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quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Dezembro não existe [308]



Em Dezembro,

as ruas apartam a neve da fantasia,

mas a felicidade oferecida não é o fruto

da seiva que alimenta colheitas

de momentos sem tempo.

Em Dezembro,

a felicidade é empacotada

em doses de palavras

vendidas com lacinhos de gestos voláteis.

Dezembro não existe, foi inventado,

é o output de um chip que nos implantaram

para termos o sorriso

com a declinação precisa das miragens.



© Jaime Portela, Dezembro de 2020


56 comentários:

chica disse...

Gostei e em dezembro todos esperam que sejamos felizes, mas há sempre uma grande mistura de sentimentos.Ainda mais nesse ano! abraços, chica

" R y k @ r d o " disse...

Trocadilhos de palavras a gerar um poema maravilhoso de ler.
Cumpts

Dalva Rodrigues disse...

Olá, querido amigo, Jaime!
É bem verdade tudo que dizes em belas palavras, dezembro e seus encantos mostra o quanto somos manipulados, acho que quase todos sabem disso, exceto as crianças pequenas, no entanto é uma ilusão consciente e que faz bem a alma, embalada em belos pacotinhos.
Adorei, abração!

Fá menor disse...

Ai, ai! Este Dezembro está a ser-nos uma miragem.

Faça-se um Dezembro para todos!

Beijinhos, amigo Jaime.

Marli Terezinha Andrucho Boldori disse...

Boa tarde, caro poeta, Jaime, seu poema nos dá uma dimensão exata de como é, ou como vemos o mês de Dezembro.Lembro-me que quando criança era o mês mais esperado por mim, e demais crianças, era a espera de Jesus Menino.Hoje,o símbolo nos mostra a neve, que está do outro lado do país, e nas lojas tudo que compramos nos chegam com sorrisos, votos de Feliz Natal envoltas em lindos e coloridos laços. Realmente, agimos como se todos estivéssemos sob o poder de um mágico chip, o qual nos dá o comando, e assim vai passando Dezembro. Excelente seus versos. Abraço!

Marli Terezinha Andrucho Boldori disse...

Boa tarde, Jaime. deixei um comentário, mas deu-me a impressão de que eu o deletei sem querer.
Vou esperar para saber. Abraço!

João Santana Pinto disse...

É cada vez mais difícil diferenciar o natural do inventado... mas, sim, Dezembro não existe...

Em todo o caso, a inspiração que deu origem a um poema de qualidade está lá, está presente e não levanta duvidas.

Abraço

SILO LÍRICO - Poemas, Contos, Crônicas e outros textos literários. disse...

Ah, a pandemia louca...
Que amordaça a garganta
E aperta o laço com tanta
Fúria que faz a nossa voz rouca,
Deixa os nervos já com pouco
Vontade de se estender
Fazendo do humano ser,
Um trapo de inspiração...
Mas eu não me entrego, não!
Procuro buscar prazer!...

Abraço cordial! Laerte.

N A S S A H disse...

Nice poem but I would like from you
to tell me who invented the month
of december?

Andreia Morais disse...

Que associação interessante! Gostei muito, Jaime

Continuação de boa semana

Magui disse...

Muito bonito como sempre.
Tem toda a razão.
Beijo

MARILENE disse...

Os versos são belos, mas me permito discordar da inexistência desse dezembro que descreveu, imaginário. Esse é um mês que nos torna mais solidários e a felicidade empacotada é capaz de proporcionar alegria a muitos. Dezembro traz uma comemoração importante para mim, a do nascimento de Cristo. Grande abraço, poeta!

R's Rue disse...

Beautiful

Roselia Bezerra disse...

Boa noite de paz, amigo Jaime!
Realmente Dezembro não vive no 💙 de muitos.
Poderia ser janeiro, julho ou outro mês se houvesse uma abertura de mente pelo advento do Menino Deus.
Mas, pelo que presenciamos, em nenhum mês, o ser humano não vive a verdadeira fraternidade.
Um poema muito inteligente nas metáforas tão bem construído.
Parabéns!
Tenha saúde em todos os níveis do seu ser!
Abraços fraternos de paz e bem

Porventura escrevo disse...

Dezembro aquele mês que de nós não recebe muito, apenas se habitua a que nos esperemos muito dele
😊
Adorei o poema

Pedro Coimbra disse...

Pois eu quero que exista e que seja um ponto de viragem para um tempo novo.
Aquele abraço, bfds

Elvira Carvalho disse...

Dezembro tem se tornado de ano para ano o mês de maior consumismo daqueles que têm para consumir. Para os que morrem de fome de tudo, Dezembro é só mais um mês no calvário das suas existências.
Abraço, saúde e bom fim de semana

Marta Vinhais disse...

Pessoalmente, Dezembro é um mês complicado... É quando me sinto mais triste...
Se pelos sorrisos que não vêm do coração, se porque temos que ser felizes "obrigatoriamente"... não sei....
Poema brilhante como sempre....
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Um belo e bem elaborado poema, gostei.
Um abraço e bom fim-de-semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Olinda Melo disse...


Interessantíssimo tema, caro Jaime.
O espírito que deveria habitar-nos
em Dezembro se reduz em trocas
materiais sem sentido. Mas gosto
de pensar que é uma oportunidade
única de nos reunirmos com a família
com paz e amor. :)

Abraço
Olinda

Graça Pires disse...

Cheio de lucidez, este seu poema, meu Amigo Jaime. Há realmente uma superficialidade que nos atinge neste mês de dezembro. Não deixemos que isso nos aconteça...
Um bom fim de semana.
Cuide-se meu Amigo.
Um beijo.

Obrigada pelo carinho das suas palavras no blog e no youtube.

Jossara Bes disse...

Dezembro e seu simbolismo!
Tempos de reflexão!
Linda poesia!
Abraços!

eli mendez disse...

El poema es hermoso Jaime ´porque traduce tu sentimiento y siempre expresar aquello que pensamos o que nos afecta es muy bueno..y mas si lo haces de manera tan bella como cada uno de tus versos.
En lo personal siento que si hacemos referencia a la Navidad, es una fiesta puramente religiosa, cristiana y para aquellos que creemos en el nacimiento de ese niño , siempre será una festividad alegre. No coincido en absoluto con la compulsión por comprar y comprar sin sentido alguno, pero si me encanta festejar y mantener viva la ilusión en los niños que son nuestro tesoro mas grande. La pandemia no debería de cambiar nada de ello, porque no están relacionados. Te dejo mi abrazo grande grande en la distancia y esperanzador para todos.

São disse...

Tão lúcido, este teu poema....


Beijinho, meu querido amigo, bom final de semana

Ygraine disse...

Oh how true your words ring, my friend...what IS December really? And is the happiness it prompts justified...or do we deluded ourselves, wrapping duty up in beautiful painted masks?
As always, pure genius in your words, Jaime...I love how you stir me to think much more deeply.
Oh thank you so, so much for sharing your fantastic talent with us...it is such a privilege to read...😊😊

Have a super weekend 👍

Kisses xxx

Ailime disse...

Boa tarde Jaime,
Um belo poema que fala do consumismo do mês que devia ser um tempo de alegria e vivência do verdadeiro Amor, cada vez mais afastado do coração do Homem.
Um beijinho e votos de bom fim de semana.
Ailime

Pedro Luso de Carvalho disse...

Olá, amigo Jaime,
um belo poema com as suas verdades, também penso assim!
Grande abraço com um ótimo final de semana.

Tais Luso de Carvalho disse...

Olá, meu amigo Jaime,
Dezembro existe, porém virou o mês da fantasia, do comércio, dos presentes, das emoções também, não há dúvida. Há sentimentos bonitos nesse mês, mas duram só 30 dias. Depois esse lindo mês sai do calendário e volta 12 meses depois! Sim, tudo é empacotado, concordo! A festa cada vez mais artificial. Mas não deixa de ser bonita.
Lastimo que os sentimentos que poderiam nos unir, aguentam tão pouco.
Poema muito verdadeiro.
Beijo, um ótimo fim de semana!

Sandra Figueroa disse...

Un poema para reflexionar. En diciembre la felicidad esta empaquetada... En diciembre hay mucha hipocresía...... Saludos amigo Jaime.

SOL da Esteva disse...

Sem qualquer atrevimento, Jaime. Digo eu...

"[...] Não há engano. Ele chegou.
Todos os sonhos que nos trazia
Estão cerrados. Pouco restou
Para uma Quadra que era alegria.[...]"

Nos aproximamos do sentimento de que Dezembro (este...) chegou.
Os meus Parabéns pela sintonia e harmonia.


Abraço
SOL da Esteva

Gracita disse...

O verdadeiro espírito de natal hoje se restringe a laços e pacotes
Não há como não pensar na festa natalícia com uma certa desilusão
Um abraço amigo Jaime

Cidália Ferreira disse...

Numa breve passagem - com mensagem colada - a fim de poder chegar a todos. Desejando que todos se encontrem bem de saúde. Obrigada a todos por não me terem “abandonado” Voltando, conforme o tempo me permitir. :)
--
“ Liberdade hipócrita ”
-
Beijo e um excelente Fim de Semana;-Prolongado.

Mar Arável disse...

A vida é um comboio com muitos apeadeiros
e Dezembros em toda a linha
Abraço poeta

Minhas Pinturas disse...

Bonito poema. Mas, para mim seria um mês como qualquer outro se não fosse o dia 25, dia em que se comemora o nascimento do filho de Deus, não importa se foi um dia, ou um mês inventados...O importante é que neste dia façamos a devida homenagem ao aniversariante.
Mas o que observo é uma adoração ao 'Papai Noel, esse sim foi inventado e jogado com renas e tudo, neste dia. Amam a festa em si, aos presentes... Enquanto o aniversariante fica lá para o segundo plano...
Enfim, caro Jaime é uma questão de fé e de amor, nem tanto de religião, visto que não pratico nenhuma... Cada um sabe de si neste mundo. Só sei que vou dar graças por não ter pego o Covid, e espero estar viva e com saúde nos próximos natais. É o que desejo a todos
Um abraço, fique bem.
Léah





























Emília Pinto disse...

Desculpa contrariar-te, Amigo, embora perceba muito bem o que queres dizer. Dezembro existe, como existem todos os outros meses do ano, só que o homem decidiu que o receberia de uma maneira muito diferente. Ele é sempre recebido, " com pompa e circunstância ", com passadeira vermelha nas ruas, luzinhas piscando por todo o lado, pessoas a correrem atrás dos presentes, com promessas de mais humanidade, solidariedade e tentativas de paz , até entre as familias, desavindas dutante todos os meses anteriores. Ele, Dezembro, aparece para todos, sem discriminação, só que nem todos têm possibildades de lhe dar a mesma importancia e sofrem muito por isso. O que é falso é toda essa pompa, esses pacotes com laços dourados, esse sentimento solidário que, de repente aparece, mas que também depressa acaba. Esses pacotes, essas fitas , mal acabe a " festança ", acabam no lixo ou então atiçam o fogo da lareira que teima em querer apagar. Isto, sim, Jaime, é pura imposturice e quem nos dera que dentro desses pacotes viesse a certeza de que o amor e a amizade por nós não acabaria logo que, na cidade as luzinhas se apagassem. Essa certeza, gostaria eu de receber num pacotinho, embrulhado com um papael dourado e um laço de seda verde, cor da esperança. Amigo, é isso que te desejo...que estejas cercado de amor e amizade, não só em Dezembro, mas, em todos os meses do ano que se avizinha. Beijinhos
Emilia💝🎄🥂

Maria Rodrigues disse...

Que Dezembro seja, mês da partilhar amor e não apenas de "empacotar" palavras.
Lindo poema
Beijinhos

luar perdido disse...

Dezembro existe, sim. querido amigo Jaime.
Existe no coração de cada um de nós, e existe em Janeiro, ou em Abril, ou em Julho ou Agosto... existe "quando um homem quiser".

Que este Dezembro, estranho e desfocado que temos pela frente, possa ser um Dezembro de amor e paz, de partilha e compreensão. Que se esqueçam as "palavras empacotadas" e os "lacinhos bonitos", aperaltados no topo de embrulhos vãos.
Como sempre Jaime, as tuas palavras dão-nos um poema perfeito. Lindo!

Beijo e votos de boa semana

rosa-branca disse...

Dezembro, para mim um mês marcante. Aprendi a gostar dele quando fui mãe e via sorrisos a piscar nos olhos das minhas crianças. Ainda hoje o dia 8 de Dezembro passa em mim com mágoa e ainda vejo os ponteiros do relógio de letra romana nas 18,30. São momentos, são angústias, que nos marcam. Hoje, volto a ver sorrisos a piscar nos olhos dos meus netos e faço votos para que este Dezembro leve com ele todas as angústias todas as maleitas que estão a assolar o mundo. Que as prendas para todos nós sejam pacotes de amor recheados de saúde e lindos laços de esperança. Adorei o teu poema. Jaime, boa semana e beijos com carinho

vieira calado disse...

E no entanto...

sem Dezembro não havia outro ano!...

Uma boa semana para si!

Isamar disse...

Querido Amigo Jaime,
Sábias palavras as suas!
Dezembro foi-nos vendido a preço barato, vazio de humanidade e a transbordar de ostentação.
Desejo-lhe uma semana feliz e com saúde!
Fique bem, beijinho!

Manuel Veiga disse...

poema de uma lucidez cristalina
mas, se bem compreendo, não apenas Dezembro.

grande abraço, caro Jaime Portela

Teresa Almeida disse...

É claro que subscrevo, E te admiro.
E, no entanto, sempre me aninhei em Dezembro.

Beijo.

Rosemildo Sales Furtado disse...

O bom seria que o DEZEMBRO do NATAL trouxesse a felicidade para todos, pois enquanto uns presenteiam e são presenteados, esbanjam em festas, riem de felicidade, muitos choram por não terem um pedaço de pão para comer. Belo e muito pertinente o teu poema amigo Jaime.

Abraços e uma ótima semana para ti e para os teus.

Furtado

Andreia e Jéssica disse...

Um poema belo de se ler, um bom feriado :)
Beijinhos :) , https://damselme.blogspot.com/?m=0

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

lucidez neste poema.

mas, dezembro tem que existir, nem que seja só no calnedário.

beijinhos

:)

Mariazita disse...

É bem verdade que há "um" Dezembro fictício, não real, criado, de felicidade "empacotada".
Mas, felizmente, não é todo, pelo contrário, é apenas uma parte bem pequena.
A maior é muito autêntica, vive dentro dos nossos corações, que este ano ficam sangrando (pelo menos o meu...) pela não presença dos entes queridos que era habitual nesta altura e este ano não pode ser.
Mas eu, a eterna optimista, acredito que no próximo ano poderei abraçar e ter junto de mim os filhos e netos que este ano só poderei ver através do Skype (se a Net deixar... 😊)
Um feliz Natal para ti e para os teus, querido amigo Jaime.

Continuação de boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

Marli Franco disse...

Boa noite Poeta Jaime um grande poema que nos leva as altas reflexões nas orlas dos sentimentos antagônicos.
Os presentes com seus laços brilhantes e nossos corações que horas sorriem, outras copiosamente choram fazendo lacinhos e mais lacinhos nos pinheiros.
Enfim humanos somos tudo bem nas emoções conflitantes.
Aplausos!
Uma linda quarta-feira
bjs de violetas

Ana Tapadas disse...

Admirável poema, especialmente vindo de alguém que habita por esses lados! Lúcido e verdadeiro.

Ir na corrente é que não pode ser.

Beijinho, amigo.

Sandra Sofia Gonçalves Afonso disse...

É claro que Dezembro existe, embora seja o último mês do ano, Dezembro existe e deve continuar a existir enquanto a gente formos vivos!! Por essa e outras razões, te desejo um bom mês de Dezembro!! Muitos beijinhos!!

Ana Freire disse...

Para a grande maioria... habitualmente Dezembro, pode ser considerado um produto de marketing... mas excepcionalmente este ano... para muitos mais, será antes um produto da nossa imaginação... dada a sua descaracterização, e para muitos, por via do impedimento da sua celebração, quase por completo, em tempos de pandemia, que se reflecte em termos sociais, económicos, emocionais, e em saúde pública... talvez assim, consigamos redescobrir a verdadeira essência do Natal... sentindo mais... e demonstrando menos, por força de todos os condicionalismos no presente...
Um poema bem pertinente, Jaime, que nos leva a pensar e a repensar, no espírito deste mês, particularmente este ano, numa conjuntura de excepção...
Beijinho! Votos de continuação de uma excelente semana!
Ana

Luísa Fernandes disse...

Olá jaime!
Concordo com as tuas palavra poéticas. Defacto dezembro e o Natal, parece ter sido banido do calendário, mas em tempo de guerra não se limpam armas! Oxalá para o ano tenhamos dias melhores, e estejamos cá para contar a história. Gostei de ler.
Beijinhos de paz e esperança.
Luisa

Alice Alquimia disse...

Em dezembro a poesia se espelha.

manuela barroso disse...

Dezembro não existe e é tão pertinente a tua afirmação que sendo poética é peremptória
E sim, é substituído por imprecisas palavras comuns , embrulhado em pacotes de laços e sedas .
Dezembro é agora tempo de introspecção. Aqui encontramo- nós a nós próprios .
Beijinho para ti 🌷

Valdelice Nunes disse...

Olá Jaime,gostei demais de sua forma de abordar o tema.
Concordo com esse dezembro inexistente. Tudo vira comércio. Tudo se volta a troca de presentes, enquanto os corações continuam vazios.
Bom conhecer seu blog também.

Parapeito disse...

Pois é .
O Natal para mim...é sempre que estou com os meus netos/a
São eles o presente e futuro no meu sapatinho. :)
Abraço e dias serenos *

teresadias disse...

Inspiradíssimo o poeta!
Pois este ano Dezembro não será o mês de pacotes e laços, muito de menos de convívio e abraços.
Concordo, Dezembro tornou-se o mês do consumismo desenfreado. Tudo perdeu o encanto.
Beijo.