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segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Suplício de Tântalo [579]

 


No frondoso vale, Tântalo desespera

e, nas trevas do castigo, a sede é uma tortura.

A água, fugidia, em vão ele procura,

e a fruta ao seu alcance, foge-lhe, severa.

 

Em tormento perpétuo, a alma desfalece

nas margens do rio que lhe nega o alento.

Na fome voraz, a sua vida é um tormento

num ciclo cruel que jamais se emudece.

 

Sob o peso do céu, em cruel suplício,

Tântalo sofre condenado ao sacrifício

e é forçado ao martírio sem redenção.

 

Assim, entre o desejo e a realidade,

o suplício de Tântalo ecoa na eternidade

como símbolo presente da humana condição.

 

 

© Jaime Portela, Setembro de 2024


1 comentário:

" R y k @ r d o " disse...

Assim se escreve linda poesia
Intensa, profunda, deslumbrante
Que nos alegra na aurora do dia
Saída de uma mente poética brilhante
.
Bom dia. Uma semana feliz.