma réstia de esperança,
da sua realização.
Poema um pouco triste... mas muito verdadeiro!
Gostei, como sempre!
Um beijo fraterno, de paz e bem amigo Jaime.
Tenha um excelente fim de semana,
E que em 2020 sejam realizados todos os seus desejos!

Isa Sá disse...

A passar por cá para conhecer mais um bonito poema!

Isabel Sá  
Brilhos da Moda

teresa dias disse...

Tocaste na ferida, poeta!!!
Venham melhores dias e noite e... políticas!
Beijo, bom domingo.
(já experimentei contar carneiros, não resultou)

Mar Arável disse...

Não basta ter razão
Abraço

Ulisses de Carvalho disse...

É duro e espinhoso, mas é real e não podemos fazer de conta que não existe! Gostei muito do poema, Jaime, um abraço.

Ana Freire disse...

Saúde... justiça... educação... tantas áreas, ainda... onde a tantos, que pouco mais ganham do que salários mínimos... nem sequer lhes é permitido pensar sequer... em arranjar lugar na fila... e no entanto... no caso português... já foi bem pior... ainda hoje, muitos dos mais idosos, ainda recordam histórias... das célebres... sardinhas para três... no tempo... em que os cofres do Tesouro Português, abarrotavam de ouro... mas em que o povo, tinha de se aguentar na maior privação... mas com muito fado, futebol, e Fátima... para andar distraído...
Mais um belo momento poético, que traça um assertivo e actual retrato, da nossa realidade...
Beijinho, Jaime! Feliz semana!
Ana

Majo Dutra disse...

~~~
Disseste muito bem, Amigo.
Excelente poema de intervenção social. Aplaudo-o.
Dias muito agradáveis.
Abraço
~~~~

Olinda Melo disse...


Olá, Jaime

Povo "pacificamente alinhado
por ordem inversa da sua riqueza".
Nada mais verdadeiro, quem tem posses
procura o melhor e quem tem não tem
é o que se sabe.

Um poema que nos faz despertar para
a vida e seus problemas.

Abraço
Olinda

Emília Pinto disse...

Triste realidade e a tristeza é sempre para os mesmos, sempre para aqueles que nada têm, seja na lista de espera para cuidados de saúde, seja nas fugas por desgraças naturais, seja por problemas como os da Venezuela; quem tem dinheiro, quem tem poder, quem exerce alguma influência sobre o regime instalado, sempre se " safa ". No entanto, Amigo, não só a Ana, como também tu e eu, sabemos que já houve períodos muito mais severos para nós, portugueses; a tal sardinha para três, uma cama para 4, dois deitados com a cabeça para os pés da cama, os outros em sentido contrário; neste caso havia uma vantagem, aqueciam-se uns aos outros, pois as cobertas eram leves e o frio era muito. Não lembro de, nessa altura, haver centros de saúde com médico de familia; lembro de haver um médico, morador de uma adeia vizinha, que visitava os doentes, pedalando a sua bicicleta. Pagava-se, claro, mas...quem tinha dinheiro para lhe pagar? Amigo, há, sim gente a morrer por falta de cuidados de saúde gratuitos, há gente a morrer por causa das guerras, há gente a morrer por abandono e o que é pior, há bebês jogados no lixo, coisa que, noutros tempos não se via. Bem...podia acontecer, mas, não sabiamos. Jaime, como sempre, um belo poema, desta vez mais triste; não fala de amor, mas, sim, da falta dele. Um beijinho, Amigo e boa noite
Emilia

Maria Rodrigues disse...

Um poema nostálgico e sentido que infelizmente retrata, uma dura e triste realidade.
Brilhante meu amigo.
Beijinhos

João Santana Pinto disse...

Não tinha dado conta desta sua publicação mas ainda vou a tempo.

Não é segredo que escrever poesia, não é de facto uma arte minha... e por isso, dou grande valor a quem a tem.

Foi, muito provavelmente, das palavras mais extraordinárias que li nos últimos tempos, onde somos conduzidos até às palavras finais, onde a moral se encontra e onde a mensagem está devidamente exposta.

A vida é uma luta constante e deve-se usufruir do caminho...

Aquele abraço

Ailime disse...

Boa noite Jaime,
Um excelente poema que alerta para a triste realidade.
«há um povo a morrer
nas listas de espera da vida,
pacificamente alinhado
por ordem inversa da sua riqueza.
»
Tão verdade que até dói.
Beijinhos,
Ailime

Agostinho disse...

Assim é, caro Poeta, sendo cruel, é tão real que até dói, não deixa de ser poético.
Bom.
Abraço.