Este é o tempo
onde o amor em que te mostras
é ternamente insuportável.
É lua-de-mel
[o fascínio mata as feridas]
e primavera
[o fogo encontra o trevo
e digere-o como erva-do-amor].
Este é o tempo
onde se comprimem a inocência e a paixão.
O que na alma se revela
fica embutido
[sem remédio]
no tronco do sangue,
caldeado em sucessivas transfusões.
Este é o tempo
onde o coração da existência se soma
ao corpo da oferenda
[encantamento nos
braços largos de tão escasso tempo].
© Jaime
Portela, Agosto de 2022