No frondoso vale, Tântalo desespera
e, nas trevas do castigo, a sede é uma tortura.
A água, fugidia, em vão ele procura,
e a fruta ao seu alcance, foge-lhe, severa.
Em tormento perpétuo, a alma desfalece
nas margens do rio que lhe nega o alento.
Na fome voraz, a sua vida é um tormento
num ciclo cruel que jamais se emudece.
Sob o peso do céu, em cruel suplício,
Tântalo sofre condenado ao sacrifício
e é forçado ao martírio sem redenção.
Assim, entre o desejo e a realidade,
o suplício de Tântalo ecoa na eternidade
como símbolo presente da humana condição.
© Jaime Portela, Setembro de 2024
9 comentários:
Assim se escreve linda poesia
Intensa, profunda, deslumbrante
Que nos alegra na aurora do dia
Saída de uma mente poética brilhante
.
Bom dia. Uma semana feliz.
Desejos inalcançáveis.
Tântalo teve o seu.
Desejo e sonho nunca cumpridos.
Abraço, boa semana
A tortura da fome e sede , momentos de desespero bem expressos na tua linda poesia!
abraços, linda semana! chica
Olá, amigo Jaime!
Tântalo... "símbolo presente da humana condição."
Uma metáfora nomeadamente verdadeira.
A condição humana está em perigo
Tanta coisa acontecendo...
Tenha uma nova Estação abençoada!
Abraços fraternos
Olá, amigo Jaime
Belo e oportuno poema, que põe a nu a tragédia humana. Onde as guerras, a fome e a miséria, são a grande chaga da humanidade.
Gostei muito.
Deixo os meus votos de uma boa semana, com muita saúde e paz.
Abraço amigo
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
Versi molto orignali, che ho letto con immenso piacere.
Un caro saluto
O pior suplício, a morte mais cruel, é ir morrendo à sede e tendo o precioso líquido ali mesmo ao lado, mas sem lhe poder chegar.
Assim, vive a Humanidade, a terra tem tudo, para todos, mas vive-se sedento e faminto, até à morte, pela cobiça e ambição de alguns miseráveis que se julgam senhores e donos de tudo.
Um forte abraço e o meu profundo apreço pelos momentos em que nos faz pensar nas injustiças que grassam pelo mundo.
Beijinhos, amigo Jaime!
A água tão perto e tão inalcançável. É a sede, é sempre a sede o suplicio de quem deseja o que não pode ter. Tântalo desafiou os deuses que são cruéis. Bom poema, meu Amigo Jaime.
Uma boa semana.
Um beijo.
Os deuses continuam a ser cruéis....
Beijos e abraços
Marta
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