Translater

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Ainda era vivo o teu desassossego [038]



Ainda era vivo o teu desassossego,
em mim foste noviça,
nasceste pura num templo insinuado
de cachaça e cocaína.
Do mutismo das tuas ruínas,
foi brotando uma flor
que passou a olhar-me como um sol
na timidez do nascente.
De feição embaraçada e ausente de ti,
o teu corpo, despido de festa,
era uma derrocada imponderável.
Foi então que as minhas mãos,
num enlace inesperado,
te entregaram aquilo que era teu.
Vive, mantém o corpo e a alma
para sempre inseparáveis, reconciliados.


53 comentários:

Marta Vinhais disse...

E ama... A vida, o Mundo... O mais importante de tudo: o teu "eu"...
Brilhante como sempre.
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

Aninha Ferreira disse...

chega a uma altura que o corpo e a alma se separam, quanto a isso nao podemos fazer nada, infelizmente.

belo poema.

em resposta ao su comentario, infelizmente ainda nao surgiram novas ideias para novos textos, mas espero que em breve haja alguma coisinha nova :)

Brisa disse...

E das tuas mãos escreves palavras que saiem da tua alma de Poeta...
Corpo e alma juntos num enlace magnífico e o sol com a sua timidez a sorrir para o amor...

Bjo e desde já te desejo um bom fim de semana e,
passa no meu bloger já tenho escrita nova :)

Blog da Gigi disse...

Abençoado final de semana, Jaime !!!!!! Abraços

Unknown disse...

Vim agradecer o seu lindo comentário
boa noite.

:.tossan® disse...

A minha poesia anda viajando
não sei por onde, no seu caso
anda muito presente e lindamente
viva. Abraço

Aninha Ferreira disse...

visto que ontem passou pelo blog a procura de um novo texto venho informar que esse novo texto acabou de sair :)

Laura Santos disse...

O amor, qualquer espécie de amor, tem o poder e o grande condão de transformar uma alma em derrocada e um corpo em ruínas, numa reconciliação que poderá nem sempre ser de festa, mas forçosamente trazer sossego.
Belíssimo poema, Jaime!
Bom fim de semana.
xx

Laura Santos disse...

O amor, qualquer espécie de amor, tem o poder e o grande condão de transformar uma alma em derrocada e um corpo em ruínas, numa reconciliação que poderá nem sempre ser de festa, mas forçosamente trazer sossego.
Belíssimo poema, Jaime!
Bom fim de semana.
xx

luar perdido disse...

Quando as mãos se recheiam de amor, as ruínas tornam à vida, e a alma e o corpo tornam-se unos de novo.
Belo poema à vida.
Um abraço

Arte & Emoções disse...

Olá Jaime! Belo e profundo o teu poema! Mesmo em condições adversas, a transformação aconteceu.

Fiquei feliz com a tua visita e o teu comentário com tão belas palavras, quando da passagem do dia do nosso aniversário, meu e dos meus filhos.

Abraços,

Furtado.

A Casa Madeira disse...


Manter o corpo e a alma reconciliados; eis mais uma
questão..
Não é fácil mais é possível;
Oi Jaime... Já tem post novo lá na casa;
Bom final de semana.

Unknown disse...

Jaime, que texto cheio de imagens fortes e inquietantes, nascimento, mudez e timidez que culminam em um ato extremo de devolução e rendição, em um enlace inesperado, corpo e alma, novamente juntos, reconciliados... Achei simplesmente perfeito.
Que tenhamos um lindo fim de semana, beijo.

Aline Goulart disse...

Eu gosto de poemas que vai de um extremo ao outro, sem ser exagerado. Tu escreves muito bem. Beijinhos.

Ana Tapadas disse...

De um lirismo juvenil e puro!
Parabéns.

bj

Recomenzar disse...

Placer haberte encontradoUn placer haberte encontrado y traducido tus palbras me gusta como escribes

Helena disse...

Existem poemas que nos intrigam e subjugam, deixando-nos à deriva de que forma interpretar as imagens tão delicadamente dispostas nos versos, pois são imagens tão poderosas que a elas tentamos atribuir significados que muitas vezes tememos estarem a fugir daquilo que o poeta expressou. Mas também li certa vez este pensamento do grande Mário Quintana:
“Não tem porque interpretar um poema. O poema já é uma interpretação”.
Mas mesmo assim, eu (e acredito que a maioria das pessoas) tenho a mania de querer “entender” aquilo que o poeta quis dizer. É como se, com este gesto, eu estivesse a compreender melhor as imagens que o poeta fez nascer. E mais acrescento: vejo também como um gesto de carinho, mostrar que aquilo que li me prendeu a atenção, suscitou em mim interrogações, me fez pensar e sentir...
Posso estar errada com esta interpretação, mas é a minha forma de sentir. Por isso, meu querido, ouso dizer que tudo disseste nestes impactantes versos:
“Foi então que as minhas mãos, num enlace inesperado, te entregaram aquilo que era teu”.
E por este gesto tão imprevisto quanto generoso, fizeste desabrochar a flor antes apenas divisada... E desta forma corpo e alma se fizeram “para sempre inseparáveis, reconciliados”.
Poema de uma beleza ímpar! Como todos aqueles que a tua alma sabe criar ao sabor de sentimentos e emoções.
Fica meu desejo de que o domingo te chegue pleno de alegrias.
Um beijo da
Helena

Clau disse...

Oi Jaime,
Que linda e profunda poesia,
afinal, corpo e alma reconciliados,
não é para qualquer pessoa...
Sempre um prazer ler o que você
talentosamente escreve.
Beijos :)

Maré Viva disse...

Pois se gosta dos meus poemas, eu digo que aprecio por demais os seus...

"Vive, mantém o corpo e a alma
para sempre inseparáveis, reconciliados."

Viver é preciso, mas de corpo e alma reconciliados...
Prometo em breve coisas novas.

Um abraço.

Silenciosamente ouvindo... disse...

Tinha prometido levar um poema, vai ser este, porque
gostei muito dele.
Bom domingo amigo.
Abraço
Irene Alves

CÉU disse...

Um poema de amor, e não só físico, onde as lembranças pululam.
Agradeço visita e comentário.
Bom resto de domingo. Abraços.

Filoxera disse...

Uma reconciliação que teve como ponto de partida uma paixão adjuvante, no passado.
Bom Domingo, Jaime :-)

Zilani Célia disse...

OI JAIME!
COMO DIZIA "MARIO QUINTANA", NÃO HÁ COMO INTERPRETAR UM POEMA POIS, ELE JÁ É INTERPRETAÇÃO.
PENSO QUE, MUITAS VEZES, AO TENTARMOS INTERPRETAR UM POEMA, ESTAMOS NOS ARVORANDO A CRIADORES DE UMA OBRA QUE NÃO NOS PERTENCE, MAS, AO MESMO TEMPO TEM ESCRITOS QUE NOS TOCAM TANTO QUE NÃO CONSEGUIMOS FUGIR A UM AUTO ENTENDIMENTO QUE MUITAS VEZES NADA TEM A VER COM O QUE O POETA QUIZ DIZER, SENDO ASSIM SÓ DIGO: MARAVILHOSO.
ABRÇS
-http://zilanicelia.blogspot.com.br/

Andre Mansim disse...

Olá!
Poesia muito profunda. Não são apenas palavras a esmo, a idéia da reconciliação é perfeita!
Parabéns!

Cidália Ferreira disse...

Maravilhoso e intenso poema. Adorei

Beijo de boa noite
Se quiser, estou por aqui:http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

Vera Lúcia disse...

Olá Jaime,


Estou em viagem e com difícil conexão, o que me impede de alongar-me no comentário, mas foi gratificante ler tão belo poema.
Lindo de ler e de sentir. Diria até que tocante.

Feliz semana.

Abraço

Unknown disse...

Um belo poema que encontrei no blogue da Irene Alves.
Restam-nos duas mãos de coragem.
Vou seguir-te.

Nal Pontes disse...

Linda inspiração, para um coração em desassossegado. Uma semana
maravilhosa desejo a ti. Um abraço

saudade disse...

Excelente poema.... o espelho do amor....
Beijo de....
Saudade

Genny Xavier disse...

Jaime,

Belos versos, que trazem à tona a inquietação do amor, sua entrega e redenção.

Perdão pela ausência, compromissos de trabalho me deixaram sem tempo para as postagens e leituras poéticas.

Um abraço,
Genny

Célia sousa disse...


Olá Poeta !
Parabéns belo poema !

A vida é um eterno desassossego...!

Beijo.

Palavras soltas disse...

"Do mutismo das tuas ruínas,
foi brotando uma flor"

Me lembrou Machado De Assis no livro Memórias póstumas de Brás Cubas, só que muito melhor.Seu poema é excelente, Jaime.

Abraço.

Mar Arável disse...

Belo
nesta desordem de cores nos jardins

Arione Torres disse...

Oi amigo, vim lhe desejar uma ótima semana, abraços!!

manuela barroso disse...

Um vendaval traz com ele inquietações que se transformam em dilúvios mudos no desassossego da vertigem.
Depois, há enlaces assim.
Muito belo, Jaime. Sempre!
Para Si,
Beijo

Shirley Brunelli disse...

A ascensão da Flor de Lótus...
Gostei muito, Jaime.
Beijos!

Lilá(s) disse...

Quem tem alma de Poeta e coração em desassossegado, produz belos poemas!
Bjs

Labirinto de Emoções disse...

Olá Jaime
No Amor o corpor e a alma são unos e indivisiveis, e a entrega deve ser mutua, só assim ele é verdadeiro.
O Poenma é lindo e há que saber ler as entrelinhas...:-)
Um beijinho
Teresa

Suzete Brainer disse...

A harmonia do corpo e a alma plana no sossego,
mas mora no desassossego uma inquietude
sedutora dos desejos...

Poema Belíssimo, Caro Jaime!!
Abraço de paz,amigo...

Berço do Mundo disse...

Versos fortes, como o amor que subjugou o poeta.
Viver assim, sem medos dos grandes sentimentos, é viver de verdade.
Abraço. Uma linda semana
Ruthia d'O Berço do Mundo

M(im) disse...

Da margem feita precipício lanço-me – braços abertos, dedos bem esticados – sentindo o vento transformar-me em melodia enquanto não alcanço as águas de ti, rio sem margens e de águas cálidas e revoltas.
Tocada pelo vento descubro-me instrumento e agora sou nascente de sons que me arrastam inexoravelmente para a música da água que tomba das cascatas que tens a montante.
Soa forte a música e presto atenção: encanta-me e deixo-me levar. Distingo palavras destiladas de sentimentos. Pedaços de margem largados na corrente. Pedaços de ti largados no mundo.
Recolhi uns quantos.
Guardo-os como inspiração numa caixinha –toda toda!- feita de admiração…

Goreti Ferreira

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

um poema enigmático, mas também de onde brotou beleza pelo (talvez) amparo das mãos que enlaçaram o corpo e a alma em simultâneo...

uma boa semana.

beijo

:)

Ana Freire disse...

Poema de palavras profundas...
Muitas vezes se vive... de corpo presente... mas sem alma.
Às vezes bem precisamos de nos reconciliar... com nós mesmos!...
Post brilhante, como sempre!
Beijinho
Ana

Maré Viva disse...

E há novidades no Barlavento, aqui fica o convite.
Bjs.

Gaby Lirie disse...

A harmonia de uma alma e um corpo.
Muito belo!

Abraços!

Karocha disse...

"Cachaça e Cocaína" ?
Que estranha metáfora Jaime...

Bjocas

Louraini Christmann - Lola disse...

A reconciliação
É tudo de bom
Sempre!

um grande abraço
e obrigada pelo teu carinho.

SOL da Esteva disse...

Somos o que somos, sem saber,
E caminharemos p'ra o eterno.
Tudo o que queremos esquecer
Torna-se em lembranças dum Inverno,
Para, noutro tempo, renascer.


Abraços
SOL

margusta disse...

...e por fim..a paz do desassossego ...
Belo!!!
Beijinho!

margusta disse...

...e por fim..a paz do desassossego ...
Belo!!!
Beijinho!

Zilani Célia disse...

OI JAIME!
RELENDO E TE DEIXANDO VOTOS DE UM BOM RESTO DE SEMANA.
ABRÇS
-http://zilanicelia.blogspot.com.br/

Jaime Portela disse...

Caros amigos
Obrigado pelos vossos comentários.
Voltem sempre.
Entretanto, acabei de publicar novo poema.
Espero que gostem.
Saudações poéticas.

sofiaguerreira disse...

Devia ser lindo viver esse amor ultrapassando todas as barreiras da mais pura felicidade!!
http://mundoteenagerofsophia.blogs.sapo.pt