Sem esperança, há quem diga
que a vida é mais difícil porque é vazia.
Outros há que afirmam
que com ela há uma ilusão
e é um sintoma de impotência.
Eu sinto-a como um banal
e estranho panorama
que observo como a um quadro de teatro
de uma novela vulgar, sem meada,
em cena para distrair os sentidos,
ou uma dança sem música de uma brisa
que, com sorte,
apenas faz oscilar arbitrariamente
algumas folhas irrelevantes.
Mas, senti-la, é ter alento
para que aconteça o que queremos
quando nada podemos fazer.
© Jaime Portela, Março de 2025
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