Os outros não apreciam as nossas palavras
com os ouvidos com que nos escutamos ao
afirmá-las.
Quando nos escutamos,
até o ouvido interior com que nos escutamos
não ouve o mesmo que os ouvidos externos.
Se nos enganamos, escutando-nos,
logo nos podemos questionar
como é que alguém nos entenderá.
O prazer de se sentir percebido, é impossível
a quem não se quer e/ou não se é percebido,
coisa que muito sobrevém aos complicados
e, por isso, incompreendidos.
Os inteligíveis, poucos são,
aqueles cuja mensagem é a mesma
no emissor e no recetor, sem ruídos,
esses nem precisam de ter o receio
de não serem compreendidos,
esquecendo os duros de ouvido.
E, assim, nunca saberemos,
só podemos imaginar,
de quantas desconchavadas ideias
é construída a perceção
que os outros têm de nós pelo que dizemos.
© Jaime Portela, Outubro de 2025
3 comentários:
Lindo poema e realmente nem sempre as palavras chegam aos ouvidos dos outros com a voz e entido que as queremos dar... abraços praianos, chica
Olá, amigo Jaime!
Que poema inteligente!
Quando os ouvidos interagem de forma em uníssono, tudo corre às mil maravilhas.
Gostei muito.
Tenha uma nova semana abençoada!
Abraços fraternos
As tuas palavras soam como ecos de um silêncio inquieto, onde o ruído é também sentimento e verdade. A forma como transformas o som em poesia é simplesmente arrebatadora ✨
Com carinho,
Daniela Silva 💗
alma-leveblog.blogspot.com — convido-te a visitar o meu cantinho 🌷
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